14. Daechwita

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JINA

Na segunda-feira, alguns dias depois da descoberta dos papéis na sala de Namjoon, hoje eu estou na sala do detetive Son, que é pequena, mas não me incomodo, o silêncio do policial jovem é exorbitante, após lhe contar todos os fatos que vem acontecendo na minha empresa o homem ficou em silêncio, assentindo e provavelmente tentando entender tudo.

Não julgo, afinal, não é todo dia que alguém como eu dá entrada numa delegacia para denunciar a própria empresa.

— A escuta, você está com ela?

— Não. – Minto, não vou entregar a escuta, não antes de saber o que tem dentro dela. Se é algo comprometedor ao meu pai, farei o possível para destruir todo e qualquer rastro.

— Precisamos localizar a escuta, mas antes de tudo temos que começar a eliminar essas pessoas da sua empresa. – Ele olha ao redor da sua mesa e pega um papel começando a anotar o que está dizendo. — Isso pode tomar proporções maiores, você pode estar correndo um risco de vida.

— Então por onde eu começo? – A preocupação dele estava me deixando ansiosa.

— Você mencionou os seus gestores, quem você acha que colocaria uma escuta na sua sala?

Tenho juntado tantos documentos em pastas com Sohui nos últimos dias que me sinto uma biblioteca ambulante, a pergunta de quem potencialmente fazia isso comigo é muito vaga, eu tinha vários nomes, rostos e tipos, não sei por onde começar, mas posso entregar para ele uma cópia dos documentos que juntei.

Com a ajuda da polícia vai ser mais fácil prender os envolvidos.

— Policial Son, este é um documento que venho juntando com as pessoas corruptas da minha empresa, estou lhe dando uma cópia porque eu não tenho uma resposta para a sua pergunta.

— Tudo bem, podemos começar com isso, vou precisar chamar o meu parceiro.

— Tudo bem, eu sei que não da pra fazer isso sozinho. – Concordo com sua fala, meus olhos vão para o policial e me surpreendo em como ele é jovem, confesso que me sinto uma idiota por estar prestes a perguntar o que vou fazer, mas eu não consigo controlar o impulso. — Quantos anos você tem?

Ele me olha por um instante, analisando meu tom de voz, expressão e curiosidade, quando chega a conclusão que a pergunta foi genuína os seus ombros nitidamente ficam mais relaxados.

— Tenho trinta e um, comecei cedo.

— Eu não queria ser intrometida, desculpe.

Ele apenas concorda e coloca o pendrive no seu computador, imediatamente as pastas se abrem e os olhos do policial se enchem de informações.

— Bastante minucioso Jina, você daria uma ótima policial. – Não respondo, o crédito da organização não é meu, é inteiramente de Sohui. — Agora eu quero que você preste atenção.

Son desvia os olhos do computador e me direciona uma caneta diferente, ela é completamente preta e mais pesada que o habitual, é bonita, mas aparentemente não funciona.

— Coloque esta caneta na sua sala, ela tem uma escuta que está ligada ao meu computador pessoal, tudo o que acontecer daqui para frente será gravado por mim, se a pessoa confirmar suas suspeitas vamos poder emitir um mandado de prisão e condená-la por crimes de invasão de privacidade, essa acusação é só para começar.

Pego a caneta relutante, mas sinto que estou fazendo a coisa certa.

— Muito obrigado policial Son.

— Me chame de Shownu. – Certo, Shownu, nome esquisito. — E senhorita Choi, precisamos achar a escuta antiga para que possamos entender tudo isso.

Heartbeat | Kim NamjoonOnde histórias criam vida. Descubra agora