O som incessante era distribuído em um barulho alto e incomodativo pela casa. Richarlison caminhava de forma apressada pelo corredor do ambiente, bufando alto por ter sido interrompido da soneca da tarde.
- Caralho, cadê o povo dessa casa? Campainha dos infernos... Opa. - O brasileiro parou de reclamar surpreso ao ver quem era a pessoa tão insistente em sua porta. - Ei Sonny, por que está aqui? - Ele perguntou dando espaço para o mais velho entrar, este que carregava sacolas grandes que provavelmente eram coisas para comer.
- Obrigado por me fazer esperar 20 minutos até você acordar Charlie, cogitei pensar que estava morto. - Son disse caminhando até a cozinha para deixar as coisas lá. - Andréia disse que você ficaria sozinho hoje, e que provavelmente dormiria a tarde toda. Pensei em sermos produtivos juntos ao invés disso.
Richarlison deixou de lado o sotaque fofo do coreano falando o nome da sua prima, estava preocupado com outras coisas.
- Andréia? Você conversa com ela? - o mais novo perguntara se apoiando levemente na bancada da cozinha, sentindo as mãos suando um pouco.
- Sim, ela é uma pessoa muito boa pra você, e também queria ser próxima de alguém do time pra saber como você anda por lá. - Heungmin falou enquanto lavava alguns dos vegetais que trouxe, procurando a tábua para cortar as coisas.
- Mas tipo... ela sabe sobre nós?
O mais velho levantou os olhos encontrando os do brasileiro que começou a batucar os dedos ansiosos no mármore.
- Claro que sabe.
O brasileiro parou os dedos franzindo os lábios sentindo a expressão do coreano fechar tanto quanto o clima chato que mal tinha deixado Londres.
- Tem algum problema a sua prima saber sobre nós? - O outro perguntou deixando os vegetais de lado.
- Não, é só que... Desculpa Sonny, eu não disse nada pra ninguém. Tipo, caralho, como ela descobriu?
- Ela é sua família Richy, tem coisas que a família sabe antes mesmo da gente saber.
- Eu deixei muito na cara, né? Porra. - O brasileiro bufou sentado na banqueta, largando os braços em frente ao corpo.
Heungmin suspirou abaixando a cabeça encarando as mãos molhadas pelo serviço que estava fazendo a minutos atrás, fechou os olhos e logo os abriu. O cansaço pelo treino de horas atrás também batendo em si.
- Eu preciso perguntar isso antes que percamos o controle Richy... Não sei o que você está pensando agora, ou o que considera "deixar na cara", mas você acha mesmo que as pessoas próximas de nós não imaginam o que temos? Pessoas como o Emerson, Kane, Ben, Daves, Léo e toda sua família...?
- O que você quer dizer, Sonny? - O latino perguntou com um pouco de medo da expressão meio magoada que o mais velho portava.
- Quero dizer que nossos amigos não são burros, Richy. Eu só quero saber se caso todos eles soubessem do nosso relacionamento se você iria se sentir estranho com isso, se você iria querer se afastar ou algo do tipo..., pra eu ficar preparado.
Richarlison se levantou meio exasperado, balançando-as em negação enquanto contornava a bancada pra segurar as mãos molhadas do menor.
- Ei, ei amor, não é nada disso, tá maluco? Não devo nada a ninguém pra ficar ligando pros outros, eu só... pensei que você não iria gostar. Tu sabe que eu sou maluco Sonny, eu assumiria que tô contigo pra todo mundo, eu tive que me controlar pra não te beijar no campo aquele dia, me incomodar com isso é o caralho.
Richarlison respirou fundo depois de falar em um inglês meio fajuto e rápido, finalmente tirando os pesos dos ombros ao ver o coreano abrir o maior sorriso que tinha visto nos últimos dias, afinal Heungmin andava muito triste com o desempenho do Tottenham e estava absorvendo mais da metade da culpa que não o pertencia, como uma esponja.
- Eu te amo. - Son falou deixando um selinho nos lábios alheios, voltando a sorrir depois que se afastou. - Eu nunca me importaria se soubessem que eu estou com você, brasileiro. - Ele deixou mais um selar em Richarlison, sorrindo ao beijar todo o rosto esbelto do platinado, escorregando a mão agora úmida para o pulso do brasileiro e sorrindo ainda mais ao sentir o bracelete que deu para ele em seu braço.
Richarlison levou uma das mãos a nuca do mais velho, segurando os cabelos macios e escuros entre os dedos direcionando o rosto do coreano para cima deixando livre o pescoço dele para ser marcado e beijado em cada canto. Son arrepiava-se a cada vez que a ponta do nariz do brasileiro tocava na pele sensível do pescoço, era difícil manter os arfares dentro da boca principalmente com o maior passando as mãos por todas as partes do seu corpo.
O brasileiro se afastou depois de um tempo sorrindo satisfeito ao entrelaçar as mãos com o mais velho, levando-o pelo corredor até os quartos.
Seria bom se Andréia chegasse tarde naquele dia, ele pensou.
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ADVICE
FanfictionA situação em Tottenham não era a ideal. Son, camisa 7 do clube não estava na sua melhor condição, e não imaginava que isso poderia piorar após se afastar do atual camisa 9, Richarlison.