Capítulo 68

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Hora de amanhecer nesse arenão, e claro rebolar tudo que não rebolei essa noite.

As arquibancadas já estavam praticamente vazias, só os fortes ou os bebum sobrevivem.

"PE-DRO-SAM-PA-I-O"

Só tava os loucos e Pamela dançando até o chão, como se não tivesse joelho, eu tava pro meio também.

Mas quem tava arrasando mesmo era o Neto, ele mostrou todos os dons funkiniticos dele. Até duvidei se era hétero mesmo.

Me acabei de dançar ali naquele lugar que tanto amo, simplesmente foi uma noite maravilhosa.

Metade do grupo já tinha desistido e foram sentar na arquibancada, no meio da bagunça tinha sobrado eu, Neto, Betina e Fabi. Estávamos firmes e fortes até a última música do Pedro Sampaio.

Quando o DJ tava saindo do palco, olho pra arquibancada e vejo a cena, de Caio sozinho e deitado com o chapéu cobrindo a cara, obviamente, fui lá incomodar meu minerin.

– Meu amorrrr - digo perto de seu ouvido

– Agora vamo embora né? - ele fala sem se mover

– Vamo, lindo - digo e tiro o chapéu que cobria seu rosto, deixando um selinho em seus lábios, em seguida

Ele se senta, a cara de cansaço dele é nítida.

– Vai lá chamar eles - ele me pede

– Já vou - falo - O povo já foi embora?

– Foi, tavam cansados - ele diz - E eu também tô, vambora logo - fala reclamando

Volto chamar os inimigos do fim e eles até que não relutam tanto pra ficar mais um pouco.

Neto como sempre foi fazendo graça até chegar no estacionamento. E Caio tava meio estressado, isso é falta de sono.

Antes de chegarmos na casa, passamos em uma padaria pegar um pão com mortadela, que chegando lá comemos e cada um foi pro seu quarto.

Assim que fecho a porta, Caio se joga na cama.

– Graças a Deus - ele dizia - Que delícia de colchão

– Vai tomar um banho não?

– Tô quase não tomando

– Eu não durmo com homem fedido

– Azar o seu

– Vamo amor - falo e o puxo pelo braço, para que o mesmo levantasse - Depois te prometo que faço uma massagem

– Hmmm - ele logo se levanta

Vamos pro banheiro

– Tô quase dormindo em pé - Caio fala enquanto eu desabotoava sua camisa

– Dorme não, que eu não guento te carregar sozinha

– Guenta sim, já carregou uma vez - ele solta um riso

– Nem me lembre viu

– Cê não vai lavar o cabelo né? - digo que sim com a cabeça - Vai demorar demais - reclama

– Impossível dormir com o cabelo fedendo a cigarro, Caio - ele revira os olhos e logo entra no box

Tomamos nosso banho quentinho, gostoso. Cerca de uns vinte minutos já tava todo mundo cheiroso, pronto pra dormir.

– Tá esquecendo de nada não? - fala

– Que?

– Minha massagem senhorita - o cowboy me recorda

– Tinha esquecido mesmo

– Olha só... - ele semicerra os olhos e deita de bruço

Fico em cima das suas costas enquanto o massageava. Não que eu fosse uma expert em massagens, mas vejo as reações de Caio de prazer, como se tivesse a coisa mais gostosa do mundo.

– Deita aqui do meu lado... - faço o que ele pede - To afim de comer a massagista - dou um tapa em seu ombro, empurrando-o, fazendo com nós dois soltássemos uma gargalhada

Ele me puxa pra um beijo cheio de carinho, já fico colada nele e aproveito pra me aconchegar em seu peito. Adormeço com seu cafuné em meus cabelos, ainda molhados.

[...]

Desperto ainda agarrada em Caio, percebo que ele me observava, acariciando minha pele.

– Dormiu bem? - afirmo com a cabeça

– Que horas são será?

– Quase 17h - resmungo

– Daqui a pouco tem que já ir se ajeitar

– Cê vai ficar aqui comigo

– Mas depois a gente atrasa

– Deve ter nem ninguém acordado ainda, olha o silêncio que tá - ele diz, realmente se tivesse alguém acordado já estariam fazendo festa

– Tá bom então - digo e o agarro mais forte, me deitando em seu peito

Ele fica um tempinho subindo e descendo sua mão, que me envolvia, nas minhas costas. Aquilo tava tão relaxante.

– Posso te fazer uma pergunta? - afirmo - Porque eu? - ele me questiona

– Como assim, Caio?

– Porque você me escolheu?

– Eu não te escolhi... cê apareceu pra mim - digo - Aí tava dando sopa e eu peguei pra mim - falo descontraída

Ele ri junto comigo, mas repete a pergunta.

– Ainda não me respondeu, porque eu?

– Eu... me apaixonei por você - digo olho em seus olhos, com certeza tô com cara de boba

– E me enrolou mesmo assim...

– Queria ver se cê tava mesmo me querendo, ou era por uma noite  - ele revira os olhos

– Fosse assim, a gente teria transado no estacionamento aquele dia

– Pensando por esse lado - digo - Mas e você, porque eu?

– No momento em que eu te vi, eu pensei "ela vai ser a minha mulher"

– Nossa Caio, eu já tava destinada então?!

– Sempre esteve, fia

– Ainda bem que cê insistiu então, porque se dependesse de mim

– Então né, o que seria de nós sem mim - ele diz brincalhão e recebe um tapa no ombro - Cê sabe que eu te amo demais né!?

– O mesmo tanto que eu te amo, homem - digo e selo nossos lábios num beijo quente e calmo

Ele agarra minha nuca, e bagunçava todo meu cabelo, enquanto eu passava minhas unhas por seu peitoral, sentindo todo o calor de sua pele.

– Agora vamo passar uma água no corpo e começar a se arrumar, minerin

– Com muito prazer, querida.

Tomamos nosso banho quentinho, e enquanto eu me maquiava, ele fica bem tranquilo deitado na cama apenas de cueca. Simplesmente a visão do paraíso.

Se não fosse pelo Luan Santana e Hugo e Guilherme, juro que ficava aqui agarrada com meu homem a noite toda, mas eu também gosto de uma farrinha né.

Hoje o look escolhido tava bem piriguete, coloquei um tubinho preto tomara que caia, minha bota preta, e o chapéu, também, preto. Um all black de respeito. Coloquei alguns cintos de corrente e depois me entupi de iluminador corporal, no meu colo, braços e pernas. Também não deixei de tacar glitter na roupa depois. Brilho é minha marca registrada.

Caio terminava de se arrumar e fui lá fora com as meninas, pra nossa sessão de fotos.

Assim que todos já estavam lá fora nos esperando, tomamos nosso rumo pro Parque do Peão.

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