Uma Segunda Chance

Capítulo 05

A noite de filme com Mônica foi melhor do que Aaron admitiria em voz alta. Qualquer criança a adora sem esforço, e Ruby não era uma exceção. A menina esteve radiante em todas as interações com a mãe de Aaron. E apesar de Jack ter ficado no seu típico modo territorialista, a noite seguiu sem ter uma briga sequer entre os dois.

Então eles piscaram e duas semanas se passaram. Hotch mal havia chegado de Nova York, logo no seu primeiro dia de volta, foram chamados para um caso que levou 11 dias.

Ele não ligava para Ruby quando estavam em um caso. Isso é até fácil de explicar, e Emily deve ter entendido ou não se importado, pois ela nunca perguntou sobre. A razão é: Emily é a mãe de Ruby e ela também está longe e Ruby sente sua falta mais do que qualquer coisa. Ele não quer atrapalhar, porque quando estão fora, o tempo que eles têm é o pouco que conseguem para jantar e dormir.

Ele deixa as ligações para quando está de volta. Porque ainda que ele esteja de volta, não significa que ele vá vê-la. Já é difícil ver seu filho todos os dias, ver Ruby é mais ainda.

Não ver Ruby vai além do trabalho e as horas que lhe são tiradas, é mais complicado que isso, porque ele não tem que considerar só Ruby, tem que considerar Emily também. Depois de dias foras, privação de sono e cansaço acumulado, ela merece um tempo e espaço dele, pelo amor de Deus.

E como se a tivesse invocado com seus pensamentos, é ela que ele encontra na sala de descanso com uma rosquinha em uma mão e uma caneca de café na outra. O cenho o franzido e a mente parecia está em outro lugar.

— Bom dia — cumprimentou ele.

— Você tem uma criança, não é?

Não era possível que ela estivesse bêbada. Se fosse qualquer outra pessoa, ele acreditaria, mas não Emily Prentiss.

Ele falhou em esconder o sorriso.

— Sim, e tenho certeza que você conheceu ela.

Ela estreitou os olhos para seu comentário espertinho, mas deixou passar. Afastou-se do balcão ao qual estava encostada e parou ao lado dele.

— Estou com dificuldades de fazer Ruby ingerir qualquer coisa saudável. Ela só quer comer macarrão. Alguma sugestão?

— O que você tentou? — ele pergunta, logo antes de beber do seu café.

— Tentei o básico. O café da manhã por enquanto não mudei nada. No almoço tentei uma salada com alface e tomate, frango ao molho e um pouquinho só de arroz. Ela fez cara feia e disse que queria macarrão. Também tentei arroz com cenoura e nada. Ela se recusa a comer qualquer fruta, Ruby nunca foi assim.

— Barganhar não deu certo?

Ela fez cara feia e ele imaginou que foi exatamente do mesmo jeito que Ruby fez.

— Ela está sendo mesquinha e isso está me deixando assustada. Eu não quero que ela seja aquela menina metida porque a família tem uma ótima condição financeira.

— Eu não sei o que está acontecendo com você, mas você não está no seu melhor.

— Você é a pior pessoa para pedir conselho — ralhou, se afastando do balcão para caminhar para sair.

— Eu não terminei ainda, Prentiss — acrescentou suave. Ele não esperava nada menos que a expressão furiosa que ela lhe deu — Ela é uma criança em crescimento. É grande o bastante para decidir suas coisas favoritas, tem mais determinação no que diz não, sua personalidade está se desenvolvendo e isso, nessa situação, está trabalhando contra você. Ela não está sendo mesquinha, está apenas crescendo.