12.

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AMANDA

Abro a porta do apartamento
com a minha chave e entro. Passei o resto do domingo e o dia de hoje com a minha família e falando com Antônio pelo telefone quando ele tinha tempo durante os treinos. Fui pra Curitiba no começo da noite e de lá peguei o voo pra Guarulhos. Graças ao trânsito infernal até à noite, passava das onze quando eu finalmente cheguei ao meu prédio e o uber quase não aceitou a corrida.

Jurei que Larissa já estaria dormindo e não quis incomodá-la fazendo-a ir de uma cidade a outra apenas pra me buscar, mas eu acho que me enganei...

— Ave Maria, Larissa! Que susto você parada aí feito uma assombração. — digo ligando a luz e vendo ela parada no corredor.

— Desculpa, Amandinha! Ouvi um barulho na porta e vim ver se era você.— ela diz.

— Ah, eu te acordei né?– pergunto e ela nega.

— Não, imagina! Tava te esperando, na verdade. E aproveitei pra adiantar as minhas aulas do resto da semana.

— Ah tá. Mas agora é melhor a gente dormir. Amanhã eu pego o plantão das sete!– digo e já ia arrastar a mala pro meu quarto, quando Larissa me para.

— Não, não, não. A senhorita me prometeu que ia me contar todos os detalhes do seu envolvimento com o Antônio. E eu sou toda ouvidos...

— Agora?– pergunto e ela assente, se sentando no sofá.

Como eu vi que não ia ter saída, comeco a contar tudo pra ela, obviamente omitindo a parte do namoro de mentira, que já nem valia a pena ser mencionada porque agora o namoro havia se tornado de verdade. Ela pergunta dos fãs e haters que eu ganhei e conto tudo pra Lari sobre como me sentia com essa situação.

— Quando comecei a namorar o Fred, eu também passei por isso.– Lari conta— Até de ter sido o pivô da separação dele e da Bianca me acusaram, sendo que eles tinham terminado meses antes de eu sequer conhecê-lo. Vocês dois vão passar por isso também porque ele é famoso. Mas o amor que vocês dois têm um pelo outro, que graças a Deus voce percebeu, é maior que tudo. Até mesmo que o ódio que algumas pessoas podem vir a sentir de você...

— Você tá certa, Lari. Obrigada por todo o apoio.— digo sorrindo pra ela e solto um bocejo.– Mas agora, vamos dormir porque amanhã é dia de trabalhar!

— E a luta do Antônio!– Larissa me lembra e assinto– Aliás, o Fred até convidou a gente pra assistir na casa dele.

— Ah, que legal. Meu plantão acaba às sete da noite. A luta é às nove né?—pergunto.– Acho que tenho que me inteirar desse mundo do MMA agora né?

— Tem mesmo. Mas o Antônio vai te explicar tudinho.– ela diz e sorrio.

Depois da conversa com Lari, acabo realmente indo dormir, sem tomar banho nem desarrumar minhas malas. Eu estava realmente esgotada da viagem e precisava de todos os resquícios de energia pra enfrentar o plantão no dia seguinte.

Havia fechado os olhos e depois do que pareceram minutos, o despertador tocou e me levantei pra começar meu dia de trabalho. Não demorei a ficar pronta e Larissa me deixou no hospital, no caminho para a escola.

— Passo aqui às sete!– ela grita quando desço e assinto, entrando no hospital e cumprimentando todos ali, indo até a sala em que os médicos ficavam pra deixar minhas coisas.

Eu amo ser médica com todas as minhas forças. Salvar vidas, cuidar de pessoas é, sem sombra de dúvidas, o que eu nasci pra fazer.

— Oi, Amandinha! Que bom te ver de volta.— Cézar diz ao me ver entrando na sala e sorrio pra ele.— E esse aqui é o Dr. Ricardo. Ele vai ficar esse tempo fazendo uma pesquisa aqui!– Só então reparo no outro homem tomando café ao lado de Cezar, que sorri pra mim.

Safe Inside | DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora