Empire Of Revenge

7.

Dalila Sokolov.

Já fazem dois dias desde que acordei.

Eu tomei um susto quando acordei e percebi que estava em um novo quarto. Era um pouco maior que o anterior, e mais agradável aos meus olfatos - esse não tem cheiro de produtos de limpeza capazes de me fazer desmaiar.

Sem contar que eu fiquei um pouco chocada e até agradecida quando vi uma pia e vaso sanitário no local.

E também tem um colchão, ele é estranhamente confortável, parece ser novo. O que é estranho para uma prisoneira ter.

E eu fiquei aliviada quando acordei e não senti nenhuma mudança em meu corpo, sem dor, sem sangue ou qualquer outro incômodo.

Até agradeci para Deus.

Bem, tirando o fato de eu estar acorrentado pela perna esquerda.

Adrian não ousou aparecer novamente. Invés disso, uma mulher que aparenta ter mais ou menos minha idade, vem três vezes ao dia trazer comida e um balde com toalha para me lavar e uma escova com pasta para escovar os dentes.

Isso é degradante, eu preciso de um banho completo.

Eu tive dois dias para pensar com clareza todos os acontecimentos e descobertas que me foram ditas, e parecem que ainda não foram o suficiente para achar uma razão lógica para acreditar em Adrian.

Mas muitas me fizeram ter dúvidas, e eu odiei esse fato, porque eu passei a maior parte de minha vida acreditando em algo que talvez nem seja verdade.

Não consigo parar de pensar em Benjamin. Eu fico me perguntando a maior parte do tempo, se ele se foi para bem longe com medo de ser pego.

Mas aí eu lembro que ele não tem medo. Ele é um Sr gelo.

Mas sei que ele tem valor a vida, então fugir é a melhor opção.

É como da última vez, em que eu corri para sua casa procurar segurança, e, minutos depois, pegamos um avião com destino ao Brasil.

Estávamos fugindo para nós manter vivos.

Não seria diferente se ele fizesse dessa vez... sozinho.

Benjamin também ficaria chocado com a revelação de Adrian? ou zombaria? Ele também passou dez anos acreditando que Adrian era o principal culpado, desde que meu pai o provocou, matando sua esposa.

Naquela noite quando eu disse o nome Van Doren ele não parecia muito chocado. É como se ele já esperasse que acontecesse.

Então não havia outro alguém com as mesmas razões de Adrian para matar minha família.

Não se houvesse segredos não compartilhados, que eu não ouvia nas vezes que eu entrava furtivamente no escritório de meu pai e ouvia seus planos com os soldados. E que talvez houvesse um que nem Benjamin sabe.

Mas é impossível, Benji era alguém que papai confiava muito. Eles compartilhavam diversos segredos juntos.

Eu até esperava o dia que Benjamin pararia de ser meu guarda costa para se tornar a mão direita de meu pai.

Eu estou ficando louca.

E nem sequer consegui pensar em uma forma lógica de escapar daqui.

Maldição.

Eu estou sentada no colchão com minha costa encostada na parede fria quando a porta é aperta e Adrian aparece.

Mil vezes maldição.

Eu permaneço concentrada em meus pensamentos, ignorando sua presença indesejada.

- Dois dias foram o suficiente para pensar - ele diz, sua voz grave afetando meus pensamentos.