Capítulo 17 - A volta para casa.

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GUSTAVO

— Sr. Gustavo? Sr. Gustavo... — Ouço uma voz me chamar 2 vezes ao fundo de um sonho.
Ainda estou com sono, mas me forço a acordar, percebendo que o dia já clareou. Com os olhos cerrados, sorrio ao sentir minha linda esposa dormindo plenamente nos meus braços, e dou um beijo em sua cabeça. Aos poucos, me desvencilho dela, e esfrego meus olhos para tentar acordar. Os abro lentamente, e me assusto ao ver que a enfermeira está dentro do quarto. Pelo visto, foi ela que me chamou enquanto eu dormia.

Gustavo:... Bom dia..? — Digo para chamar sua atenção. Ela rapidamente fica de frente para a cama, e se afasta um pouco da mesa onde pôs sua prancheta.

— Bom dia, sr... Desculpe por ter te acordado. Vim saber como a D. Cecília passou a noite, e aferir a pressão dela.

Gustavo: Ela... ela dormiu bem, tranquila. Só acordou uma vez, mas não teve nenhuma outra crise durante a noite. — Digo um tanto envergonhado por estar deitado na cama do hospital.

— O senhor poderia... — Faz um sinal apontando para a cama, e eu entendo que é para me retirar.

Gustavo: Claro, claro! — Assinto, saindo cuidadosamente para que Cecília não acorde. Me afasto um pouco da cama, e a enfermeira se aproxima com a prancheta e o aparelho de pressão em mãos — D-desculpa por isso. Eu não sabia se podia ficar na cama, mas minha esposa insistiu pra que eu dormisse com ela, e eu não consegui negar... Se tiver alguma multa por isso, eu pago, sem problemas. — Digo, e a enfermeira ri levemente com a minha preocupação.

— Não tem nenhuma multa. O senhor fez bem em ficar com a sua esposa. Amor e carinho são os melhores remédios que ela poderia receber depois de uma crise forte de ansiedade. Está até mais corada do que ontem...— A moça diz, e eu sorrio aliviado. — Só pedi para se afastar um pouquinho por que precisava medir a pressão dela e poderia haver alguma alteração, caso você se mexesse.

Gustavo: Ah, sim!..— Digo um pouco mais quieto, observando ela medir a pressão da Cecí com o aparelho. O aparelho começa a apertar, e eu começo a me incomodar com o fato de ela ainda não ter acordado...
— Desculpa atrapalhar, mas você sabe me dizer por que ela ainda não acordou? Ela dormiu bastante desde que chegamos ontem, e normalmente tem o sono leve...

— Esse remédio que ela está recebendo na veia pra diminuir a ansiedade dá bastante sono, é normal...— O aparelho apita, e ela sorri ao olhar para o visor. —... Olha só, a pressão dela baixou bastante, já está controlada. Agora já posso retirar o acesso, e entre 30 e 40 minutinhos ela acorda.

Gustavo: Que bom! Já estava ficando preocupado.

— Pode ficar tranquilo. Sua esposa está ótima. Em algumas horinhas já recebe alta, só estamos esperando sair o resultado dos exames de sangue para a Dra. Cabrini analisar e liberar vocês.

Gustavo: Tomara que não demore muito...— Digo vendo ela se preparar para retirar o acesso da mão da Cecí. — Então, vou aproveitar que ela ainda está dormindo pra dar uma passadinha na cafeteria e comer alguma coisa. Se ela perguntar por mim, diga que não vou demorar, por favor. — A moça assente, e assim, eu saio do quarto.

• Na sala de espera...
— Gustavo! — Ouço alguém me chamando ao passar pela sala de espera. Olho para trás, e vejo minha cunhada vindo até mim.

Gustavo: Fátima? O que está fazendo aqui? — Pergunto confuso, e surpreso.

Fátima: Eu liguei pra você e pra Cecília pra saber como a Lulu tinha passado a noite, nenhum dos dois atendeu o celular, então liguei para o apartamento, e o Silvestre me contou que vocês passaram a noite aqui. O que aconteceu? Por que a minha irmã foi internada? — Demonstra afobação.

Para sempre, - Gucília.Onde histórias criam vida. Descubra agora