6.

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AMANDA

Ok, devo confessar que as palavras do Antônio me deixaram um pouquinho...atordoada. Ele falou aquelas coisas com tanta verdade que até eu comecei a achar que ele tinha se apaixonado por mim e não era fingimento. Se ele não fosse lutador, aposto que seria um ótimo ator.

No dia seguinte, acordo abraçada com ele, pois mesmo que a cama seja grande, nos mexemos demais durante a noite. E o abraço dele...faz com que eu me sinta segura e protegida. E a maneira que ele dorme, com a boca levemente aberta é estranhamente fofa...

Tá legal, acho que isso já tá ficando estranho. Estou parecendo uma stalker olhando meu melhor amigo dormir.

— Antônio, hora de acordar...– chamo ele.– Temos que ir em Curitiba fazer aquelas compras pra minha mãe.

— Tá bom...– ele diz bocejando e se levanta– Bom dia, Amandinha– e beija minha bochecha.

— Bom dia...– digo sorrindo e ele entra no banheiro, pra tomar banho. Depois dele, eu faço o mesmo e saímos do quarto pra tomar café. Ao chegarmos, a mesa já estava até posta e sentamos, começando a refeição.

— Mamãe, o que a senhora quer que a gente compre em Curitiba?– pergunto e ela me dá a lista das coisas, além da chave do carro. Nos despedimos de todos e saímos.

— Então...depois das compras, você...quer dar uma volta por Curitiba?– pergunto pra Antonio quando saímos de casa.

– Eu adoraria. Apesar de ter viajado pra cá algumas vezes, nao tenho muito tempo pra passear pela cidade, com a rotina de lutas e tal...– ele diz e assinto.

Entramos no mercado e começamos a procurar as coisas da lista. Depois de mais ou menos uma hora, saímos do lugar com sacolas cheias. E Antônio está carregando todas elas. Estendo a mão, pra ajudar ele com as sacolas, mas ele passa todas elas pra outra mão e segura a minha.

— Não...É pra você me dar uma parte das sacolas...– digo pra ele.

— Não tem problema de carregar todas...É só até o carro.– ele dá de ombros e não solta minha mão. Sorrio negando com a cabeça e vamos andando até o carro. O celular dele começa a tocar, mas ele não atende.

— Não vai atender?– pergunto.

— Não. Deve ser o Fred com sua dose diária de drama reclamando que eu não liguei pra ele ou mandei uma mensagem de bom dia.– ele diz.

— Às vezes ele parece que namora com você e não com a Lari.– digo.

— Eu sei!– ele diz e rimos.– Eu amo ele, de verdade. Mas às vezes ele consegue ser bem doidinho...

O celular toca de novo quando chegamos ao carro e colocamos as compras no porta-malas.

— Olha, é melhor você atender o Fred. Ele não vai deixar você em paz.– digo quando ele ignora a ligação de novo.

— Eu retorno depois...Vamos dar aquela volta por Curitiba?— pergunta e assinto.

— Bora!– digo entrando no carro. Levo ele em pontos como o Jardim Botânico, Parque Barigui, Palácio Avenida e Museu Oscar Niemeyer. Explico sobre cada lugar pra ele e tiramos várias fotos em cada ponto.

Já estávamos voltando pro carro pra irmos embora quando vejo as últimas pessoas que eu esperava (e queria!) encontrar na cidade. Pelo amor de Deus, Curitiba é uma cidade imensa. Qual a chance de você encontrar seu ex namorado e sua ex sogra no mesmo lugar que você?

— Ahn...vamos por ali, é mais perto!— digo mudando de lado e puxando Antônio comigo.

— Mas o carro tá bem ali, Amandinha.– ele argumenta, apontando pro carro que estava a poucos metros de nós.

Safe Inside | DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora