Subi o complexo do Alemão chorando, no momento queria apenas me livrar do sentimento do medo, e da culpa.
— Cofoi doca? tu num vai passar não.
— Sai da minha frente! preciso falar com o Terror — disse com raiva por ter sido barrada por três.
— Todo mundo precisa dondoca!
— TERROR!!! — comecei a gritar igual maluca no beco da boca.
Os homens tentaram me calar porém comecei a fazer um barraco.
— Cofoi do fuzuê nessa porra?!
Olhei para a porta que se abriu mostrando Terror.
— Preciso falar com você — disse com uma vontade enorme de chorar ao ver o moreno com o fuzil nas costas.
— Te conheço filha?
— Sim.
O homem coçou o queixo desconfiado porém deixou eu passar.
— Solta o verbo patty.
— Eu tô grávida de uma menina.
— Tu quer um parabéns?
Revirei os olhos pondo meus cabelos para trás, nervosa, e ansiosa.
— No baile, nós transamos Terror, fiz a contagem e o filho é seu.
— Como vô saber se tu num deu essa buceta pra um e tá querendo me passar a perna, bandida?
— Eu iria muito querer que um filho meu, tivesse um pai traficante procurado até pela Interpol.
— Tu é mandadona fia.
O homem bufou me olhando sério.
— Eu assumo, sou sujeito homem, mas nós vai fazer o teste.
— Certo — suspirei passando a mão no cangote — preciso da sua ajuda, meus pais me expulsaram de casa, não tenho para onde ir — disse com lágrimas nos olhos.
— Tu fica com uma casa aqui na quebrada.
— Não! — disse cruzando os braços — eu gosto muito daqui, porém esse não é o meu lugar, quero no asfalto.
— Essa pica tá caindo legal no meu cu — murmurou se levantando — ENTRA AÊ TOTÁ — gritou por alguém me assustando.
— Fala tu meu cumpade.
Olhei o homem de baixo para cima com uma careta ao ver seu nariz com pó.
— Tenho uma missão pra tu — disse pegando um malote — tô te dando moral pra caralho novinha, vou te dar tudo do bom e do melhor, mas assim que a pirralha nascer, nós vai fazer o teste, e se num for meu, tu some da minha vida, tá ligada?!
— Sim.
2023
Coloquei a lasanha no forno e abri as cortinas, a vista da praia de Copacabana era simplesmente incrível, sorri me sentindo em paz.
Quando entrei no quarto, vi Julia olhando para a porta com os olhinhos arregalados, os olhinhos do infeliz do pai.
— Pelo menos as bochechas são minhas.
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— Vamos tomar banho fedorentinha?
Retirei toda a roupinha e a enrolei em sua toalhinha, quando eu iria entrar no banheiro, a campainha soou.
— Uma hora dessa? — murmurei pensando em quem poderia ser.
Ao abrir a porta, Terror já saiu entrando, como se fosse dono do apartamento.
O que de fato era.
— Bom dia? — disse irônica fechando a porta — ela ainda não está pronta.
— Num vim pegar ela não — disse fechando as cortinas me fazendo estranhar.
— O que aconteceu?
— Me encurralaram no morro, os arrombado querem minha cabeça a todo custo, vô ficar aqui por esses dias.
— Nem fodendo! você não vai pôr nossa filha em risco, Jungkook!
Respirei fundo antes de entregar Julia, que já foi puxando seus cordões de ouro, para o seu colo.
— E a tua mulher?
— Tá numa viagem ai — disse sem interesse — cofoi fedor? tu tá cheirando a xixi legal, bora tomar banho.
O homem foi para o banheiro enquanto eu pegava o telefone.
WhatsApp
Jimin 🦋 : amigo Jimin 🦋 : não vem para cá, Terror vai passar uns dias aqui, CONTRA minha vontade ok?
Carlos 🌊 : ???
Fechei o WhatsApp e fui diretamente colocar os pratos na mesa.
Fui para o quarto para ver o que Terror estava fazendo, pois a demora já estava me irritando, quando eu iria entrar, vi a cena que fez minhas bochechas esquentar.
— Nós vai dar um rolê de motoca um dia pô, tu num tem noção do que nós vai aprontar sem a chata da tua mãe descobrir, vou comprar logo um cordão de ouro pra tu — dizia sussurrando enquanto passava talco na bebê que sorria para ele sem entender nada — tá maluco pô, vai andar de nikezada!
— Estou escutando tudo.
— De fofoqueira, num pedi pra tu vir se meter no meu lance aqui.
