Doze

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Oliver Queen 🩺

Medo.

Medo. Era isso que eu estava sentindo toda vez que via o Tommy entrar e sair do quarto em que Felicity estava ele passava por mim e nem olhava na minha cara, ele passava por mim correndo e isso aumentava o meu medo. Eu só queria ouvir um "Está tudo bem, Oliver" "Eles estão bem, Oliver". Mas não, Tommy nem se dava esse trabalho. Eu estava tremulo e me sentindo fora de órbita, a mulher que eu amo estava lá dentro ferida, e meus filhos correndo risco.

Tinha acabado de chegar à casa do John quando Thea me ligou dizendo que Felicity havia sido atropelada e o desgraçado que fez isso não teve a decência de prestar socorro, deu ré e fugiu. A sorte era que Thea estava com meu pai no telefone na hora do ocorrido, rapidamente meu pai se prontificou em mandar seu melhor grupo do Pronto Socorro. Thea disse que ela havia batido a cabeça, e que havia sangue em suas pernas. Esse era o meu maior medo.

John foi para o shopping pedir imagens do acidente, eu precisava saber quem foi o desgraçado que fez isso. Ele não precisava fugir, já que havia sido um acidente. O erro dele começou quando não prestou socorro. Minha mãe, minha irmã e Katherine estavam na sala de espera, e eu estava sentado no chão do corredor do quarto de Felicity, ninguém me deixava entrar e eu só queria notícias dela e dos meus filhos. Eu não me via sem eles, nada podia acontecer com os três.

— Oliver, vai pra sala de espera – meu pai apareceu se agachando ao meu lado

— Eu não vou sair daqui enquanto não tiver notícias – encostei a cabeça na parede – você não sabe como é.

Meu pai deu um longo suspiro e se sentou ao meu lado.

— Quando sua mãe estava grávida de você, ela quase te perdeu.

— Eu não sabia – olhei

— Acredite, filho, eu já passei pelo que você está passando, sei exatamente o que ta sentindo. – olhou para a porta do quarto, mas eu sabia que ele só estava lembrando – Estávamos dando um almoço, o primeiro almoço na Mansão Queen, quando sua mãe rolou escada abaixo. Eu nunca vi ela sangrar tanto daquele jeito, Oliver – suspirou e me encarou – Ela estava com sete meses de gestação, por pouco nós não te perdemos

— Vocês nunca me contaram isso, pai.

— Não sentimos que fosse preciso. Mas eu nunca perdi a fé de que você ficaria bem – sorriu – Eu sabia que você nasceria forte e daria muito orgulho. Eu amo sua irmã, muito... Mas você, meu filho, eu quase te perdi. Te mimei muito por isso.

— E eu só te dei desgosto – abaixei a cabeça

Meu pai esperava que eu fosse um bom filho, um filho que lhe desse orgulho, um filho que ele pudesse contar nos momentos difíceis, meu pai queria que eu fosse um bom homem. E eu o decepcionei em todos os sentidos. Eu precisava reparar esse erro, eu queria que meu pai olhasse para mim e sentisse orgulho, assim como daqui a uns anos que queria sentir esse mesmo orgulho dos meus filhos.

— Não, claro que não. Você foi culpa minha e da sua mãe, nosso desespero de te perder foi tanto que quando você nasceu demos tudo que você queria, com Thea não cometemos esse pequeno erro e também...

— Pai, eu sinto muito. Por tudo que eu já fiz de errado – coloquei a mão em seu ombro – Estar com Felicity me fez perceber que a vida e muito mais do que eu imaginava. As responsabilidades fazem parte da vida, e as minhas maiores responsabilidades estão dentro desse quarto – cocei a testa – Se não fosse por você, se não tivéssemos esse hospital, acho que o pior já teria acontecido.

Unidos pelo acaso / Olicity ~ ArrowOnde histórias criam vida. Descubra agora