— Você já parou de fumar, Jennie? — Se, Kim, estivesse com a câmera do notebook acionada, Jeoyeon, viria que não. Pois durante a sessão, a garota acendia um cigarro, enquanto brincava com o esqueiro.
Ficou dispersa com um curto nome da ex-dona do esqueiro. Logo, lembrou da noite anterior, do beijo de Roseanne, da mão dela passeando pelo seu corpo.
Depois que transou com Rosé, aquela foi a única vez que não sentiu um vazio ao ser engolida pelo universo inteiro, mostrava suas paredes externas, mas nunca as interiores.
Jennie, virou a cabeça para trás, voltando a cena em que a professora de biologia a chupava, estava quase escorregando sua mão para dentro da calça de moletom, quando lembrou que infelizmente ainda estava na sessão com seu psicólogo.
— Eu tô tentando parar — Ouviu um suspiro pelo microfone.
— Jennie, nós dois sabemos que não é verdade, há quanto tempo você promete e não cumpre isso? — A bastante tempo.
Depois que ficou com uma família incompleta, a garota já não sabia o significado de viver. Qual seria o jeito certo de existir?
Se até onde sabemos, o cérebro prega peças em nós, como olhar para uma nuvem e ver um formato, causando a ilusão. Até onde podemos confiar no que a gente sente?
Jennie, ainda poderia continuar se enganando em relação a Rosé? Estava mesmo levando isso como um entretenimento? O que ela queria afinal?
— Sua relação com seu pai, como tá? — Jeoyeon, não precisava saber que a garota não respondeu à mensagem do seu pai de uma semana atrás, assim como várias outras que ele mandou após.
— Uma merda — O psicólogo, conseguiu escutar sua risada irônica.
Jennie, se pegava no ciclo vicioso do grande "Não sei”. Kim, não sabia para qual direção seguir, Leste, Oeste, Centro-oeste? Alguém tinha que guiar a garota, pois ela não tinha nem um pouco de senso sobre coordenação motora.
— O que você pode fazer pra melhorar isso?
— Ele tem que melhorar isso.
— Você podia tentar conversar com ele.
— Meu pai não tem tempo.
— Eu tenho certeza que pra você ele arrumaria.
“ Ah, então você não conhece realmente meu pai".
— A sessão, já acabou né, Jeoyeon? — Jennie, perguntou, mesmo sabendo que eles haviam estipulado mais do que o horário combinado, que metade do tempo foi gasto com o silêncio.
— Sim…
— Então até o próximo sábado — Fechou o notebook, antes que o homem pudesse se despedir.
Suspirando profundo, Jennie, estirou o corpo na cama, relaxando os músculos, eles haviam ficado tensionados apenas por tocar no assunto sobre seu pai.
As órbitas de Jennie, foram a porta, quando sua colega de quarto a abriu, vestida em uma camiseta do Pikachu.
— Obrigada por ter ido passear pelo campus — Jennie, olhou Jisoo de uma forma gentil.
— Sem problemas, eu sei o quanto passar em psicóloga é desesperador. — Jisoo, declarou, passando para o outro lado do quarto, onde havia instalado um vídeo game.
Jennie, gostava do modo em que a veterana dava prioridade para o aparelho vicioso, por mais que fosse um objeto, ela o tornou importante, estando em primeiro lugar na sua agenda.
Quando alguém daria prioridade a Jennie? E principalmente, quando alguém se importaria com ela?.
Ficou tanto tempo olhando a interação de Jisoo, com o jogo, que a mais velha olhou de soslaio, vendo Jennie observar a partida por cima de seus ombros.
— Que jogar? — Jisoo, a ofereceu o outro controle, do qual Kim aceitou e juntou-se a ela.
Segundo a veterana, elas jogavam um jogo chamado Mortal Kombat, Jisoo, era boa em manipular os combos e ganhar de Jennie. Porém, a garota achava que ela estava em vantagem por está com a skin “Feudo de sangue”, enquanto a caloura só sabia apelar.
Momentos, são muito relativos, às vezes você está na melhor e depois na pior. Sempre tem aquele momento memorável em que gostamos de lembrar. E aquele, em que Jennie teve a companhia de Jisoo, ficaria guardado em algum espaço da sua mente.
— Jisoo, quem era aquele cara do outro dia? — A veterana, ligeiramente manipulou com maestria o controle do vídeo game. Queria evitar responder aquela pergunta, mas a novata tinha perfil de ser persuasiva.
E ela não estava errada.
— Ele não é ninguém — A forma como disse, parecia que Jisoo guardava muito rancor do rapaz e seja lá o que tenha acontecido, Lisa sabia o que era.
— A Lisa também me pareceu não gostar dele
— Desde quando tem falado com a Lisa? — Jennie, agradeceu quando seu celular apitou, além de fugir da pergunta de Jisoo, fugiria de jogar com ela. Estava cansada de perder.
Assim que visualizou a notificação, Jennie, suspirou pesadamente, com as bochechas infladas, era uma mensagem do seu pai.
[16:00 pm.] Pai
Me encontra no parque em frente sua Universidade.
Cada vez que, Jennie passava os olhos, a mensagem soava como uma intimação, da qual se Kim não comparecesse poderia ser presa.
●
— Essa deve ser a primeira vez de dois anos em que você tem um tempo pra mim — Jennie, zombou, sentando ao banco em um lado afastado do seu pai.
— Eu sei que eu não tenho sido um bom pai, Jennie. É por isso que estou tentando consertar as coisas.
— Você já não acha que é tarde? — Parecia que junto a brisa forte que passou, havia levado junto as palavras que o senhor Kim rebateria.
Jennie, só queria voltar a ser a "garotinha do papai” como seu pai mesmo a chamava. Parece que o Kim, mais velho, havia esquecido que quem morreu foi sua filha mais velha e a esposa, não Jennie.
A sua outra filha estava bem a sua frente, mas ele não queria exergá-lá. Por quê?
— Nunca é tarde pra resolver as coisas
— Você me anulou pai, desde que a mamãe e a Nayeon morreram, se trancou em um hospital em que não era seu lar.
Vulnerável
Constantemente, Jennie, tinha a sensação que seu coração estava aberto para exatamente todos entrarem. Pensou que sempre iria querer lembrar da imagem da sua mãe e da sua irmã, mas em sua imaginação, via a figura das duas distorcidas.
— Eu sei que fui um pai ausente pra você… Mas eu ainda não consigo suportar que elas se foram — O senhor Kim cobriu o rosto com as mãos. Aquela tinha sido a primeira vez que o homem chorou na frente da filha.
— Mamãe e Nayeon se foram, mas eu ainda tô aqui — É como se Jennie, fosse a única sobrevivente não enxergada em meio aos escombros, ela gritava por socorro, mas ninguém a ouvia, tentava dar sinal de movimento, mas ninguém captava. Pois, Jennie, havia tornado-se uma pessoa nula. — Se era só isso, eu preciso ir — Kim, levantou e iria dá o primeiro passo se seu pai não tivesse segurado seu pulso.
— Amo você filha.
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O Que O Amor Faz Com A Mente? - Chaennie
FanfictionUma professora de biologia e pesquisadora, estava fazendo uma pesquisa no campus de uma universidade, de como o amor pode afetar a mente e suas relações, em meio a tudo isso ela acaba encontrando uma voluntária para apaixonar-se por alguém e Rosé es...