Capitulo 6

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A tarde estava bonita, o céu estava quase sem nuvens, azulzinho como as águas mansas e inocentes de um rio. Por mais que as palavras do príncipe de Darkness ainda estivessem percorrendo por minha cabeça, eu pensava em Seonghwa, o príncipe de Mars. Eu não sei se deveria ir falar com ele como combinamos, mas estava me perguntando se ele realmente estava lá me esperando para conversarmos igual amigos, me sentiria mal por deixá-lo plantado no jardim como um cravo.

- Vai sair, filha? - Nina se aproxima - Está tão linda hoje.

- Aaah... - Eu disse com um sorriso quando me assustei com sua presença - Vou sim, Nina. - Eu disse amigavelmente

- Com quem? - Ela pergunta curiosa

- Nina, não tenho mais 12 anos. - Eu digo com um certo deboche e passo por ela com o ombro levantado

Ela coloca as mãos na cintura e me olha indignada enquanto eu me sento na cama e dou uma risada ao ver sua expressão

- Até umas horas atrás era "mamãe". - Ela cruza os braços e levanta uma sobrancelha - Algo está a incomodando?

- Além do príncipe de Darkness? Não. - Eu digo e me deito na cama

- Não quer casar-se? - Ela faz um biquinho tristonha

- Tenho outra pessoa em mente que acho que seria menos pior.

- Menos pior? - Ela diz confusa

- Não conta para a mamãe? - Eu me viro e a olho séria

- Eu lá nunca contei nada seu para ela! - Ela chacoalha o braço impaciente

- Eu... Conheci o príncipe de Mars. - Ela arregala os olhos e coloca sua mão esquerda na boca

- Como? O-o príncipe de MARS?! O reino inimigo de Aunaroch?! Menina, o que te deu na cabeça?!

- Foi uma consciência, Nina! Nos encontramos no jardim primaveril ontem. - Eu me sento e faço um bico chateada - Ele é tão gentil...

- As aparências enganam, sabia? - Diz preocupada

- Ele tem uma aparência boa, diferente daquele príncipe lá! - Eu reviro os olhos e me levanto - Eu... Quero conhecê-lo. - Eu dou um sorrisinho ladino para ela que me olha de canto como se estivesse pronta para me dar uma bronca

- Podes tirar esse sorrisinho sacana dos lábios! - Ela repreende e eu a olho brava - Sente-se e pare de xeretar o príncipe Seonghwa.

- Até você sabia o nome dele e eu não! - Eu digo e ela revira os olhos

- Seu pai reclamava todos os dias que os Park tiveram um filho chamado Seonghwa que até hoje eu lembro o nome do rapaz! Isso deve estar com uns 20 anos.

- 25. - Eu a corrijo

- Ele já tem 25?! - Ela diz surpresa - Eu sou tão velha assim?

- Digamos que a senhora... Tenha idade de ser mãe de nós dois.

- Oh não exagere, filha! - Rimos

- Mas hoje... - Eu caminho um pouco - Irei conhecê-lo melhor.

- "Melhor"? - Ela ergue uma sobrancelha - Se seus pais descobrirem...

- Se a senhorita não contar... - Eu me aproximo dela e sento atrás de seu corpo a abraçando por trás - Eles não irão descobrir!

- Ah mas irão sim, mocinha! - Ela aponta para mim

- Eu acho que ele ajudaria-me em algumas coisas.

- O que está dizendo? - Ela vira o rosto para me olhar

- A paz entre Mars e Aunaroch. - Digo a olhando

- Ah, filha... Não sonhe demais! Sabes que isso seria praticamente impossível em reinos tão desunidos como Mars e Aunaroch. - Eu me levanto enquanto ela termina

- Tem razão... - Eu digo pensativa - Mas isso não muda o fato de que quero conversar com ele... Não sei, mas senti algo quando estive com ele ontem.

- Ah... - Ela disse nervosa - Então segura esses sentimentos porque isso aí pode se transformar em outras coisas! E sabes que seu papai não suporta os Park.

- Por isso mesmo ele não precisa saber de nada. Sabes que nunca me adicionei nessa rixa de meus pais com os de Seonghwa.

- Sim, mas vocês já estão inclusos nisso assim que nasceram! - Ela debate

- Não deveria ter lhe contado nada mesmo! - Eu digo e suspiro me virando para a janela

- Não seja assim, Ayla... Entende que a mamãe só quer o seu bem, sim?

- É claro. - Eu a olho por cima do ombro

- Pense bem a respeito disso... - Ouço o som que vem dela ao se levantar - Irei voltar para a cozinha...

Eu suspiro e a ouço sair. Meu estresse era saber que preciso me casar com aquele príncipe, simplesmente não suportei olhá-lo, ele tinha algo que não batia bem comigo, mas não contei para meus pais sobre isso porque tenho certeza que diriam que era pretexto meu para não casar-me com ele, por mais que eu realmente não queira.
Eu saio do quarto e caminho pelo o salão até fora do castelo, passando pelas cadeiras vazias dos reis, que se meus cálculos estiverem certos, estão resolvendo alguns assuntos sobre o reino. Meu irmão deveria estar treinando com os soldados, desde pequeno ele sempre ficava encantado com a colocação de todos os soldados do reino, ou então com os cavalos brancos e pretos com as celas douradas. Ele é um fanático nisso.
Pego minha égua e saio com ela até o jardim primaveril, mas nada me tirava da mente que eu estava sendo observada, a todo momento em que eu preparava Lua para ir, eu sentia olhares sobre mim, mas queria acreditar que era apenas algo da minha cabeça.

 𝐀 𝐅𝐎𝐑𝐁𝐈𝐃𝐃𝐄𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄 (Park Seonghwa - ATEEZ) REESCREVENDO Onde histórias criam vida. Descubra agora