Advice: Dentro da minha mente (Parte 2)

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"Eu te amo."

Como uma frase tão curta poderia fazer uma pessoa de 30 anos e 1.83cm de altura ficar sem palavras?


Heungmin tinha esquecido a sensação de amar e ser amado; aquela que vem com uma nostalgia da adolescência, de novas descobertas, do formigamento no peito e borboletas na barriga. A sensação de imaginar passar todos os dias ao lado de alguém, e querer fazer da vida dela sempre a melhor – mesmo que isso se construa dentro de si, e não somente no relacionamento.


Por um tempo ele imaginou que se envolveria em pequenos casos até a aposentadoria, e que no fim teria que procurar uma mulher que agradasse o pai para se casar. Esse tipo de futuro assustava-o.


Mas ali estava Son Heungmin, escutando da boca de Richarlison "Eu te amo", depois de uma declaração tão bem construída.

Se para Andrade o coreano era a pintura do céu brasileiro, o camisa 7 também tinha uma referência de quem Richy era.



Ele se apoiou no braço, o cotovelo empurrando o colchão macio um pouco mais pra baixo, trazendo Richarlison para perto, ansioso. O coreano sorriu, passando os dedos pelo braço alheio, levantando levemente a manga da camisa. Ele continuou sorrindo olhando para o bracelete no pulso do mais novo.


- Você sabe porque eu escolhi esmeraldas? – O camisa 7 perguntou, continuando a falar de forma lenta, sem dar tempo de Richarlison responder. – A cor verde delas me lembram o gramado. Todos em que já pisei; desde que era uma criança imatura que só pensava em futebol e que não queria estudar; os gramados não tão verdes que treinava na Coreia, e os que passei a jogar na Alemanha, até vir pra cá. Elas são lindas... Como você Richarlison.

Sabe? Você me trouxe de volta a sensação de dar valor a cada vez que estou em campo..., eu estava com medo de me perder nesse caminho, e você conseguiu trazer tudo de volta. Por isso eu escolhi as esmeraldas... Você me faz bem assim como jogar futebol faz.

Eu amo você.


O brasileiro abriu um sorriso, feliz de ter avançado no inglês para conseguir entender todas aquelas palavras saindo da boca da pessoa que amava. Son tinha o ajudado muito a estudar, mesmo quando em todas às vezes ele reclamou e empurrou os cadernos e livros da língua imglesa para longe porque estava cansado de aprender. Agora estava agradecendo por cada segundo perdido.

Ele se aproximou mais, esfregando a cabeça no ombro próximo do camisa 7 que soltou uma risada leve. Uma alegria imensurável crescendo no peito, substituindo todo o medo que o assustava a menos de uma hora atrás.


Havia um sussurro em seu peito, dizendo-o que o melhor ainda estava por vir, escondendo-se na noite, atrás das penumbras e pequenas intenções.


- Eu queria que estivéssemos em casa... – Heungmin balbuciou voltando a se deitar completamente, colando o corpo ao de Richarlison.


- Por que Sonny? – O brasileiro questionou em um tom de voz baixo, tão próximo ao ouvido do mais velho.


Son o encarou por um instante, levantando a mão para passá-la na bochecha do outro.

- Sou bom em esperar, mas estou cansado... Tudo fica muito quente quando a gente se toca, e eu não sei quando e se posso avançar mais do que já avancei.


Aquela sentença era uma grande placa vermelha de perigo para o camisa 9. Ele entendia totalmente o que Son estava dizendo; ele pensava nisso diariamente.

Tocá-lo era tão bom, e se sentia melhor ainda quando o mais velho tomava conta da situação. Tentou negar para si mesmo que avançar o assustava. Mesmo que tenha recebido um boquete outrora de Heungmin, ele considerava até normal para a sensação fervorosa que sentia pelo outro, estava tomado pelo sentimento e esqueceu o medo.... Mas e sobre as outras coisas, seria tão simples? Estava claro ali que Son era experiente com homens e tudo que envolvia o sexo entre eles, mas aquilo era novo para Richarlison.


- Eu... quero. – O brasileiro deixou escapar, tão baixo que praticamente nem ele mesmo escutou.


- Você quer? – Sonny perguntou necessitado de uma confirmação.


- Não vou mentir Sonny..., tu sabe que eu não tenho experiências com homens. Caralho, foi você que mexeu com a minha cabeça. Mas eu quero tentar.


O coreano abraçou-o, lhe dando um beijo na altura do peito, sorrindo contra o corpo do brasileiro. Uma das coxas se encaixou entre as pernas do mais novo, aproximando-os mais ainda.


Richarlison percebeu que aquilo estava estranho, Son sempre se aninhava daquele jeito pra dormir.

- A gente não vai tentar? – Ele perguntou sentindo as bochechas esquentarem


O mais velho riu.


- Se acalma Richy. A gente tá na casa do Léo, sem roupas de sobra, e você me proibiu de dirigir porque estava passando mal, logo não posso fazer mais nada hoje.


- Ah...


- Você parece frustrado. – Son falou levantando o queixo para o brasileiro.


- Por que você perguntou se não iríamos fazer nada?


- Porque eu te amo Richarlison; não queria chegar no momento de passar dos limites com você.


- Então não precisa mais de limites comigo Sonny.


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