Heartbreak is the national anthem

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A vida é mesmo uma jornada maluca, nada realmente faz sentido e nada deixa de ter. Estamos sempre atribuindo significados a coisas pequenas, tirando lições de situações malucas, procuramos razão nos encontros e desencontros que nos acontecem mesmo não sendo segredo para ninguém que o universo é um caos. É uma tentativa pífia de se localizar como ser existente e consciente.

A consciência pode ser difícil de aguentar sem uma dose de romantização.

Ryujin compreendia isso agora.

A realidade uma vez que compreendida não poderia voltar a ser ignorada.

Queria parar de correr, precisava parar em algum momento.

Mas o que faria quando parasse de correr?

Esbarrou em um corpo.

Caiu.

Foi o estopim.

Chorou.

"Você está bem?"

Pergunta estúpida, pensou.

"Não."

"Notei."

A estranha estendeu a mão.

Que situação deplorável se encontrava.

Aceitou a ajuda.

"Você quer um copo de água?"

Encarou a garota, baixinha, cabelos tingidos de loiro, era um pouco esquisita.

"Não."

"Certo."

Estava uma bagunça internamente e externamente.

"Olha, não quero parecer intrometida nem nada, mas não é todo dia que esbarro com alguém correndo e chorando, então eu vou ter que perguntar; Tem alguém te perseguindo ou por acaso tentaram fazer algo ruim com você?"

"O que?"

"Quero dizer, essas coisas acontecem, os homens se sentem muito a vontade nesse colégio."

Queria tanto que a garota calasse a boca.

"Pode confiar em mim, se algum otário passou dos limites com você, eu vou te defender"

"Ninguém tentou me assediar."

"Tem certeza?"

"Tenho."

"Okay."

Ryujin precisava de um momento para se recompor, processar os sentimentos, mas a garota continuava parada na sua frente, a olhando como se fosse doida. Devia parecer uma mesmo.

"Sabe, você pode ficar o tempo que quiser, mas não posso sair daqui no momento, não tenho outro horário disponível para vir aqui."

Se deu conta de que estava na sala de música, não era a garota esquisita que atrapalhava seu momento, era ela quem estava atrapalhando o ensaio dela.

"Desculpe."

Não conseguia se mover.

"Sem problemas, eu odeio ficar sozinha nessa sala de qualquer forma, é assombrada."

Inegavelmente esquisita.

"Fantasmas não existem."

"Mas você parece ter visto algum."

Touché.

"Pode voltar a chorar, eu e os fantasmas não nos incomodamos."

"Não vou chorar na sua frente."

Sad beautiful tragic love storyOnde histórias criam vida. Descubra agora