𝖯𝖮𝖳𝖳𝖤𝖱?|𝖣𝗋𝖺𝖼𝗈 𝖬𝖺𝗅𝖿𝗈𝗒 𝖯𝗈𝗋𝗍𝗎𝗀𝗎𝖾̂𝗌

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O ar do final do outono estava frio agora, e eu tinha certeza que a saia e as meias que tínhamos que usar não seriam suficientes por muito mais tempo aqui fora.

As brisas leves de verão se transformaram em ventos fortes, soprando as últimas folhas das árvores e meu cabelo bem no meu rosto a caminho do corujal.

Lembrei-me há quanto tempo não subia aqui quando subi os últimos degraus da torre; minha respiração ofegante me lembrando por que eu visitava tão pouco.

Meus olhos examinaram a área ao redor. Normalmente, você tinha uma ótima visão daqui de cima e podia ver muito além da floresta proibida. Porém, esse não era mais o caso

Mais e mais dementadores foram enviados para Hogwarts nos últimos meses. No começo, era apenas uma mão cheia deles, semelhante a como eles estavam vagando pelo terreno quando cheguei aqui.

Mas, com o passar do tempo, seus números dobraram; triplicou, mesmo. E a presença deles colocou uma névoa sombria sobre toda a área, nuvens escuras pairando bem sobre nossas cabeças, de vez em quando eu tinha certeza de que podia ver a marca negra abrindo caminho através deles.

Então, enquanto eu ainda estava aproveitando o sol e passava a maior parte do tempo fora no início do semestre; isso não era mais possível.

E eu me condenei por ser ingênua o suficiente para pensar que eles não encontrariam uma maneira de arruinar a natureza também

Suspirei com meus pensamentos, meu olhar desviando do cenário e focando de volta no que estava na minha frente.

Meus olhos se arregalaram com a visão e parei no meio do caminho assim que vi Snape virando a esquina e saindo da torre.

Eu já estava de costas, pronta para correr de volta para o castelo na tentativa de evitar qualquer tipo de interação com ele. Mas cheguei tarde.

"Senhorita Potter." Sua voz cortou o ar frio como uma espada, lenta, mas proposital como fez todo o meu corpo ficar parado por um segundo. Respirei fundo antes de me virar para encará-lo, sua expressão facial em branco.

Certamente, ele não sabia sobre a memória que Dumbledore me deixou.

Quando percebi que meus olhos ainda estavam arregalados em choque, relaxei rapidamente meus traços faciais e, com uma sobrancelha arqueada, ele examinou cada detalhe do meu rosto, provavelmente se perguntando por que reagi daquela maneira.

Duvido que ele ficaria muito satisfeito se soubesse.

Engoli em seco, erguendo as sobrancelhas e perguntando inaudivelmente qual era o problema. Afinal, era ele quem estava chamando por mim.

"Com pressa, não é?" Ele perguntou, referindo-se à saída repentina que eu havia planejado. Eu balancei minha cabeça.

"De jeito nenhum, senhor," eu murmurei, meus olhos em qualquer lugar, menos nele. Em vez disso, contei as corujas que já conseguia ver no corujal. Havia apenas quatro deles no meu campo de visão, um deles sentado do lado de fora da porta.

E então, enquanto eu tentava ao máximo não pensar no que vi na penseira, uma questão completamente diferente surgiu em minha mente.

Que diabos Severus Snape estava fazendo no corujal?

Minhas sobrancelhas franziram automaticamente quando a pergunta passou pela minha mente, e ele pareceu notar assim como eu.

De repente, houve um desejo irresistível de perguntar a ele. Não apenas sobre o que ele estava fazendo aqui antes do café da manhã, mas sobre tudo.

Não foi minha culpa que Dumbledore me mostrou sua memória e, portanto, Snape dificilmente poderia ficar bravo comigo por saber. Ele teria que gritar com seu amigo morto por causa disso.