Sucessão de acontecimentos

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O destino é entendido como uma sucessão de acontecimentos inevitáveis, que estejam relacionados a uma ordem cósmica.

Jennie, não acreditava em destino, ela acreditava em ações e circunstâncias que levavam ao destino, agora ela não sabia explicar como uma força superior havia de ter sido tão bondosa com ela, a ponto de colocar, Roseanne, como sua professora de biologia.

A garota não prestava atenção no conteúdo — Na verdade, ela prestava atenção em um, Rosé — Aquela calça jeans justa que empinava o bumbum da professora, os cabelos amarrados em um rabo de cavalo, aqueles óculos que a deixavam sedutora, e principalmente o colete de lã azul que realçava sua pele branca como a neve, por cima de uma camiseta básica. Jennie, estava mesmo era fissurada em seus peitos.

— Bom, chegamos ao fim, espero que estudem sobre os microrganismos e as células, para a próxima aula. E também se inscrevam no projeto que tô fazendo no laboratório, vai contar como nota pra eletiva selecionada. — Todos suspiraram, era nítido o desinteresse deles pela cara feia, ninguém estava a fim de ganhar pontos extras, mas uma pessoa em exceção estava.

Jennie Kim.

— Acho que já posso comemorar? Não? — Roseanne, revirou os olhos, não que ela não gostasse de escutar a voz de, Jennie, mas sentia uma coisa estranha quando estava perto dela, era como se aquela voz já estivesse gravada em sua memória há muito tempo, tempo o suficiente para todas as suas células multiplicar quando a ouvisse.

— Nem tão cedo, senhorita, Jennie. Só escolherei a participante no fim da semana!

— Eu sei que a escolhida vai ser eu, comigo não tem cerimônias — Jennie, surgiu com um sorriso malicioso nos lábios

— Não é possível que você não tenha visto uma aliança no meu dedo, ela não é minúscula. Sua mãe não te deu modos?

Gatilho!

Disparou como a bala de uma arma, só que o tiro “não saio pela culatra” acertou Kim em cheio, a tirando da zona de conforto e a levando para as tardes que passavam após a escola, na quimioterapia com sua mãe.

Lembrava nitidamente da fase em que sua mãe teve que raspar a cabeça, antecipando a queda dos cabelos, o como ela ficava pálida, fraca e todo o esforço que seu pai fazia, buscando médicos de fora para ajudá-la.

— Ela deu, até quando pode — Roseanne, engoliu a seco, se arrependendo amargamente do que disse, porém, era orgulhosa demais para um pedido de desculpas.

Jennie, só queria acender um cigarro, para descontar todas suas decepções e frustrações.

— Por que me deu seu esqueiro? — O pulmão de Rosé, expandiu-se, ela ainda tentava puxar todo o ar para digerir a informação que havia acabado de saber.

— Você precisava de um — Deu de ombros, desligando o refletor e recolhendo suas coisas.

Sentia-se culpada, mas também como ela poderia imaginar? Porém, havia uma coisa que ela poderia fazer para se redimir.

— Você é muito parecida com sua mãe — Jennie, franziu as sobrancelhas, não sabia de quem era aquela voz e muito menos que a pessoa conhece-se sua mãe. O fato de elas serem parecidas, já sabia, mas esperava que durante os anos que passou sem se quer olhar no espelho, a semelhança já não fosse tanta, no entanto, ainda era.

Jogou o cigarro no chão, pisando em cima para apagar a pequena faísca e se desencostou da parede, encontrando o homem dono daquela voz. Ele era alto, e passava a mão sobre seus cabelos escuros, ajustou a gravata ao corpo, estava vestido com um paletó e calça social.

O homem, aliviou a garganta antes de dá uma explicação a Jennie, para ter mencionado sobre sua mãe, mas a garota também queria saber quem ele era.

Com os traços coreanos do mais velho, parecia que a garota estava de volta a Coréia, sentia-se em casa novamente, por mais que não tivesse memórias boas em seu país.

— Eu sou Kim Sunghoo, sou advogado e professor de advocacia — Estendeu sua mão grossa para que, Jennie, desse um aperto e assim fez.

— Sou, Jennie.

— Jennie — O homem repetiu seu nome, parecendo reflexivo. — Sua mãe escolheu um lindo nome.

— Na verdade, foi meu pai, e minha mãe gostou

— Ah, seu pai… — Sunghoo, suspirou decepcionado. — Como tá sua mãe, Jennie? Ela deve tá orgulhosa de você, não?

Lembranças: É uma cicatriz na parede da nossa mente, ela tem tamanho e profundidade. É como um quadro pendurado no coração, causando suspiros, um rádio que só toca memórias. Um trem que constantemente levava, Jennie, para passear no passado.

A garota sorriu compulsivamente, tentando esconder a guerra que carregava por dentro.

— A minha mãe morreu faz dois anos — O sorriso nos lábios de Kim Sunghoo, evaporou como água. Estava quieto e pálido, jamais imaginaria que a resposta para seu questionamento seria aquela.

Alinhou a pasta que carregava nas mãos, perto da sua coxa, com os olhos marejados, tentando não deixar a lágrima escorrer, mesmo que não fosse sua culpa, ele se sentia culpado, as coisas teriam sido diferente caso ele não tivesse abandonado a mãe de Jennie. Apesar de ter sido ela, que pediu para ele ir embora.

— Ela morreu de quê?

— Câncer — Provavelmente a mulher teve muita batalha e sofrimento até chegar ao fim. Os dois ficaram em silêncio, até que o homem acendeu um cigarro perto de, Jennie.

Eles tinham o mesmo vício.

Jennie, fumava, porque sentia prazer do tabagismo, que a trazia um bem-estar e diminuía a ansiedade, aquela era um tipo de droga psicoativa.

— Hey, Jennie, desculpa a demora, a aula se estendeu um pouco hoje — Quando a garota virou a cabeça, Kim Sunghoo já não estava lá. Coçou os olhos, com a visão um pouco embaçada. Teria sido o homem, uma ilusão?

— Tudo bem, Lisa — Suspirou cansada, murchando os ombros, com a postura inclinada.


— Podemos ir? — Lalisa, que estava com as sobrancelhas erguidas, perguntou, recebendo uma concordância de, Jennie.

Jennie Kim, respirava o ar úmido, produizo através das folhagens e da grama, completamente corbeta pela neve, seus pés afundavam nos flocos de gelo, sua sorte eram suas botas forradas, que não a deixavam ficar com frio e descer o calçado.

— Para de arrumar essa franja, já tá bom — Por mais que achasse fofo, naquele instante estava a incomodando e assim que Jennie, reclamou, Lisa só deu um último ajuste.

Sentaram no banco remansadas, o que foi quebrado por um barulho de dois flashes. Entretanto, assim que, Jennie, contornou o olhar, parou em Lisa, com uma câmera de fotografia em mãos e duas polaroides, obviamente duas fotos de Kim espontaneamente, estavam lá.

— Não tire mais fotos minhas sem a minha permissão — Jennie, havia mudado drasticamente de expressão. Atualmente segurando, Lisa pela gola do casaco que estava sem reação. Kim, ficou constrangida quando se pegou olhando para os peitos da Universitária.

— Gosta do que vê? — Oh, não, Jennie virou um pimentão na hora, soltando as mãos da gola de Lisa e virando o rosto.

— E-eu, n-não tava olhando — Mentiu, segurando o próprio braço.

— Tô brincando, boba — Lisa, descontraiu o clima e em vez de tirar mais fotos de, Jennie, tirou dos cristais de neve, mas aquelas duas fotos da garota, ela guardaria, valeria como pontos para seu curso de fotografia.

O Que O Amor Faz Com A Mente? - ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora