4.

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AMANDA

No dia seguinte, levantei cedo e arrumei minha mala correndo, já que não tive tempo de fazer isso na noite anterior. Coloquei tudo de que precisaria pra passar essa semana fora e esperava não ter esquecido nada.

— Certeza que não quer que eu vá contigo até o aeroporto, amiga?– Lari pergunta ao me ajudar com a mala no elevador. Mesmo com a ressaca visível, ela se levantou cedo só pra se despedir.

— Tenho. O Antônio vai comigo...

— Ah, te levar no aeroporto...que cavalheiro ele é!– Larissa diz.

— Na verdade, ele vai comigo pra Campo Largo...— digo e ela arregala os olhos.

— ELE VAI O QUE?— pergunta fazendo uma careta pela dor de cabeça da ressaca.

— Ele não tinha onde passar a Páscoa. Não ia deixar o pobre passar sozinho, né?– prefiro omitir a parte do nosso combinado de fingir o namoro pra minha família.

— Mas ele não ia passar sozinho...o Bruno convidou ele pra passar com a gente...– Larissa diz.— Ele já tinha aceitado e tudo...

— Ah, ele mudou de ideia.— digo.

— Mudou de ideia só porque você pediu e ele não sabe te dizer não!– Larissa diz.

— Não é nada disso. É só porque...ele gosta da minha família. É só isso.— digo e Larissa assente.

— Aham...se voce tá dizendo né.— ela diz.– Mas amiga, sério que não rola nadinha entre vocês?

— Claro que não! Ele é meu melhor amigo. Quase um irmão. Além do mais, olha pra mim. Nunca que alguém como ele ia querer alguém como eu!– digo.

— Mas se quisesse...— ela deixa no ar.

— Isso não vai acontecer.– Trato logo de cortar as expectativas dela.

— Tá bom, princesa. Parece que o seu príncipe chegou...– ela diz vendo o táxi chegar com Antônio no banco do passageiro.

— Para com isso...– falo pra ela e me viro pra ver o taxi chegando.

— Aê, Amandinha!– ele diz sorrindo descrontraído, com óculos escuros nos olhos e roupa casual.— Você só vai passar uma semana ou tá se mudando?

— Engraçadinho! Tá andando muito com o Fred, hein?– digo brincando e ele desce do carro, pegando minha mala e colocando ela no porta-malas.

— Bom, tchau pra vocês. Feliz Páscoa. Se divirtam!– Lari diz e abraça nós dois, voltando pra dentro do prédio enquanto Antônio abre a porta do taxi pra mim e entra atrás de mim no banco de trás.

— Achei que você quisesse ir no banco do passageiro...– digo.

— Não, não. Quero ficar pertinho de você...— Ele diz me abraçando e sorrio.— Aeroporto de Congonhas, amigão!– ele fala pro taxista, que sai dirigindo pela cidade.

Uma das coisas que mais admiro nele é o fato de que Antônio é uma pessoa muito humilde. Ele é o cara mais humilde que eu conheço, desses que não destrata ninguém só porque é um lutador famoso e o escambau. Ele respeita a todos igualmente.

Chegamos ao aeroporto e ele tira nossas coisas. Eu com minha mala e ele so com uma mochila.

— Sério que você vai passar uma semana so com isso?– pergunto apontando pra mochila.

– É claro...– ele diz– Tô levando três camisas, cinco cuecas, uma bermuda, uma calça, um tênis e um chinelo.– aponta pra que ele está usando– Ah, e um casaco.

Safe Inside | DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora