Capítulo 18

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Assim que o show de eletrônico terminou, que eu não curto muito, mas me animo, afinal tô no Barretão né!? Puxei Pamela pra irmos embora, e as meninas iam depois de Uber, dessa vez tive que fazer igual a mãe dela pro ser ir embora comigo. Me despedi de toda a turma e fomos até a camionete.

[...]

Estacionei a Dodge no meu lugarzinho de costume e subimos pro quarto da Pam, falei pra ela ir tomar um banho, enquanto pegava alguma coisa pra ela comer. Quando ela saiu do banheiro, com os olhos inchados, não gosto de ver ela desse jeito, mas com certeza melhor ver ela assim agora do que depois de ter construído uma vida com aquele moleque.

Ela comeu tudo que eu trouxe, a bichinha tava com fome hein. Depois ela deitou na cama e eu fiquei ali com ela ouvindo ela desabafar sobre todas as merdas que aconteceram nesse relacionamento

– Eu nunca achei que ele ia ser tão imaturo assim, de ter que terminar por telefone - ela diz - ele deveria ter esperado eu voltar, seria mais fácil resolver tudo cara a cara

– Acho que ele não tinha coragem de te enfrentar

– E eu ia fazer o que? Obrigar ele a continuar comigo?

– Quer que eu minta ou seja sincera? - pergunto

– De mentira já basta todo esse namoro

– Você ia se humilhar pra continuar com ele Pam, você amava esse relacionamento sozinha - ela me olha triste - fica assim não, cê não deveria derramar uma lágrima por ele, ele nunca tava só pra ti ali, sempre tinha uma outra emergência mais "importante" que você.

– É...

– Olha aqui - levanto a cabeça dela - ele nunca te mereceu, para de gastar energia pensando nele, eu sei que agora nesse momento é meio difícil não pensar, mas tenta, vai te fazer muito melhor.

– Queria muito, mas tudo que me vem na cabeça é aquele filho da puta

– Pensa em você, cê se deixou tanto de lado pra focar nessa merda - digo, mesmo que dizer tudo isso me dói ela precisava escutar isso - o que eu posso fazer pra você pensar em qualquer outra coisa? - ela me olha com uma cara de quem vai aprontar - eu vou me arrepender de ter dito isso né?

– Não sei, talvez - lá vem, misericórdia

[...]

– Ah não Pamela, esse filme é muito ruim - estou fazendo drama eu odeio esse filme

– Só você que não gosta de crepúsculo, vai assistir sim

– Não tem outro não? Uma comédia, qualquer outra coisa menos crepúsculo

– Cê disse que faria qualquer coisa

– Tá bom! Eu assisto mas não prometo ficar acordada até o fim - ela sorri em forma de vitória, ave Maria.

[...]

Uma meia hora depois ela pegou no sono, ô benção! Não vou ter que terminar esse trem ruim. Sai da cama e cobri ela, desliguei a TV e fui pro meu quarto.

Agora bora tomar uma banho, e colocar meu pijaminha querido, depois só dormir.

[...]

Banho tomado, pijama colocado e batida na porta, eu só queria dormir, quem vai ser as 4 da manhã. Abro a porta com minha cara de zumbi, pra pessoa ver que atrapalhou meu soninho.

– Eu hein, que cara é essa fia - Caio fala como se bater na porta de alguém as 4 da manhã fosse a coisa mais normal do mundo

– A cara de alguém que estava indo dormir, porque tá morta de sono - digo no meu tom de sarcasmo, mas não adianta nada, já que o cowboy entra no quarto sem ao menos eu convidar - Não é querendo ser sem educação, mas que que cê veio fazer aqui?

– Nossa achei que cê seria mais receptiva - ele me olha indignado, gente do céu eu falei algo de errado?

– Querido Caio você poderia por gentileza me informar o porque você veio bater na porta do meu quarto ÁS 4 HORAS DA MADRUGADA?

– Vim te fazer companhia

– Porque?

– Não quer que eu fique, eu vou embora - ela fala fazendo o maior drama

– Não, agora que já tá aqui pode ficar - ele ergue as mãos agradecendo - Já passou uma água no corpo?

– Já tô indo, me aguarde hein

– Não prometo nada - digo já me deitando na cama

Alguns minutos depois sinto suas mãos na minha cintura cintura, e sinto aquele cheirinho gostoso de sabonete, me viro ficando deitada de frente pra ele.

– Boa noite fio

– Boa noite fia

Me aconchego nos braços dele e não demora muito pego no sono.

[...]

Abro os olhos e a primeira coisa que vejo é um par de olhos castanhos

– Até que enfim, acordou a margarida

– Bom dia - falo me espreguiçando - dormiu bem?

– Nunca dormi melhor fia

– É claro, quem dorme mal com essa gostosura aqui? - digo em tom de brincadeira

– Impossível mesmo - ele me dá um beijo na testa enquanto sorri, acho que eu tô apaixonada por alguém

Fico admirando-o e vejo o quão bonito é, não que eu já não tivesse reparado, mas vendo assim de pertinho tem mais beleza ainda.

– Que que foi? - ele me pergunta

– Que foi o que?

– Virei obra prima pra ficar sendo observado?

– Não, mas poderia

– Oloco, já cedo isso - ele ri e vejo que suas bochechas coram - pode parar, que fico com vergonha - eu rio junto com ele e passo minha mão por seus cabelos - Eu aceito

– Aceita o que menino? - oxe, faiou de vez

– O seu convite - que que eu fiz?!

– Convite?

– Sim - ele me responde como se fosse óbvio - de ir contigo pra fazenda, ficar uns dias lá

– Aahhhh esse convite - fico aliviada

– Uai fia não lembrava

– Digamos que eu não estava tão sóbria assim - ele ri

– Mas que que tem de interessante lá?

– Quando cê chegar lá cê descobre

– Largue mão de surpresa - ele diz - tenho que ir preparado

– Uai, não era você que gostava de surpresa? - digo em tom de deboche, ele sorri da forma mais falsa possível - vou só falar uma coisa

– O que?

– Vai ter festa no sábado, então cê vai ficar até o fim de semana

– Mais festa, o fígado num guenta não fia

– Ele vai ter que fazer um esforço, com o tempo se acostuma

Ficamos ali abraçadinhos, enquanto jogávamos conversa fora, depois que não achamos mais assunto nenhum ficamos em silêncio aproveitando o momento, e eu descobri que realmente eu me apaixonei nesse menino. Deus me proteja! Só espero que não saia com a cara quebrada disso tudo.

Lembrança BoaOnde histórias criam vida. Descubra agora