Capítulo 31

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Alerta: Esse capítulo pode causar gatilho a quem tem ansiedade, então se você não se sente confortável lendo isso, apenas pule.
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Liam

O que tinha acontecido com ele? O que diabos está acontecendo com Theo?

Eu cito um poema e ele sai correndo? Por que Theo é tão desacreditado quando o assunto é amor? Quando o assunto é amar.

É como se Theo tivesse pavor das palavras que eu havia dito.

Fico no quarto, tentando raciocinar. Vejo o caderno sobre a cama, com o desenho exposto. Eu o pego e analiso o desenhos. Lindas nuvens, delicadas e bem desenhadas, no canta da folha está sua assinatura.

Fico olhando o desenho e vendo o quanto Theo é talentoso, mas nem se quer percebe isso.

Theo tem pavor de amar, ou tem pavor de mim?

A culpa não é minha, ele é quem provoca, ele é quem sempre começa. Mas por quê está agindo como se eu fosse um estranho?

Eu deixo o caderno de lado e saio do quarto indo até a cozinha, onde vejo Theo, sua sombra, as luzes estão apagadas, apenas a luz da lua o ilumina, ele está apavorado. Está com um copo de água em uma das mãos e a outra no peito, ele aperta o local, como se sentisse algo desconfortável. Sua mão está tremula, posso ouvi-lo ofegar.

- Ei. - sussurro me aproximando. - Está tá tudo bem. - retiro o copo de sua mão e o deixo na pia.

Theo me olha apavorado. Ele não está apavorado por que estou aqui, está apavorado por que está tendo um ataque.

- Liam... - sua voz sai arrastada pela falta de oxigênio.

- Olha pra mim. - ele o faz, seus olhos sombrios, pupila dilatada que chega a ser difícil ver a cor de seus olhos.

Coloco minhas mãos em seu rosto e o acaricio.

- Não precisa ficar assim. - digo o olhando no olhos.

Ele tenta respirar, mas ainda é difícil.

- Olha, talvez você fique bravo comigo pelo o que vou fazer a seguir. Mas vai valer a pena, eu juro. - sem pensar muito eu o beijo, sem língua, sem desejo, apenas desespero.

Fico segundos o beijando. Até que o solto e o olho nos olhos mais uma vez.

- Eu li em algum lugar que prender a respiração ajuda com ataque de pânico. Então...quando eu te beijei, você prendeu a respiração. - explico ainda próximo dele.

Ele está mais calmo agora, sua pupila volta ao normal e posso ver o verde musgo que seus olhos tem.

Me afasto dele e ele desvia o olhar.

- Podemos ir dormir? - ele pergunta e eu assinto.

Voltamos ao quarto e Theo se manteu afastado. Não vou julgá-lo, não sei pelo o que ele está passando ou no que está pensando.

Então só durmo.

CONTINUA...





Fake Love - ThiamOnde histórias criam vida. Descubra agora