Capítulo 11

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— Mamãe tá doente.

Emily estava bem pela manhã quando chegou no trabalho, e parecia muito bem quando foi embora. Mas talvez ela só estivesse disfarçando bem. Tem a impressão de que ela iria trabalhar mesmo muito doente.

Ele não sabia muito bem o que fazer com essa informação, o máximo que podia fazer era ligar para Emily e dizer que ela poderia faltar no trabalho amanhã.

— Ela já tomou algum remédio?

— Ela tá muito mal, Aaron. Você pode vir aqui?

Certo. Se ela estava muito mal, então ele tinha que ajudá-la. Era somente ela e Ruby, e bem, a menina não podia fazer muita coisa para ajudar.

— Claro, vou levar sopa.

Como estava sem Jack naquela noite, foi possível sair de casa bem rápido. Comprou a sopa no caminho de lá e ainda comprou uma tortinha para Ruby. Só esperava que Emily não estivesse tão mal assim que uma sopa e alguma medicação sem prescrição médica não resolvesse. Aaron também estava pensando que ele só estava indo para casa dela naquele momento apenas porque Emily tinha colocado o número dele na discagem rápida. Caso o contrário, seria Garcia levando sopa.

Quando a porta da casa dela abriu, não foi Emily que o recebeu. Foi um homem, arriscaria dizer que tinham idades próximas ou iguais. Pelo modo tranquilo que atendeu a porta, era alguém próximo o suficiente dela para que se sentisse confortável em deixá-lo receber quem quer que estivesse à porta.

— Posso ajudar? — o homem perguntou.

Mas antes que pudesse responder, Ruby gritou seu nome e correu para abraçá-lo.

— Aaron, esse é meu tio Clyde — disse com muita animação.

Foi então que ele entendeu.

Aaron se abaixou e apoiou um dos joelhos no chão. Ruby continuava com um sorriso largo. Os cabelos estavam no que ele poderia chamar de selvagens. Ela era realmente muito fofa.

— Ruby, sua mãe não está doente, está?

— Não, ela tá bem. — Ela nem tentou desconversar — Eu só queria que você conhecesse meu tio Clyde. Ele é uma pessoa muito legal. Ele é de Londres!

Aaron escutou a risada de Clyde, mas manteve sua atenção em Ruby. Entendeu suas intenções, claro que entendeu, mas...

— Querida.

O sorriso de Ruby foi desaparecendo quando percebeu que ele não estava tão animado quanto ela com o grandioso plano que fazia tanto sentido na mentalidade de 5 anos dela.

— Você mentiu pra mim? — Sabia que sim, mas tinha que fazê-la admitir. Admitir o erro é uma das lições mais preciosas da vida.

— Menti, mas... — ela mordeu o lábio e aquilo pareceu muito com Emily — Não fica triste comigo, por favor. Mamãe não queria deixar eu ligar pra você. Se eu tivesse falado a verdade você...

— Tem razão, eu não teria vindo. Então agora você está me dizendo que desobedeceu sua mãe e mentiu para mim? — Ela apenas baixou a cabeça em resposta.

Um "sim" saiu tão baixinho de seus lábios que quase não foi escutado.

— Aaron? — a surpresa na voz de Emily só reforçava que Ruby havia mentido para ela também. — O que está fazendo aqui?

Mas foi Clyde quem respondeu.

— Ruby ligou para ele dizendo que você estava doente para que viesse até aqui e me conhecesse. — Havia animação demais na voz dele — Fica esperta, Em, ela só tem 5 anos e já mirabolante.

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