Prólogo

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Felicity Smoak 💻

Meu sonho era ser mãe. Meu sonho era ter um bebê pra proteger, amar, chamar de meu. Meu sonho era sentir aquele amor que só uma mãe sente por um filho, aquela necessidade de ser mãe sempre esteve presente em mim.

Vovó Katy sempre dizia que eu tinha esse dom. Eu sempre cuidava da neta de uma das amigas da vovó. Não pelas 10 pratas por hora (eu não precisava disso, mas a Mary, mãe da bebê, insistia em dar), mas pelo prazer de embalar aquele pequeno ser nos braços e ninar para dormir.

Eu não lembro muito dos meus pais, Donna Smoak e Noah Smoak, eles morreram em um acidente de carro quando eu tinha 5 anos. Estavam voltando do hospital onde minha mãe estava fazendo quimioterapia. Ela tinha câncer de ovário. Das poucas lembranças que tenho da minha mãe, a maioria são dela em uma maca no hospital, pálida, dizendo o quanto me amava e o quanto queria que eu fosse feliz e um dia pudesse sentir esse amor de mãe.

Só Deus sabe o quanto eu queria sentir esse amor, e só Deus sabe o quanto eu queria minha mãe aqui, para ela sentir o amor de uma avó.

Desde a morte dos meus pais, Katherine Smoak me criou. Ela sempre teve um pensamento muito à frente da sua idade. Muitas vezes eu me perguntava quem era a idosa ali, e vovó dizia que era eu.
Eu tenho meu próprio negócio, 27 anos, moro sozinha em um apartamento confortável no centro de Starling City. Me formei no MIT aos 21 anos, assim que me formei, me juntei com meu melhor amigo, Curtis Holt, e abrimos a Hélix.

Hélix era uma loja de tecnologia no berço da cidade que rendia bons frutos voltado para consertos de todos os tipos de eletrônicos. Curtis e eu éramos os melhores no que fazíamos e sempre tínhamos movimento. Desde celulares até geladeiras smart. Fornecíamos também serviços como alarmes (com reconhecimento facial) e gps.

Curtis era a pessoa mais próxima de um irmão na minha vida. Nos conhecemos na faculdade e desde então não nos desgrudamos mais. Ele, depois da vovó e da Lyla, era a pessoa que eu mais confiava e amava.

Nem Curtis escapou da minha tentativa de ser mãe. Por mais gay que ele fosse.

Flash Back On

— O QUE? - Curtis gritou e depois olhou em volta percebendo que tinha conseguido chamar a atenção de todos no pequeno pub. Sorriu sem graça e abaixou o tom de voz - Eu não vou fazer um filho em você. Não vamos casar. Tá doida? Não gosto disso que você tem entre as pernas.

Estávamos em um pub que sempre frequentávamos em Starling depois do expediente. E eu tinha acabado de pedir ao Curtis para termos um bebê.

Eu não queria um casamento, não queria juntar as escovas. Eu só queria um bebê. Meu amigo era perfeito.

— Você sabe que esse sempre foi meu sonho. Eu não quero um casamento, não precisa se mudar pra minha casa. Nem nada. Não! Não mesmo. - falei balançando a cabeça em negativa - Não quero casar com você, Holt. Eu só quero um bebê - falei fazendo minha melhor carinha de gato de botas. - Você vai ser um pai maravilhoso. E se não quiser, nem precisa ser pai - sorri amarelo

Curtis era lindo. Tinha a pele negra e o sorriso em seu rosto sempre iluminava o ambiente. Nosso bebê seria lindo. Nosso não. MEU. E de mais ninguém.

— Fe li ci ty - falou meu nome pausadamente e eu revirei os olhos - , você é minha irmãzinha. Devo cuidar e proteger. Eu vou amar seu bebê. Mas o seu bebê com outro macho. Eu não. Meu Deus... - arregalou os olhos - Você sabe como os bebês são feitos certo? Não vou transar com você, Smoak. Arrume um boy maravilha.

Eu gargalhei.

— Não quero transar, idiota, só quero seu esperma.

Ele suspirou aliviado.

— Lys, se o problema é o esperma. Podemos ir na clínica, te ajudo a escolher um pai bem gato pro nosso baby geek. Não vou ficar me masturbando.

— Não chama meu filho de baby geek.

Ele revirou os olhos e pediu a conta.

— Vou ligar amanhã para Thomas Merlyn e marcar uma consulta para você. Lembra dele?

— Sim, ele era o safado de ginecologia que dava em cima de toda a faculdade. - falei me dirigindo a saída do pub e sendo seguida por Curtis.

— Esse mesmo, queridinha. Se ele topar, amanhã mesmo teremos a primeira consulta. Deixarei ele a par de todo o seu argumento de "quero ser um forninho, mas para o pão ficar pronto eu não preciso das mãos de um padeiro gato"

— O que? - que diabos ele estava falando?

Ele simplesmente riu dando sinal para um táxi. Se despediu e entrou no mesmo.

Meu deixou parada na calça com cara de indignada. Eu não era um forno!

Flash Back off

No dia seguinte Curtis fez como prometido e ligou para Thomas, e logo depois escolhi o pai do meu filho.

Na verdade eu não escolhi nada, quem escolheu foi o Curtid. Loiro, alto, olhos azuis, porte atlético e sem histórico de doenças crônicas na família. Ele insistiu tanto nesse perfil que eu nem me importei, o que valia mesmo era o bebê vir saudável. A aparência era o de menos.

Thomas e Curtis se conheceram na faculdade, - meu amigo sofreu um  bullying devido à sua orientação sexual, e Tommy o defendeu batendo em todo mundo - eu também conheci ele, porém foram só meia dúzia de palavras, ele até deu em cima de mim, mas Curtis logo o cortou. Depois eu me formei e nunca mais o vi.

E hoje, cá estou eu de perna aberta, só com um pano tapando a minha nudez e com Thomas gostoso Merlyn entre as minhas pernas.

Não me entendam mal! Inseminação artificial é bem desconfortável.

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Personagens:

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Unidos pelo acaso / Olicity ~ ArrowOnde histórias criam vida. Descubra agora