Capítulo 19.

48 8 0
                                    

Lúcifer odiava admitir, mas uma pequena parte dele estava com medo do que iria acontecer se o plano não funcionasse.

— Tem certeza de que a foice está aqui? — Ele pergunta um pouco apreensivo, eles estavam vasculhando cada centímetro do aço, um lugar fora do multiverso, a procura da foice. — Ela pode ter trocado de lugar.

— Acho que não. Ela sabe que estávamos vindo e sabe que provavelmente pode acabar com a gente.

— Muito encorajador — Lúcifer brinca. Liz revira os olhos rindo.

— Então ela só deve ter... — A frase de Liz morre em sua garganta com a visão a sua frente.

No meio do salão, chorando sobre o corpo gelado e pálido de Lorena, está Victória.

Ela ergue a cabeça e olha para eles, seus olhos estavam vibrados e vermelhos.

Lúcifer não achava que era Victória que estava mais com eles.

— É a sua culpa — Victória chorou e apontou para Liz. Por reflexo, Lúcifer estendeu o braço a frente de Liz.

— Não, não é — Liz disse de forma confiante. — A culpa é sua. Você criou as fendas. Foi tudo você.

Isso pareceu deixar Victor mais furiosa.

— Todas aquelas pessoas doentes, foi você, não venha colocar a culpa em mim, eu amava ela também.

Lúcifer viu as mãos de Victória tremerem e, com uma última lágrima escorrendo na sua bochecha. Ela levantou o pulso e o chão começou a balançar.

Os espelhos nas paredes começaram a quebrar.

Várias rachaduras começaram a aparecer.

Lúcifer olhou para Liz, que sorrio e acenou para ele.

Era hora do plano entrar em ação.

Ela desviou de uma bola de fogo que Victória jogou em sua direção e correou na direção oposta a ele, o tempo todo enviando cacos dos espelhos na direção de Victória.

Lúcifer foi para onde viu a Victória colocando a foice, mas para o desespero dele, ela não estava lá.

Ele olhou em volta e procurou desesperadamente pelo local.

Um feitiço passou perco de sua orelha direita, fazendo ele de encolher e olhar para a luta.

Liz estava com um escudo levantado, Victória estava lançando raios nele.

Liz fez o escudo aumentar de tamanho e o lançou na direção de Victória fazendo ela ir para trás e atingir a parede.

Ela se levantou com dificuldade e abriu a mão, a foice apareceu com uma fumaça azul.

Liz arregalou um pouco os olhos, suas mãos ficaram iluminadas por uma luz roxa.

O plano original era simples ( simples demais para o gosto de Lúcifer). Ele consistia em Liz distrair a Victória enquanto Lúcifer pegava a foice.

Esse plano já era, Lúcifer começou a pensar em jeito de improvisar.

Ele olhou para o caixão de vidro e teve uma ideia.

Ele realmente não queria fazer isso, mas ele não conseguia pensar em outra coisa que poderia funcionar.

Lúcifer respira fundo e ergue a mão em direção ao caixão de vidro, ele invoca o fogo do inferno e, imediatamente, o caixão entra em chamas.

Lúcifer escuta o grito de Victória e uma luz forte o atinge, fazendo-o voar para trás.

Ele pisca bem a tempo de ver Victória tentando apagar o fogo.

Liz se aproxima dela com a foice em mãos e, de olhos fechados e mãos tremendo, mata Victória.

Lúcifer não tem tempo de sentir alívio, porque junto ao corpo de Victória, Liz cai também.

E é aí que Lúcifer vê.

As mãos dela estão manchadas de sangue, suas roupas também estão molhadas dele.

Ela abre a boca tentando desesperadamente puxar ar, mas não consegue.

Lúcifer corre até ela e a puxa para os seus braços.

— Liz... — Ela não responde, mas tosse e sai sangue de sua boca.

Ela estende os braços para segurar os braços dela e fecha os olhos.

Lúcifer sente a sensação de teletransporte e tenta impedi-la, mas é tarde demais.

Ele agora está na floresta de seu universo, se ele se esforçar, consegue ouvir o barulho de carros da cidade.

Nos seus braços esta Liz, com o corpo frio. Ela está morta.

Lúcifer sente as lágrimas escorrendo e seu peito aperta, ele se sente um idiota.

Um completo idiota que nem conseguiu evitar a morte dá...-

Um som de respiração a tira de sua espiral de pensamentos.

Ele olha para baixo e Liz está olhando para ele.

— Olá estranho — Liz disse e olha para baixo tentando achar o ferimento. Lúcifer faz o mesmo, não há nada.

— Como... quê? — Lúcifer pergunta.

Liz franze as sobrancelhas, ela se levanta com um pouco de dificuldade e fecha os olhos.

Uma mão vai ao encontro de seu pulso. Lúcifer tenta ouvir o som do coração dela, ele não ouve nada.

— O sangue da Hope — Lúcifer disse.

Liz se vira para ele.

— Você é uma vampira agora — Lúcifer disse, não sabendo se isso é bom ou ruim.

— Mais ou menos — Liz disse e flexiona os dedos. — Ainda sinto a minha magia, ela não é igual aos das bruxas, então eu continuo com ela.

— Sangue — Lúcifer disse como se tivesse acabado de lembrar de algo. — Você precisa de sangue humano.

— É — Liz disse. Eles começam a andar para a cidade quando Liz vira a cabeça para encará-lo. — Você já invadiu um hospital?

— Não — Lúcifer disse rindo. — Essa é mais a praia da Maize.

Liz ri e segura a mão dele. Lúcifer não a afasta, ele tem certeza de que nunca vai se afastar.

As fendas entre os universos.Onde histórias criam vida. Descubra agora