Capitulo 32

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Já devidamente vestidos e calçados, montamos nos cavalos e voltamos pra fazenda. No meio do caminho Caio tentou me convencer a correr com a égua, mas ainda não tenho essa confiança toda no bicho.

Posso ter nascido e crescido no meio do mato, ter comido muita terra, mas nunca foi foco e prioridade da família animais e pecuária, só as plantas e nada mais. Então a primeira vez que subi em cima de um cavalo eu tinha uns 12 anos. E nem por influência do meu pai, e sim do meu padrinho, que sempre teve interesse nessa área e adora andar com cavalo rodando todos os bares da cidade.

Chegando na sede, levamos os animais para o pasto da frente da fazenda, Caio me ajudou a tirar a traia e depois levar pro estábulo. Os meninos já tinham voltado também, e benza Deus minha camionete tava inteira.

Quase toda minha família estava lá, normalmente sempre enche por dois motivos, primeiro: se alguém convidou minha avó pra almoçar e ela ligou pro resto da família ou quando temos visita. No caso acho que foi um pouco dos dois, já que as visitas são minhas.

A mesa da varanda já estava posta, todos estavam na sala de estar, com certeza só esperando Rosi colocar a panela na mesa e atacar o tão famoso arroz com frango.

Passamos por ali e cumprimentamos todos, pedi a benção, como sempre pra minha avó e meu tio/padrinho.

– Foram da uma passeada? - que passeio bom hein, meu tio pergunta

– O Carlinhos falou de umas vacas que tão meio amuadas, eu e Caio fomos ver - digo - ele mexe com gado, sabe bem mais que eu

– Ahh, cê é veterinário? - ele pergunta para o cowboy

– Não, quem dera - ele responde - trabalho com pecuária de corte só

– Pela região aqui?

– Em Minas

– Nossa Senhora, e veio tão longe por causa de festa? - ele fala - se bem que eu faria a mesma coisa - ele ri, fazendo com que Caio se aliviasse, tadinho tava morrendo de medo

– Agora seu Francisco, ele veio aqui por outro motivo viu? - o bocudo do Ryan fala, pra que véia fofoqueira

– Que motivo? Até já sei - esse é o momento que sinto minha cara queimar - tá atrás da fia, né - vontade de ser um avestruz essas horas e enfiar minha cabeça no buraco, ainda mais com a família completa ali.

– Isso mesmo seu Francisco, esse menino aí tá com ideia torta pra cima da sua sobrinha - cara, se eu pudesse matar o Ryan agora eu mataria

– Gente acabei de colocar a comida na mesa, tá quentinho - surge essa benção de Deus, eu já falei que amo a Rosi né?!

Graças a Deus, assunto pausado, sei que meu tio vai voltar no assunto depois, aquele homem sempre termina os papos dele.

– Esse arroz parece tá divino - Vitor fala

– Não só parece, certeza que vai tá - falo

Todos se servem e sentam na mesa

– Cês já viram tudo pra festa de sábado? - meu primo pergunta

– Opa, tudo pronto já - meu irmão responde

– Vai ter churrasco né? Que eu adoro churrasco - minha avó fala e ri

– Se não tem churrasco, nem tem festa né dona Elena - Neto fala e ri junto, tá tentando ver se a família gosta dele, engraçado que disso o Ryan não fala

– Preparei uma surpresa inclusive, nem o Álvaro sabe - digo, é uma ótima surpresa, que sempre quis fazer e agora temos condição de fazer isso

– E ele não saber de algo é raro hein - meu primo, Felipe, fala e todos caem na risada, inclusive Álvaro, ele sempre foi super de boa com isso, se fosse eu já ia mandar alguma patada, mas meu brother é da paz, ao contrário de mim que puxei minha mãe, somos as duas esquentadas da família, e meu pai e Álvaro sempre foram mais de boa e em busca de sossego.

Depois do almoço sempre tem a sobremesa, e durante a sobremesa sempre tem muita conversa.

– O mãe cê não ligou pra Betina vir almoçar junto aqui? - meu tio pergunta pra minha avó

– Liguei, ela falou que tava no Dr, que depois vinha pra cá

– Nossa esqueci de falar também seu Francisco - adivinhem, sim a mais nova Dirce do grupo: Ryan - tem gente aqui que também tá com umas ideia torta com a sua filha - me fala se não é a pessoa mais bocuda de Minas

Meu tio sempre foi bem tranquilo com a Betina nessa questão, ele fica até feliz na verdade, pra cês terem ideia ele até já planejou o casamento da filha e ela não tinha nem 15 anos. Já o irmão da Bet é extremamente ciumento, ele quem parece o pai dela nesses assuntos. Eu se fosse o Neto fingia uma dor de barriga e ficava pelo banheiro mesmo, se ele quiser ainda sentir sangue correndo pra cabeça dele.

– Betina?? Certeza? Tá falando asneira não? - meu irmão diz - aquela lá faz tudo no sigilo

– Fazia, sou uma fonte de informações do que aconteceu em Barretos - pra alegria da família

– Ele tá assim porque nada compromete ele - Vitor diz

– Como se alguma coisa comprometesse alguém - penso em voz alta

– Como é? - Ryan se faz de desentendido

– Tava pensando alto, Dirce - paciência tá indo embora - repitam comigo coleguinhas, o que acontece em Barretos... fica em Barretos - digo

– Já te falaram que você é grossa? - Neto diz, já que Ryan tinha perdido a língua

– Puxei mamãe - falo e abraço ela de lado

– Ela já te difamou bem hein, dona Eliane -  Caio fala, ala outra Dirce aparecendo, tô bem de companhia viu

– Isso que minha orelha vivia queimando - minha mãe fala e me olha de canto

– Tentando conquistar a sogra é Caião? - meu rosto ficando igual um pimentão certeza, Vitor diz

– Claro né, a filha eu já conquistei - ele não tá me ajudando, quem foi que chamou esses meninos pra vir pra cá - inclusive ela me disse que a senhora faz um pão que fica uma delícia - eu falei isso pra ele?

– Verdade hein tia, faz tempo que cê não faz - Felipe, meu primo, fala

– Quando precisar de chuva eu faço

– Tô vendo que esse pão só sai pra novembro - meu irmão fala, implicando com a mãe

– Boa tarde famíliaaa!!! - o assunto de agorinha chegou...

Lembrança BoaOnde histórias criam vida. Descubra agora