Capítulo 5

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Chegamos no hotel e logo já fui na portaria perguntar se tinha algum problema de levar pessoas que não estão hospedadas aqui, e ver também vaga de carro.

Entrei lá com a maior cara de taxo e perguntei se tinha problema e deu tudo certo passagem liberada. Graças a Deus! Tava morta já.

Falei com as meninas e elas pegaram os meninos e subiram, tentaram subir na verdade. Mas deu quase tudo certo. Quase...

– Pam por favor, nunca te pedi nada - falei implorando pra Pamela levar o Caio lá pra cima, e a mesma negava

– Nananinanão, já falei não é problema meu

– Para de ser chata, só faz esse mísero favor pra mim, eu vou guardar as camionetes e já subo, por favor

– Não vou subir pra lugar nenhum com ela não - Caio retruca

– Cala boca, que cê não tá em lugar nenhum de decidir alguma coisa - respondo

– Quero ver então alguém me tirar daqui - filho da puta, se ele não tivesse quase 20 centímetros a mais que eu, levaria ele fácil fácil - só vou subir se for contigo - ele fala olhando pra mim

– Viu só, boa noite pra vocês - Pamela sobe rindo da minha cara

O que me sobrou: duas camionetes e um bêbado que tá fazendo birra, que lindo hein.

Fui peguei a Ford Ranger e coloquei na vaga, depois coloquei a Dodge RAM do lado e fui pegar o Caio, detalhe, o estacionamento fica do outro lado da recepção do hotel, e ir carregando uma pessoa muito maior que você e ainda que não consegue andar reto é foda.

Estávamos entrando tranquilos (ou nem tanto) no hotel e Caio decide abrir a boca

– Ô moço cê não acha que ela tá uma gostosa? - ele diz em direção ao moço que estava na recepção, como eu vou ficar nesse hotel ainda? Que vergonha

– Desculpa moço, ele tá meio fora de si - falo

– Oxi, pra que pedir desculpa, ele concorda comigo

– Caio pelo amor de Deus cala boca

– Vem calar - ele faz um biquinho - vai entender essas muié de hoje, elogia e ainda acha ruim

Tava querendo enfiar minha cabeça num buraco, mas tava achando muito engraçado também. Fomos na direção do elevador e Caio para do nada, DO NADA.

– Eu não vou entrar nesse trambolho aí não

– Você vai Caio, nem que seja amarrado

– Tá loca e se esse trem para e nois fica preso lá dentro, não, não vou não

– Caio para de graça, entra logo

– Se bem que ficar preso com você não é má ideia - ele fala em tom malicioso, realmente também não acho ruim não, e já foi entrando

Apertei pra ir até o 11º andar e até lá ele foi fazendo gracinha e eu ria junto, era impossível não rir, a melhor coisa da vida é ver gente bêbada. Saímos do elevador e ele falava alto de uma história que teve com o irmãozinho dele

– Aí ele foi lá, pegou no rabo da vaca e ela deu um coice só que foi em mim que eu tava bem atrás do pé dela, tenho marca daquela desgraçada até hoje - ele fala rindo e depois sua feição muda pra uma de dor como se tivesse levado a pancada nesse exato momento. Eu apenas ria dessas histórias.

Chegamos no quarto e destranquei a porta. Tirei o meu chapéu e fiz ele tirar o dele, pra não amassar, a pior dor que se pode sentir nesse mundo é ver a aba do chapéu toda amassada.

– Cê consegue pelo menos tomar um banho sozinho? - pergunto e ele me olha com desdém

– Uai porque não conseguiria?

– Talvez porque você tá mamado?! - respondo como se fosse óbvio

– Eu não tô mamado - imagina se estivesse então - mamado eu estaria se você estivesse de joelhos na minha frente - ele não falou isso, ô Deus do céu dai me paciência, ele ainda fala isso super sério e começa a rir da minha cara, não é possível devo estar com cara de palhaça hoje

– Vai logo passar uma água no corpo que eu vou descer pegar alguma coisa pra comer, e quando chegar quero aquele banheiro desocupado - falo e vou saindo do quarto

Antes de fechar a porta escuto ele retrucando algo mas nem dou atenção, pego o elevador de novo e vou até o restaurante pegar um pão ou qualquer coisa que eu encontrar lá.

[...]

A pior que já fiz ou foi de inventar de comprar cachaça e dar pra esses meninos beberem ou trazer eles pro hotel.

Cheguei no quarto e vi que Caio já estava dormindo NA MINHA CAMA, e quando fui no banheiro, que arrependimento de ir até o banheiro. Simplesmente tudo ensopado até a bota dele, A BOTA. Todas as roupas dele estava, inclusive a cueca logo podemos concluir que ele estava DORMINDO NA MINHA CAMA e ainda estava PELADO. Que bacana hein.

Fui lá dei uma geral no banheiro e tentei improvisar um varal pra secar as roupas dele é coloquei a bota na varanda, que dó dessa bota. Enfim depois de tentar dar uma organizada, passei uma água no corpo e coloquei me pijama. Peguei as almofadas que tinham no sofá e fiz uma espécie de barreira na cama, espero que dê certo, não quero arriscar sentir nada, pelo menos essa noite.

Assim que deitei eu apaguei, tava morta de cansada, ainda mais depois carregar esse homem sozinha e ainda beudo.

Lembrança BoaOnde histórias criam vida. Descubra agora