Capítulo 52

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Liam

- Liam, o que você fez? - ele pergunta. Tento não chorar, mas nas minhas circunstâncias é quase impossível.

- Eu transformei laranjas em suco, de novo. - sussurro.

Ele coloca uma de suas mãos em meu rosto, acariciando com o polegar.

- Me desculpe. - uma lagrima escorre de meu olho, percorrendo minha bochecha, Theo limpa a gota com seu dedo.

- Ei, está tudo bem. - ele sussurra.

- Eu quebrei minha promessa. - soluço.

- Liam... - olhar para ele agora, sabendo da merda que eu fiz era a pior coisa do mundo, ver que eu descumpri com minha promessa e fiz tudo de novo. - Eu estou aqui agora. - cubro meu rosto com minhas mãos. - Mas por que fez isso? - sua voz é reconfortante de se ouvir, suave e lenta.

- Eu não suportei o fato de você ter ido embora e ter sido minha culpa. - ele retira minhas mãos de meu rosto e me obriga a olhá-lo. Seus olhos verdes me prendem com muita intensidade, mesmo que não haja muita iluminação, ainda posso ver seus olhos lindos, me olhando com suas pupilas dilatadas, o que me faz pensar do porquê delas estarem dilatadas.

- Eu não fui embora, estou aqui agora.

- Pensei que não fosse voltar. Você passou 7 horas fora. - digo com o olhar baixo. 

- Me desculpe por não avisar. - Theo sussurra mais uma vez.

Seu tom é cabisbaixo, tom de arrependimento.

- Tudo bem. - não é como se Theo devesse satisfações alguma a mim, mas não tê-lo ali já estava se tornando um pesadelo para mim. 

Me acostumei com sua presença, com seu cheiro e tudo que nele á. Me acostumei com a versão boa do Theo, a versão que eu nunca havia um dia conhecido, mas também não o conhecia tanto, então não posso dizer muita coisa. Mas tenho de confessar, que o Theo que vejo agora, definitivamente esta longe do que eu havia imaginado que ele seria, um Bad boy mesquinho, que briga com quem cruzar seu caminho, mas Theo não bateu em ninguém desde que começamos esse relacionamento falso.  

- Fique aqui que eu já volto. - ele se levanta e sai do quarto enquanto eu apenas fico ali sentado e parado, refletindo no quão estúpido eu fui por ter descumprido minha promessa, eu fiz exatamente o que ele havia dito para eu não fazer, o que só me deixa mais triste ainda.

Minutos depois ele volta com um kit de primeiros socorros e um copo de suco, é até irônico, já que o suco é de laranja.

- Beba enquanto eu limpo seus machucados. - ele me entrega o copo e eu o pego com cuidado. Theo se senta novamente na cama e pega minha mão com delicadeza, passa o algodão molhado com álcool algumas vezes em meus dedos, o que arde, mas é uma ardência levemente suportável.    

Ele limpa todo o sangue e passa uma pomada cicatrizante, enquanto eu tomo o suco aos poucos.

- Pronto. - ele diz uniformizando o ultimo curativo. 

Entrego a ele o copo que o mesmo havia me entregado poucos minutos atrás, agora vazio. 

- Quer comer alguma coisa? - ele sussurra olhando para mim como se exigisse o belo "sim", mas tem receio em me obrigar a comer, e mesmo eu também tendo receio em dizer o 'sim' eu o digo.

- Sim. - minha voz sai embargada, como se aquilo não fosse exatamente o que eu quisesse fazer, mas eu ainda preciso me alimentar, não posso ficar sem comer, mesmo que  por uma noite, pois uma noite leva a uma tarde, uma tarde leva a um dia e um dia leva a algumas semanas, e assim eu vou voltar a ser como era antes, e eu não quero isso.

Ele assenti com a cabeça e se levanta da cama, mesmo eu não dizendo a ele que não quero algo muito pesado, sinto que ele já saiba disso.

Eu não tinha total certeza se era para eu segui-lo ou esperar em meu quarto, mas como não estava com total consciência muito menos com forças o suficiente, eu fiquei na cama. 

Alguns minutos depois, ele volta com um prato na mão, estende para mim e eu o pego, reparo no prato, até que eu tenha coragem para comer os devidos ovos mexidos com tomate e alguns temperos. Tenho que admitir que o cheiro estava ótimo, e só com isso meu estomago embrulhou, não se foi por medo de comer, ou por querer muito comer. Querendo ou não, eu comi, e não me arrependo, estava muito bom. Ele me ofereceu um copo de água e meu remédio para dormir, me surpreendo por ele ter lembrado, já que nem eu mesmo me lembrei do remédio quando vim deitar mais cedo.

Tomo o devido remédio e me deito na cama. Theo ajeita o cobertor sobre meus ombros e deposita um beijo molhado em minha testa. 

-Descansa. - sussurra enquanto eu apenas fecho meus olhos e sorri com seu gesto singelo, porém muito significativo para minha pessoa.

Ele sai do quarto e só agora eu abro meus olhos, lentamente, ainda sorrindo, afinal, é quase impossível não sorrir. 

Poucos minutos depois ele volta, fecha a porta e deita ao meu lado. Parte de mim queria abraça-lo e prende-lo a mim, para nunca mais soltar, sei que parece idiota dizer isso, mas é a mais pura verdade já dita. Porém, outra parte diz para eu deixa-lo ir, seja la onde ele queira estar, mas talvez eu sinta que aqui não é seu lugar, ou que pelo menos ele não queira estar aqui, talvez, essa seja a mais pura mentira que eu já disse em toda a minha vida.

CONTINUA...











Fake Love - ThiamOnde histórias criam vida. Descubra agora