Capítulo 18

336 34 32
                                    

Depois do beijo sob o visco, Aaron a acompanhou de volta para casa, para que tomasse café e ele fosse com as crianças para o mercado.

Estranhamente, Emily tinha que morder o lábio para evitar sorrir. Ele estava estóico como sempre, se não o conhecesse o suficiente, diria que estava indiferente ao que aconteceu.

Mônica a olhava como se soubesse de todos os seus pecados, só que com um olhar divertido ao invés de um julgador.

Estando de volta do mercado, Aaron entrou com Ruby agarrado a ele como um bicho-preguiça, sua outra mão segurava a de Jack.

— Sean, pode pegar as coisas no carro? — disse com um sorriso quando Ruby apertou mais os braços ao seu redor — Estou meio impossibilitado aqui.

Sean concordou, mas ainda assim não se moveu para pegar as compras.

— O que aconteceu? — Emily perguntou, porque mesmo que Ruby fosse muito apegada a ele, esse nível de clara possessividade não acontecia sempre.

Jack foi até Mônica e pareceu entregar a ela um pote de sorvete. Emily conteve a risada. Claro que a única coisa que ele se preocuparia em trazer seria o sorvete.

— Eu estava no corredor de cuidado e higiene pessoal, quando uma mulher se aproximou e perguntou qual desodorante eu recomendava, para que comprasse para o namorado. Ruby ficou entre nós dois e falou, bem alto: "Eu quero olhar outra coisa". E quando pedi para que esperasse eu terminar de conversar com a moça, ela acrescentou: "Agora, Aaron".

Já deveria ter imaginado que além dele está machucado, somente ciúmes a deixaria tão grudenta.

— Não sei quem sente mais ciúmes, — Aaron continuou, deixando um beijo nas ondas rebeldes do cabelo de Ruby. — Dakotta ou Ruby.

Ao ser incluída, Dakotta fez uma careta.

— Você é gentil e educado demais para notar que as mulheres estão dando em cima de você. No mercado sempre tem uma mulher pra te perguntar o que você acha de tal produto, ou se pode ajudar a carregar as compras. Acontecia mesmo quando você ia com Haley, ela sempre ficava uma fera porque você não percebia.

Ele não se defendeu.

— Mas você sente ciúmes de tudo. Proibia até suas amigas de dirigir a palavra a mim.

— Porque todas elas tinha uma queda por você. Deus sabe o que eu tinha que escutar quando elas falavam de você.

— Se elas dissessem "oi" e eu respondesse, você as mandava embora! — acusou, apontando para ela, que apenas deu de ombro.

Ela parecia não achar um defeito ser tão possessiva.

Será que Ruby seria assim?

— E por que você ia querer falar com elas? — O tom dela tinha mais acusação que o dele.

Percebeu a pequena risada de Mônica. Ao que parece, aquele tipo de discussão era frequente.

— Isso é culpa sua, Aaron — a mãe deles interrompeu pela primeira vez. Sean ainda esperava. — Você mimava demais sua irmã, não havia desejo não realizado para ela. Você aprendeu a fazer trança porque só deixava que você a arrumasse para a escola, subiu no palco para a apresentação dos dias das mães pois ela só se apresentaria se você ficasse lá com ela. Ficou uma tarde inteira fazendo um pássaro machucado voar porque ela acreditava que você tinha poderes mágicos.

Emily conseguia imaginar Aaron fazer todas essas coisas. Seu olhar encontrou o dele, mas logo Aaron desviou.

Como se ela não o tivesse visto com sombra rosa nos olhos e gloss mal passado nos lábios.

Uma Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora