1.6K 103 8
                                    

Não seja um leitor fantasma
Curta e comente❤

Isabella Santos

Não acredito que estou realmente tendo coragem de fazer isso! O meu coração palpita de tanta animação e medo.

Agora são exatamente, duas e cinquenta e três da madrugada e eu estou arrumando as minhas coisas para finalmente deixar esse inferno!

Moro com meus pais e mais duas irmãs mais velhas, Maria a mais velha e Rafaela a mais nova. Minhas irmãs foram planejadas, já eu não, e eles fazem questão de demostrar isso.

Desde pequena eu vejo a diferença do tratamento delas, para mim. Era sempre abraços e beijos para elas e pra mim, sempre era aquele olhar de desgosto, de " não fez nada amais que a sua obrigação ".

Contanto que o tempo foi passando, eu fui deixando de lado a rejeição. E quando as minha irmãs me provocavam eu somente ignorava e deixava ela falarem o quanto quiserem, pois toda vez que eu me defendia, eu sempre era a errada e a que sofria as consequências. Tenho algumas pequenas cicatrizes pelas as surras que levei por conta delas.

Eu venho de família rica, meus pais obtém um grande património o qual eu não posso tocar em nenhum centavos. Não posso ter nada dele, a não ser o poder de ficar nesta casa, de resto mais nada! E isso tudo por causa das minha irmãs.

A exatamente um ano atrás minhas irmãs e eu tivemos mais uma briga, até ai nada incomum, até Rafaela decidir que seria uma boa ideia acabar com os poucos livros que tinha. Os livros ficavam no lugar mais alto da prateleira então, Rafaela subiu no banquinho que eu usava para pega-los, escorregou e caiu em cima da minha escrivaninha que continha uma jarra de vidro com água e um copo do mesmo material. A escrivaninha balançou com o impacto, a jarra e o copo caíram se quebrando logo que tocaram o chão, Rafaela bateu a cabeça na quina da escrivaninha e se cortou com os cacos de vidro do chão.

Manhosa como é, começou a chorar o seu choro chamou atenção do meu pai que chega logo após do acidente. A cabeça da Rafaela sangrava por conta do corte superficial e isso foi o suficiente pro meu pai se desesperar.

- Calma querida, me diz oque aconteceu!- meu pai pede a Rafaela, a preocupação é evidente em tua voz.

- Foi ela papai, sempre é ela! - Rafaela diz apontando para mim. - Ela pediu que eu pegasse um livro para ela, e eu fui com toda calma do mundo, mas quando eu subi no banquinho ela o chutou para que eu caísse de propósito! - Rafaela diz com a cara mais lavada do mundo. Oque que eu fiz para merecer isso, meu Deus?

O olhar de meu pai era de puro ódio, eu o já vi com raiva antes mas nada parecido como ele está agora!

- PARA DE MENTIR GAROTA! - Grito já com lágrimas nos olhos.- Pai, elas vinheram até o meu quarto para me provocar igual as outras vezes mas, como eu sempre eu só ignorei. Até que ela decidiu pegar os meus livro, subiu no banquinho escorregou e caiu. O senhor pode perguntar a Maria, ela sabe da verdade! - Tento me livrar da punição a qualquer custo.

-  Qual é o seu problema, garota? - Maria pergunta indignada.

- Por favor Maria, fale a verdade. - imploro já com a voz embargada pelo o choro. Ela me olha com desdém e continua a fazer o seu teatro de sempre.

- Todo mundo aqui sabe que você morre de inveja da gente, e por isso derrubou Rafaela! Rafaela foi com toda paz do mundo pega o livro que você pediu, e mesmo assim você não teve dó nenhum dela e a derrubou do banco. Foi ela papai, Foi ela que machucou Rafaela!

- Como ousa machucar sua irmã, Isabella? E ainda tem a coragem de mentir. - Meu pai diz indignado.

- Pa...

- CALA A BOCA, ISABELLA! - eu to ferrada.

Naquele dia, meu pai me bateu ainda mais que nas outras vezes. E no final de tudo, falou que não iria mais me "bancar" que eu teria que me sustentar sozinha.

Naquele mesmo dia, eu não recebi mais nada deles nem mesmo um copo d'água e foi ai que tudo começou. Eu peguei as minha economias das mesada que eu ganhava deles e comprei comida na rua. A minha sorte é que eu não era igual as minhas irmãs, que gostavam de gastar com bolsas de luxo ou algo do tipo. Eu sempre comprava somente o necessário e guardava o resto, pois eu sabia que poderia acontece algo parecido futuramente, então eu tinha um pouco de dinheiro guardado. Ele me salvou por um mês, esse foi o tempo suficiente para que eu conseguisse arrumar um emprego. O dinheiro que sobrou eu guardei e comecei a me sustentar com o dinheiro do meu trabalho. A minha sorte era que eles ainda me davam a moradia, se não eu estaria ferrada.

Como só gastava com comida e água, eu consegui juntar uma boa grana para finalmente deixar esse lugar e agora eu estou terminado de arrumar minha malas para ir embora.

Pensei por muito tempo para onde eu iria depois daqui, mas decidi que não queria continuar no Brasil! Hoje, estou me arrumando para ir pro Estados Unidos. Sou fluente no idioma a anos por conta dos meus pais, já fiz o visto de cidadã, sou emancipada, já comprei as passagem e agora só falta ir mesmo.

Termino de arrumar as minhas coisas e observo o lugar a minha volta.

- É, eu realmente não vou sentir falta daqui!- falo baixinho. Eu só tenho lembranças ruins desse lugar, quanto mais longe eu estiver daqui melhor.

Saio de casa fazendo o menor barulho possível, oque não está sendo nada fácil por conta da malas

Vou andado até o portão do condomínio e de longe, já vejo o carro do motorista de uber que chamei. O que não foi nada fácil por causa do horário.

- Boa noite! Isabella Santoni? - pergunta ele com um pequeno sorriso simpático ainda dentro do carro.

- Boa noite! Eu mesma - digo retribuindo o seu sorriso

Ele então, desce do carro, abre o porta-malas e me ajuda com as minhas malas.

- Obrigada. -digo assim que vejo todas as minhas malas colocadas no carro. Ele somente acena gentilmente, entra no carro e eu faço o mesmo logo em seguida.

O caminho de casa até o aeroporto foi bem tranquilo! Não falamos nada durante todo o trajeto, ele parecia bem cansado e eu não tava muito afim de conversar, também. Só aproveitei, fiquei todo o caminho pensando que daqui algumas horas, eu finalmente vou ter paz.

- Chegamos! - Diz o motorista assim que estacionou o carro.

Olho ao redor e vejo o aeroporto praticamente deserto, há somente algumas pessoas com aparência cansada esperando seus voos.

Saio do carro e o vento frio me faz encolher. Aperto o meu casaco ao corpo, pego minhas malas, pago o motorista e finalmente adentro no aeroporto me livrando do frio.

[...]

Agora são três e trinta e quatro, o avião decola daqui a seis minutos e graças a Deus eu já estou no avião! Teve um grande problema na hora de embarcar, porque teve uma mulher que encucou comigo e não queria me deixar embarcar, por eu ser menor. Sendo que eu já tinha resolvido tudo com a mulher que fez o meu check-in! Mas graças a Deus, pareceu um homem e me liberou.

Agora estou sentada, só esperando o avião decolar para minha nova vida começar.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
In ControlOnde histórias criam vida. Descubra agora