Catorze

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Olhei impaciente para a tela do notebook, eu me sentia a pior pessoa do mundo por estar fazendo tudo aquilo. Eu tinha que confiar nele, não tinha? Oliver já me deu provas suficientes que me ama. Mas porque isso agora? Ele nunca dormiu fora de casa, nunca. Porque hoje ele queria fazer isso?

Minha respiração estava descompassada e minhas mãos suando. Eu precisava saber o que tava acontecendo. Por mais errado que fosse o que eu estava fazendo, eu precisava saber.

— Fica calma, Lissy, não é nada demais - Thea falou tensa

— Isso é estranho demais, ele tá a muito tempo na clínica, o horário dele já acabou!

— Às vezes foi alguma emergência - sentou na cama

Eu e Thea estávamos em cima da minha cama a duas horas olhando para aquela tela. Já era noite, eu estava morrendo de fome, e tudo que eu queria era o meu amor para dormir comigo. Na verdade eu também queria uma comida japonesa no ponto, com bastante molho shoyu e um suco de beterraba e laranja. Eu precisava disso.

— Thea estou com fome!

— Novidade - revirou os olhos

— Estou com desejo - coloquei a mão na barriga que roncou confirmando a minha fome tremenda

— O que você quer, mamãe?

— Hot Filadélfia com bastante molho shoyu, suco de beterraba e laranja e um pudim de chocolate.

— Onde eu vou arrumar um pudim de chocolate, Felicity? São 22:00 da noite. E você é alérgica a frutos do mar. Quer morrer?

— Ain, eu esuqeci - choraminguei - Eu quero o seu irmão - falei com voz de choro e meus olhos encheram de lágrimas, Oliver não podia me deixar.

— Chega, eu vou ligar pra ele.

— Não não - me recompus - A gente precisa descobrir o que ele tá fazendo.

— Eu tô amando ser detetive, mas você tá morrendo de fome - colocou a mão na minha barriga - Mas minhas meninas estão com fome né - falou imitando uma voz de bebê e eu gargalhei - A mamãe tá rindo da madrinha, vamos chutem ela. - eu estava no quarto mês de gestação e os meus filhos ainda não tinham chutado, dado soco, se espreguiçado, nada do tipo. Tommy disse que era normal, ainda mais em uma gestação gemelar, ele disse que a qualquer momento eles dariam um sinal.

— Eles não vão chutar pra você. Eles estão com fome e você não tá dando comida a eles.

— Passa isso pro seu celular e vamos sair pra comer então. - revirou os olhos.

— Não revira os olhos para mim, sou uma mulher grávida e exijo respeito - pisquei - Vou fazer o que falou.

— Tá vou separar a chave do carro e minha bolsa - falou levantando da cama e saindo do quarto. Rapidamente passei o sistema de rastreamento para o meu celular, peguei minhas coisas e fui até Thea que me esperava na sala - Só me responde uma coisinha bem simples, assim, bem simples mesmo. Onde vende suco de beterraba com laranja? - franziu o cenho

— Quem acredita sempre alcança. Vamos logo! - falei indo para a porta.

Depois de ficarmos meia hora rodando Starling atras de um suco de beterraba com laranja, encontramos um quiosque vegano aberto na praça da cidade. Para a nossa sorte, e bem contraditório, ao lado tinha um food truck japonês e depois de um suborno da Thea ele fez o Hot Filadélfia sem salmão. Comi feliz da vida e por um momento esqueci que estava rastreando o meu "namorido". Eu já tinha até pensado em desisti quando o meu celular começou a apitar dizendo que ele estava se movendo.

— Que diabos de barulho é esse? - Thea perguntou esticando o pescoço para olhar meu celular

— Oliver estava indo em direção a Lamb Valley. - falei surpresa

Unidos pelo acaso / Olicity ~ ArrowOnde histórias criam vida. Descubra agora