Capítulo 11.

40 4 0
                                    

Liz segura o ombro direito de Victória e Lúcifer o esquerdo. Ele sente uma pressão em sua mente e seus olhos se fecham inconscientemente.

Liz não é humana, mas é mortal, isso significa que ela sente frio.

A mente de Victória é fria e silenciosa. Ela olha em volta, eles estão em uma sala redonda, não há nenhuma janela, mas em toda a circunferência da sala há portas, dos mais variados tamanhos e cores.

A sala não tem teto, em vez disso as paredes só continuam como se fossem infinitas.

Ela olha para Lúcifer, ele está, assim como ela, olhando o lugar.

A uma pequena camada de névoa cobrindo o chão, Lúcifer anda alguns passos até a parede em que há uma porta de cinco centímetros de largura e doze de altura.

— O que você acha que tem atrás dessas portas? — Ele pergunta para ela. Liz demora para responder, ela se aproxima dele até os ombros deles estarem se tocando.

— Só há um jeito de descobrir — Ela disse e acena para ele. Lúcifer abre a porta e uma luz ofuscante sai dela, Liz se sente sendo sugada para algum lugar.

Quando a sensação diminui, Liz abre os olhos, ela está em um quarto pequeno, as paredes são lilases. O quarto é bem iluminado e tem um berço branco encostado em uma parede, há uma poltrona atrás do berço e na parede atrás dela tem uma pintura de uma árvore roxa.

Nessa mesma parede há uma grande rachadura cortando a árvore. Liz se aproxima para vê-la melhor, mas um barulho no berço o faz parar.

No berço tem um bebê, Liz supôs que é uma menina de quase um ano.

A garotinha parece estar dormindo.

— Ela não pode ouvir a gente, pode? — Lúcifer sussurra para Liz, ela nega com cabeça e Lúcifer acena.

Ela anda mais dois passos em direção a rachadura, mas para abruptamente quando ela começa a brilhar.

O brilho branco intenso começa a sair da rachadura e começa a tomar uma forma humanoide.

A forma não tem mais do que um metro de altura, o brilho se estingue, revelando uma criança de não mais de quatro anos.

A garotinha olha desnorteada para os lados e desmaia. Liz estende os braços para tentar pegá-la, mas ela passa por eles como se Liz fosse um fantasma. Ela cai no chão fazendo seu vestido azul se enrolar ao redor de suas perninhas pequenas.

Com o barulho, a bebê no berço acorda e começa a chorar. Liz ouve passos pesados, Lúcifer, que está atrás dela, a puxa para trás e eles voltam para onde estavam.

A porta se abre. Liz observa uma mulher entrar e correr em direção ao berço.

Ela segura a bebê em seus braços para tentar acalmá-la.

— Shiu, Antonella. — Liz arregalou os olhos e olhou para a mulher em choque. Ela piscou algumas vezes e sacudiu a cabeça.

— Há muitas Antonellas no mundo — Ela disse para Lúcifer, que estava olhando para ela.

A mulher riu quando o choro da bebê aumentou.

— Aposto que você está mal-humorada porque acordou antes da hora normal, não é? — A mulher disse com um sorriso nos lábios. — Seu pai era igualzinho, sabia? — Ela ajeita a bebê para ela ficar deitado em seus braços, finalmente se acalmando. — Ah! Você não podia acordar o ranzinza Levine antes das nove da manhã se quisesse que ele seja legal e não saia xingando velinhas por aí.

Liz suspirou quando ouviu a fala da mulher, ela levou uma mão para massagear a têmpora, nunca parando de olhar a cena entre mãe e filha.

— Vamos fazer um lanchinho então —A mulher disse se vira para sair quando vê a outra garotinha deitada no chão. Seus olhos se arregalam, ela coloca o bebe de volta no berço e corre na direção da pequena criança.

As fendas entre os universos.Onde histórias criam vida. Descubra agora