Capítulo 02

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— Mamãe!

Emily acordou com o grito da filha chamando por ela.

— Mamãe! — veio outro.

Dessa vez Emily levantou rápido, captando mais do que um grito, ela escutou choro.

— Mamãe! — o grito estava cada vez mais desesperado e assustado.

Emily correu para o quarto da filha. E quando chegou lá, Ruby estava sentada abraçando os joelhos, chorando e parecia assustada. Seus olhinhos mostravam que sua dor era genuína e isso levou Emily ao pânico.

— Ruby, querida, o que houve? Está machucada? — perguntou meio ofegante enquanto corria para até a cama.

A  menina negou com a cabeça, mas não cessou o choro. O choro era alto e os soluços o acompanhava.

— Meu amor, o que está acontecendo? — puxou Ruby para o peito.

— O monstro... — suas palavras foram cortadas por mais soluços — ele pegou Aaron, mamãe, o monstro pegou Aaron. — As lágrimas e soluços aumentaram. Ruby soltava um gemido agonizante, desencadeando em Emily seu espírito protetor.

— Foi um pesadelo, meu amor. Aaron está bem. Foi só um pesadelo — acariciava os cabelos da filha, tentando levá-la ao conforto.

Isso não a acalmou. Emily não pode culpá-la, além de Ruby ser uma criança, ela sabe o que um pesadelo pode fazer, o quanto ele mexe com você, quão irracional ele te deixa.

— Vamos para o quarto da mamãe, está bem?

Emily levantou-se com ela e a levou para seu quarto, deitou-se na cama e continuou a tentar acalmar Ruby. Tentou dizer que Aaron estava bem e seguro, que tudo não passava de um sonho ruim, apenas isso.

A essa altura, Ruby não o via desde o domingo que ele veio vê-la, isso foi há 20 dias atrás.

Até este momento Emily não tinha certeza do quanto sua filha gostava do seu chefe, e a resposta era bastante.

Ruby estava tremendo contra ela, os barulhos cessaram, mas ela ainda estava tremendamente angustiada. Ainda soluçava e choramingava, isso fez o coração de Emily quebrar em mil pedacinhos.

Então Emily fez a única coisa que parecia certa.

— Hotchner — sua voz era grogue.

— Aaron, oi, é a Emily.

Emily, registra. Ele estava grogue, mas lúcido o suficiente para ter pego ela usando seu primeiro nome e se pergunta se ela percebeu isso.

— Emily, o que te faz ligar essa hora?

— Eu realmente sinto muito por acordar você, mas é que Ruby...

— Ela está bem? — perguntou preocupado, isso foi como o balde de água fria o despertando.

— Sim, está. Quer dizer, não muito. Ela teve um pesadelo com você e não consegui fazer com que ela parasse de chorar. Você pode falar com ela?

Ele engoliu o nó na garganta. Pobre garotinha.

— É claro.

Aaron pode escutar ao fundo Emily sussurrar que ele estava ao telefone e que queria falar com ela.

— Aaron?

— Oi, pequena.

— Você está bem? O monstro não pegou você?

— Eu estou bem, minha pequena —  ele sabia que estava exagerando ao acrescentar pequena, mas ele tinha uma garotinha para consolar, então se significava exagerar, ele faria — nenhum mostro me pegou, foi só um pesadelo. Estou bem.

Uma Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora