DESCRIPTION APART: Diferente das outras noites, Dulce Maria tem um pesadelo ao invés de sonhar com Teresa, na casa de bonecas. Assim que seu tão desejado irmãozinho nasceu, Gustavo e Cecília a deixaram no internato e nunca mais voltaram para busca-la. O colégio estava completamente vazio, sem professoras ou a madre superiora, apenas ela e alguns monstros que sempre sinalizavam seu abandono. A mesma chorava todos os dias chamando por sua família, mas ninguém nunca aparecia para leva-la para casa. Até que um certo dia, seres completamente de branco apareceram lhe carregando a força para dentro de um carro, dizendo a todo momento que seu lugar era num abrigo, pois, com a chegada da nova criança na família, seus pais não a desejavam mais.
————Cecília's pov: Esperando meu marido terminar o banho, fiquei zelando pelo sono da minha pequena. Eu amo vê-la dormindo. Suas bochechas conseguem ficar ainda mais gordinhas e rosadas, e ela fica a coisinha mais fofa do mundo! Minha pequena parecia tão serena que eu nem me importei com o fato de ela estar dormindo sem ter tomado banho. Mas a calmaria durou por pouco tempo. De repente, ela começou a se mexer frequentemente, fazer caretas e falar, quase gritando, palavras que não consegui distinguir.
— Não me levem! Eu não quero ir. NÃO! — Ela gritava ainda com os olhos fechados. Parecia desesperada, mesmo dormindo, e eu fiquei sem saber oque fazer. Por alguns segundos, minha respiração se trancou, meu coração começou a bater muito forte e eu suei frio. A sensação de desespero tomou conta de mim e, sem pensar muito, corri até ela tentando acorda-lá.
Cecília: Dulce! Dulce Maria! Meu amor, acorda! — Extremamente nervosa e com os olhos marejados, a balancei forte, até ela levantar arregalando os olhos, que não demoraram a derramar as lágrimas presas. Minha pequena parecia assustada — Minha filha! — Puxei a mesma para os meus braços assim que o nervosismo passou, e as lágrimas de desespero desceram pelo meu rosto. A abracei com força e ela pulou no meu colo, soluçando de tanto chorar. — Calma, meu amor. Tá tudo bem, a mamãe tá aqui — Acariciei seu cabelo e a apertei fortemente contra meu peito, tentando acalma-la. Vê-la desesperada daquela maneira despedaçou meu coração em várias partes.
Dulce: Eu não quero ir para o abrigo! Não me leva pro abrigo, por favor, Cecília! — Ela dizia entre soluços. Pude sentir meu ombro todo molhado com suas lágrimas quando ela afundou o rosto ali, mas nem me importei. Levantei com ela no meu colo, e a abracei forte.
Cecília: Calma, meu amor. Respira! Foi só um pesadelo, se calma. Eu tô aqui com você — Eu pedia ainda balançando-a, ouvindo seus soluços — Eu nunca faria isso com você, filha. Nunca! — A apertei ainda mais forte acariciando seu cabelo.
Dulce: Eu não quero ir embora quando o bebê nascer, não quero — Ela disse em um tom de desespero. Uma sensação de angústia me consumiu junto com a tristeza de ouvir e vê-la chorar. Suas palavras desencadearam a parte mais dolorosa da minha história, parte essa que eu não sei dizer se foi azar ou livramento até hoje. Relembrar o passado é muito doloroso para mim, então eu tô sempre evitando pensar e falar sobre para não acontecer oque está acontecendo agora: Eu estou chorando como uma criança com a minha filha no colo.
Permaneci abraçando ela em silêncio por longos minutos, confortando a nós duas com o abraço, até sentir que seus soluços haviam diminuído. Mesmo triste vendo-a assim e com lembranças ruins na mente, me senti na obrigação de esquecer tudo e focar apenas no que a minha garotinha sentia. Levei-a para a cama de casal, a colocando sentada e me ajoelhei diante da mesma. Ela passou suas mãozinhas nos olhos inchados, e abaixou a cabeça.
Cecília: Filha, olha pra mim — Levantei sua cabeça e ela me encarou com o rostinho inchado e os olhos apertados e vermelhos. Me dói tanto ver minha garotinha alegre tão triste assim...— Me conta, oque aconteceu pra você ficar tão mal, meu amor? — Aguardei por sua resposta por um tempinho, mas ela não me respondeu. Acariciei o rostinho dela aproveitando para tirar algumas lágrimas do caminho, e logo parei segurando suas mãos — Olha, eu não sei bem oque aconteceu... Mas eu quero que você saiba que acima de tudo, eu e seu pai amamos você!
Dulce: Amam mesmo? — Ela disse com a voz embargada, claramente insegura.
Cecília: É claro! Você é tudo na nossa vida, meu amor. A nossa primeira filha, a felicidade e a nossa razão de viver um pouquinho mais todos os dias. Se não fosse você, eu e seu pai seríamos distantes e muito tristes. A gente te ama mais que tudo, meu amor, e nunca, nunca vamos deixar de te amar.
Dulce: Nem quando eu aprontar? — Disse séria e parando de soluçar.
Cecília: — Sorri de canto, percebendo sua melhora na fala — Nem quando você apronta. Essa é a sua essência, e por mais que sempre dê um trabalhinho pra resolver sua bagunça, a gente sabe que você é uma boa menina e não faz de propósito, ou por maldade. Você pode contar com a gente pra sempre — Falei acariciando sua mãozinha e beijando-a em seguida.
Dulce: Você promete que ninguém vai me levar pra um abrigo de criança?
Cecília: Ninguém nunca vai encostar em você, porquê eu não deixo! Eu e seu pai jamais deixaríamos isso acontecer com você.
Dulce: E quando o bebê de vocês chegar?
Cecília: Nunquinha! Eu, você, o seu papi e esse bebezinho que tá aqui na minha barriga, vamos ser pra sempre uma família. Seu irmãozinho ou irmãzinha só tá chegando pra completar a nossa família e trazer mais alegria pra nossa casa, como você sempre quis. Ele ou ela não vai roubar o espação reservado pra você no nosso coração, isso eu te garanto. — Falei confiante e ela abriu um sorriso lentamente, me fazendo sorrir também. A paz tomou conta do quarto novament, e eu me senti realizada por conseguir fazer a minha garotinha sorrir depois desse susto — Vem cá, me dá um abraço — Me aproximei e ela agarrou meu pescoço e eu sua cintura. A abracei forte, passando toda a confiança possível pra ela — Eu te amo mais que tudo, minha filha.
Dulce: Eu também te amo, mamãe — Ela disse beijando minha cabeça. Ficamos assim por um tempinho e logo saimos do abraço. — Posso dormir com você hoje? Tô com medo de ter pesadelo de novo e você e o papi me deixam mais segura — Ela disse me encarando com sinceridade.
Cecília: Claro que pode, meu amor. — Assim que falei, Dulce pulou pro lado da cama, eu deitei, a cubri todinha e ela se aconchegou nos meus braços.
Dulce: Boa noite, mamãe.
Cecília: Boa noite, meu amor. Dorme bem — Dei um beijo na cabeça dela, acariciando seus lindos fios loiros. Minha pequena ficou cansada e não demorou a dormir com o meu cafuné. Fiquei zelando o sono dela por um bom tempo, até ele me pegar também.DESCRIPTION APART: Minutos após as meninas dormirem, Gustavo saiu do banheiro enrolado na toalha. Ao ir pegar uma roupa para dormir, o mesmo teve a visão das duas dormindo abraçadas. Ele se aproximou e deu um beijo na testa de cada uma, seguido por um carinho.
— Minhas meninas — Ele dizia hipnotizado com aquela linda imagem, e aproveitou o momento para registrar com uma foto. Parou observando-as dormir, mas logo colocou seu pijama e se juntou a elas. Assim, a família dormiu juntinha.
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Para sempre, - Gucília.
RomanceCecília Santos é uma doce e gentil moça de 24 anos. Atualmente grávida de seu primeiro filho, a professora de português do Colégio Doce Horizonte é uma ex-noviça, que deixou a vida religiosa para viver um romance com Gustavo Lários, o pai de sua alu...