Capítulo 10

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Liam

Como eu já imaginava, Dylan insistiu para Theo dormir aqui, e ele aceitou. Meus pais sem sombra de dúvidas gostaram do Reaken, já que até eles pediram para que o mesmo dormisse aqui.

Jesus!

- Está confortável para você? - pergunto para Theo que estava deitado no colchão sobre o chão do meu quarto. Ele com certeza não estava confortável.

- Estou. - diz com a voz um tanto quanto arrastada. Mentiroso de merda.

- Se você diz. - não insisto, sei o quanto ele odeia ser contrariado ou que insistam em algo que ele definitivamente não concorda. Egoísta e arrogante. Típico Theodore Reaken.

Reviro meus olhos e me viro na cama. Durmo em poucos minutos.

. . .

Acordo em meio a madrugada, ouvindo barulhos. Me apoio sobre os cotovelos e viro o rosto para ver o relógio, que apontam ser 00:35.

Ouço sussurros. Me viro e encontro um Theo nada agradável, ele estava completamente suado, paralisado, pálido, sussurra palavras nada decifráveis, ele está com medo, pelo menos aparenta estar. Ele está tendo um pesadelo.

Confesso que vê-lo assim me deixa assustado, nunca o vi tão vulnerável.

- Theo. - sussurro seu nome, mas ele não diz nada apenas se mexe rápido demais, em busca de algo, ar talvez. - Theo! - saio da minha cama e me ajoelho ao seu lado, toco seu ombro e o balanço. - Eiii! - o balanço mais uma vez e então ele acorda, assustado demais para raciocinar o que fez logo em seguida. Ele me abraçou.

Por que ele fez isso? Por que me abraçou?

- Ei, calma, estou aqui. - disse o abraçando de volta.

- De...desculpe. - ele gagueja ao dizer.

- Está tudo bem, não é sua culpa. - sussurro em seu ouvido, ele ainda está muito aflito, e eu não quero acordar ninguém. - Venha. - me levanto o puxando junto a mim, o deito na cama. Ele parece um bebê indefeso. Cubro seu corpo com o cobertor e o olho nos olhos, ele parece assustado, ainda busca resposta, assim como eu. - Durma, eu estarei aqui ao seu lado. - queria ter perguntado a ele sobre o pesadelo, queria mesmo, mas acho que Theo não está em condições mentais o suficiente para me explicar algo sobre isso, e acho que Theo não confia em mim a esse ponto.

Ele concorda e se aconchega na cama, sorrio com seu ato, me deito ao seu lado e me cubro mais uma vez.

Não dormi bem o resto da madrugada, estive com medo de que ele tivesse outro pesadelo, ver Theo daquela forma era horrível.

Pela manhã ele acordou, tomou banho e pareceu fingir não ter acontecido nada na noite passada, ou talvez ele não se lembrasse, talvez não ligasse. Theo é imprevisível, não posso esperar muito desse cara.

Tomamos café da manhã e então ele foi embora. Eu realmente queria saber sobre o sonho, mas não sei se era apropriado perguntar, ou se estaria sendo muito invasivo. Como disse, Theo é imprevisível, não dá para saber qual será sua reação ou o que esperar dele com a pergunta.

Mas já eram 19h horas da noite, e eu não consigo ficar calmo ou quieto. Pego meu celular rapidamente na escrivaninha e disco o número de Theo.

No terceiro toque ele atende.

- O que quer uma hora dessa?

- Posso fazer uma pergunta
muito invasiva?

- Você está sempre fazendo
perguntas muito invasivas,
Liam.

- Que seja. Posso fazer
a pergunta ou não?

- Faz, oras.

- O que foi aquilo que aconteceu
hoje pela madrugada?

- Um pesadelo, oxi.

- Com o que sonhou?

- Não era só uma pergunta?

- Theo!

- Ok, ok.

- Vai dizer ou não.

- Eu sou mesmo obrigado?

- Não se não quiser.

- Ok, então Tchau.

- Qual é Theo, vai me
deixar mesmo curioso?

- Hummm...
Vou sim.

- Theo! Eu te odeio!

- Novidade.

Ele desliga a ligação e eu reviro os olhos jogando meu celular na cama.

Idiota!

Me jogo na cama e bato meu punho contra ela, que raiva desse garoto cara.

Por fim eu acabei dormindo. Não sei se é saudável dormir com raiva de alguém. Com certeza não é saudável, já que acordei com enxaqueca.

Maravilha. Eu te mato, Reaken!!!

Fake Love - ThiamOnde histórias criam vida. Descubra agora