Capitulo 9

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Poderia ser até engraçado alguém como eu ser um escritor iniciante, mas eu simplesmente adorava passar o meu tempo sentado na pequena mesa que tinha ao lado de minha cama e escrever poesias ou poemas. A maioria deles eram românticos, mas eu não tinha tanta inspiração por não ter vivido um romance, costumava escrever o que eu achava que era o amor.

"As manhãs calorosas me lembravam a tua..."

- A tua...? - Eu pergunto-me tentando achar palavras - A tua pele? - Eu escrevo e penso novamente

Suspiro um pouco impaciente por me fugirem as palavras bonitas, mas meu brilho aos poucos aparece quando me veio na cabeça alguém que talvez me fizesse escrever uma poesia bonita.

" A tua beleza é incomparável... Eu desafio qualquer escritor encontrar sinônimos que descreva a tua pele, descreve seus traços fielmente, diga o quanto és bela por dentro e por fora."

Penso um pouco no rosto dela, lembrando da delicadeza de sua pele e na graciosidade natural que vem dela. Eu penso em belas palavras, mas acho que ficariam mais bonitas se eu conseguisse dizê-las para ela.
Me vêem uma pequena idéia que me custaria perder a paciência se meu irmão caçula descobrisse, mas eu gostaria de mandar uma carta para a princesa Ayla, e para isso precisaria da ajuda de alguém que pode entrar em Aunaroch, já que se eu pisar lá, sou capaz de lavar 300 flechas no peito.
Me levanto apressado e abro a porta do meu quarto para ir buscar meu cavalo, trombando em meu irmão no corredor que me olha furioso.

- Estás cego? - Ele arruma sua roupa bufando - Onde vai com tanta pressa?

- Esqueça-me, Seongjoong. - Eu volto a andar rapidamente até fora do castelo

Desço as escadas rápido e quando chego na porta minha mãe me chama. Eu olho para cima e a vejo nas escadas me olhando confusa.

- Onde vai?

- Por que vocês sempre perguntam-me onde vou? - Eu abro a porta e ela cruza os braços

- Porque não és de sair sem avisar. - Ela ganha um ponto, realmente sempre digo para onde vou

- Irei na Ilha Outonal.

- Vai sair daqui até a Ilha Outonal sozinho? - Ele diz preocupada - Leve seu irmão.

- Mamãe, é logo aqui. E achas mesmo que Seongjoong iria comigo?

- Eu adoraria. - Lanço um olhar para meu irmão e ele ri com a mão na boca

- Não faça gracinhas, Seongjoong. - Eu suspiro e olho para minha mãe - Eu venho logo.

- Não pise nas terras dos Park, entendeu? - Ela diz por ser ao lado de Aunaroch

- Tudo bem. - Digo um pouco impaciente e encaro meu irmão, avisando que não é para me seguir

- Devo segui-lo? - Ele pergunta para mamãe que pensa um pouco

Eu olho indignado e meu irmão caminha um pouco até mim.

- Sei para onde vai, não faça-me abrir a boca para nossos pais. - Ele sussurra para mim

- Esqueceu que também guardo bons segredos seus? - Digo no mesmo tom - Papai vai adorar saber que seu filho mais novo tem noites românticas com a filha da criada.

- Eu ainda irei te matar. - Ele diz e nós dois olhamos sorrindo para nossa mãe - Acho que devemos deixar Seonghwa sozinho um pouco, mamãe... O coitado está tão cansado com a idéia de ser rei, é difícil para ele. - Ele me encara com um riso e eu debocho - Oh pobrezinho... - Seongjoong me agarra pelo pescoço e faz um pequeno carinho em meu cabelo - Amo tanto meu irmão.

- Fico feliz em saber que não estão se matando.

- Nunca brigamos, mamãe. São só... Pequenos desentendimentos. - Ele puxa um pouco meu cabelo e eu belisco seu braço

- Seu pai ficará feliz com a notícia. - Ela diz enquanto caminha de volta para os quartos

- Eu deveria aproveitar essa oportunidade para te enforcar? - Ele pergunta e eu sorrio para ele

- Tens assuntos melhores do que eu, irmão. - Digo e ele me aperta mais - Sua forma de demonstrar amor por mim é um pouco estranha!

- Amor? Forma de demonstrar ódio. Como eu disse: qualquer dia ainda irei te matar.

- Não acredito em você. - Eu me solto e pulo nele, agora agarrando seu pescoço - Vai mata-me, é? Eu o mato primeiro.

- Não matas nem mosca, Seonghwa! - Ele zomba enquanto tenta se soltar - Se eu não o matar, podes ter certeza que algum guarda de Aunaroch fará isso se o vê-lo cortejando Ayla!

- Achas que vou em Aunaroch? - Eu digo em tom risonho

- E não vai? - Ele diz como se fosse óbvio

- Se eu for, não é de sua conta. - O aperto mais

- Estou ficando sem ar, Seonghwa! - Ele avisa e bate em meu braço

- Esqueceu que sou seu irmão mais velho, Seongjoong.... Não o contrário. - Minha voz era irônica - Sempre ganho de você.

- Idiota. Solte-me logo! - O solto e ele se prepara para vir até mim, mas corro até a porta e desço as escadas rapidamente enquanto ele vem logo atrás de mim

Eu ando em passos rápidos até meu cavalo, mas quando ouço passos atrás de mim e vejo Seongjoong correndo, eu começo a correr, ouvindo ele chamar-me aos gritos.

- Vais me seguir mesmo, Seongjoong? - Eu falo quando me viro

- Me digas o que vai fazer. - Ele pergunta enquanto seu peito subia e descia pelo o cansaço da pequena caminhada

- Só levar uma carta para Ayla. - Mostro a carta

- Dê-me! - Ele puxa de minha mão - Levo para você.

- Como se eu confiasse em você. - Eu tento pegar a carta, mas ele coloca atrás de si - Devolva-me, Seongjoong. Por favor. - Falo insofrido

- Disse que vou levar e vou! - Ele exclama ofendido

Ele olha para os lados e guarda a carta dentro de sua camisa, depois olha mais para os lados e para trás, conferindo se ninguém viu.

- Se esta carta não chegar nas mãos de Ayla, eu arranco suas mãos fora. - Eu digo apontando para ele e ele encosta em meu cavalo rindo com escárnio

- Sou seu irmão, não deixaria correr riscos, imbecil. Por mais que eu o odeie. - Eu deixo meus olhos semiabertos enquanto olho dentro de sua alma, mas ele continua com os braços cruzados e com um sorriso ladino - Irei levar daqui a pouco, só preciso deixar meu cavalo pastar mais um pouco. - Ele aponta com o queixo para atrás de mim e eu me viro vendo seu cavalo se alimentando das gramas perto de algumas árvores

- Amanhã confiro com San. - Eu falo e ele toca meu ombro, seu rosto estava sério

- Só estou fazendo isso porque não tem nada divertido para fazer, mas eu deveria deixá-lo se ferrar.

- Que bom que não pedi sua ajuda, não é mesmo? - Ele mira um chute em minha perna, mas me afasto e seguro a sua

- Solte, Seonghwa! - Diz e eu o puxo. Ele cai sobre o chão e reclama ponto para gritar - Seonghwa! - Ouço seu grito e corro até o castelo, olhando para trás e o vendo se levantar enquanto gritava

- Deixe de vozear, Seongjoong! - Falo e me viro para olhá-lo

- Irei queimar esta carta se continuar a brincar comigo! Infante! - Ele avisa com um grito

O bom é que Seongjoong e eu poderíamos ter de vez em quando brincadeiras infantis um com o outro. Mesmo ambos sendo mais reservados, principalmente ele, às vezes costumávamos ter um momento divertido entre nós dois, mas a maioria eram desentendimentos, então quando estamos juntos nossos pais estranham e pensam que já estamos brigando.
Estava em dúvida se Seongjoong realmente iria mandar a carta, ele costuma cumprir o que diz, a única coisa que não cumpriu até hoje foi dizer que iria matar-me, e quero acreditar que nunca irá cumprir.

 𝐀 𝐅𝐎𝐑𝐁𝐈𝐃𝐃𝐄𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄 (Park Seonghwa - ATEEZ) REESCREVENDO Onde histórias criam vida. Descubra agora