CAPÍTULO 2

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S/N POV

Ao entrar no quarto do Simon, vejo que ele já dormia.
Me aproximo, e me sento ao seu lado, passando as mãos pelos seus cabelos loiros.
O garoto tinha vários traços da Olívia.
Olhar pra ele me fazia sempre lembrar dela, era como se ela estivesse sempre comigo.

Mesmo depois de anos eu ainda sinto a sua falta, por isso nem a aliança eu tirei do dedo ainda, eu não consigo. Sinto que se eu fizer isso, é como se eu estivesse deixando ela ir, mesmo sabendo que eu devia fazer isso. Eu não consigo deixá-la ir.

-- Eu te amo, pequeno. -- sussurro para não acordá-lo e beijo sua cabeça. Percebo que ele agarrava um ursinho. Estranho porque não era nenhum que eu já tenha dado a ele, e mais estranho ainda que ele não gostava de ursos.

Apago a luz do abajur que ele esqueceu ligado, e me levanto, indo até a porta. Mas antes de fechar, dou uma última olhada nele.

[...]

-- O que está desenhando, hm? -- Me sento ao seu lado no sofá. Não há aula hoje porque é sábado.

-- É a Sadie. -- ele diz. O olho confusa.

-- Quem é Sadie? -- pergunto, e ele me passa o desenho.

-- A mulher que me salvou de ser atropelado pelas roupas, mamãe. -- ele diz, me deixando ainda mais confusa. Mas o desenho me lembrava alguém, eu tinha a impressão de que já a vi antes.

-- Como assim? Você quase foi atropelado? -- Pergunto, e ele assente, pegando o desenho das minhas mãos, e voltando a pintar.

-- Sim. Mas ela me salvou antes do carrinho bater em mim. -- ele diz.

-- Filho, foi aquela mulher que estava com você? -- pergunto, e ele assente.

-- Ela é muito bonita, não é? -- ele pergunta, e eu sorrio, assentindo. -- Mamãe?

-- Sim?

-- Não acha que devemos fazer algo para agradecer a ela? --

-- Você tem razão, devemos. -- digo, e me levanto.

Pego meu celular e ligo para o Finn, que logo atende.
O Finn é meu assistente pessoal, e melhor amigo, ele cuida das coisas no escritório quando não estou.

-- Finn, preciso de uma ajuda sua. -- digo.

-- Claro. Do que precisa? --

-- Preciso que tire quinhentos mil da conta, e coloque em uma maleta. -- digo.

-- Tudo bem. Mas pra quê esse dinheiro todo?

-- Para um agradecimento. -- digo. -- E por favor, preciso pra hoje.

-- Ok, ok. Queria um agradecimento desses também. -- ele diz, rindo. -- Te entrego em duas horas.

-- Obrigada, Finn. -- digo, e desligo o celular.

[...]

-- Como posso ajudar a senhora? -- A moça da recepção pergunta.

-- Meu nome é S/n Bitencourt. Gostaria de ver a Sadie. -- digo, e ela pega o telefone, discando um número.

-- Certo. Segundo andar, sala 125. -- ela diz.

Agradeço e vou até o elevador, apertando o botão para o segundo andar.

Ao chegar, saio do elevador e ando pelo corredor, procurando a sala.
Ao achar, bato na porta, ouvindo um "entre".

Vejo a mulher brincando com uma criança, enquanto a mãe sorria vendo a animação da garotinha.

Ela realmente leva jeito com crianças.
Chega a ser adorável.

-- Vejo vocês na próxima semana. -- Sadie diz, sorrindo.

A mãe se despede da mulher, junto com a criança, e saem da sala.

-- Como posso ajudar? -- Sadie pergunta.

-- Eu sou a S/n Bitencourt. Mãe do garoto que você ajudou. -- digo.

-- Ah, sim. -- Ela vem até mim. -- Como ele está?

-- Ele está muito bem. -- digo, e ela sorrir. -- Bem, ele me disse que você o salvou de ser atropelado, e eu não pude agradecer na hora.
Então...

Vou até sua mesa, e coloco a maleta em cima, abrindo a mesma.

-- Uma forma de agradecimento. -- digo.

-- Dinheiro? -- ela pergunta, franzindo as sobrancelhas.

-- Sim. Qual o problema?

-- Olha, eu fiz aquilo sem esperar nada em troca, não quero que pense que sou interesseira. -- Ela diz.

-- Está recusando o meu agradecimento? -- pergunto, e ela suspira.

-- Só estou recusando o dinheiro. Um obrigada já estaria de bom tamanho, até porque você olhou para mim naquele dia, e fingiu que eu nem estava lá. -- Ela diz.

-- Você está sendo mal agradecida, sabia? -- pergunto, e ela me olha incrédula.

-- Mal agradecida? Olha, S/n, eu sei que você é uma advogada bem sucedida, e acha que tudo pode se resolver com dinheiro, mas eu não sou assim. -- Ela diz. -- Pode levar o dinheiro de volta. E agradeço mesmo assim.

-- Ok. -- Fecho a maleta, e a pego.

Paro na porta, pensando em dizer um "obrigada"
Mas apenas saio e fecho a porta.

[...]

-- Acredita que ela não aceitou o dinheiro? -- Estou jogando baseball com o Finn, enquanto conto o ocorrido para ele.

-- Talvez ela não seja do tipo que faz favores por dinheiro, S/n, já pensou nisso? -- ele pergunta, jogando a bola para mim, que logo acerto com o taco. -- E ela não é médica? Talvez nem precise.

-- Quanto mais dinheiro, melhor, Finn. -- digo, o vendo revirar os olhos. -- O quê? Você concorda comigo.

-- Sim. É claro. Mas você já pensou em fazer outra coisa para agradecer, ao invés de dar dinheiro as pessoas? -- ele pergunta. Começo a pensar, mas nada vem a mente.

-- Tipo o quê? -- pergunto, e ele vem até mim, pondo a mão em meu ombro.

-- Que tal fazer um bolo pra ela? Mulheres amam doces. -- ele diz. Reviro os olhos.

-- Eu não gosto de doces. -- digo.

-- Faz logo um bolo pra ela e acaba com isso, S/n. -- ele diz, saindo do campo.

Finn como sempre, ajudando a pátria

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Finn como sempre, ajudando a pátria.

IT'S YOU ~ (SADIE SINK)Onde histórias criam vida. Descubra agora