Capítulo 10

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A porta do elevador abre e vou em direção a porta que me é tão familiar. A única coisa que se ouvia no corredor era o eco dos meus saltos, até o cheiro do meu perfume chegar no nariz apurado de Bam. Agora também se ouve latidos e alguns arranhões na porta. Não preciso nem tocar a campainha, sei que Bam fará seu pai abrir a porta.

- Não tem nada ali fora, será que pode... -Jungkook fala com o cachorro que avança para cima de mim assim que a porta abre o suficiente para que ele passe.- Rebeca.

- Jeon.

Ver seus olhinhos pretos me encarando com surpresa é divertido. Sinto que meu sorriso está mais radiante que o normal. Mesmo com Bam querendo subir em mim, não tiro os olhos de Jungkook.

Desculpe, Bam, mas o papai merece mais atenção agora.

- Já está pronto? -perguntei rindo depois de analisar sua roupa que parece mais um pijama improvisado que qualquer coisa.

- Hein?

- Jantar na casa do Jung. -falo como se não fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Acha que pode aparecer na minha porta com essa sua pose de bruxa má e mandar em mim? E é Hoseok para você, nada de ficar chamando meus Hyungs pelo sobrenome.

- Porque, vai ficar com ciúmes? -sabia que gostava que só ele fosse chamado assim, sempre gostou da exclusividade que dava.

- Passei dessa fase. -cruza os braços despretensiosamente.

- Bom, não vim mandar em você. Perguntei se estava pronto, se estivesse ia perguntar se me daria uma carona. Acho que me precipitei vindo aqui. -finalizo beijando a cabeça de Bam e voltando para o elevador.

- Vai a onde?

- Ao jantar. Caso não saiba, fui convidada. -chamo novamente o elevador e vejo que Bam me seguiu um pouco e agora está parado no meio do corredor.

- E... Como pretende ir? -Bam começar a choramingar e Jungkook coça a nuca sem jeito.

- Já que você não vai vou chamar um táxi. -só a ideia de me ver um táxi com a roupa que estou usando o faz arregalar os olhos.

- Espera. -entra e sai do apartamento na velocidade da luz.- Bam entra. -usa seu tom mandão que me faz tremer na base e logo se planta ao meu lado.

- Costuma ir de pijama em jantares na casa dos seus amigos? -debocho depois de ver que a única coisa que ele fez foi colocar um tênis branco junto com seu conjunto de moletom cinza.

- São amigos por um motivo e esse motivo é intimidade.

Rolo os olhos entrando no elevador e vendo a sutil diferença entre nós. Ele está de moletom dos pés à cabeça. E eu com um maravilhoso e simples vestido branco, com uma fenda até o meio da coxa. É, nós até combinamos um pouco. Pelo espelho o flagro percebendo que estou usando o scarpin que ele me deu. Seus olhos arregalam e respira fundo.

- Claro. Algum problema como meus saltos, Jeon? -arqueio a sobrancelha com uma cara divertida.

- Nenhum. -falha tentando esconder seu nervosismo quando responde de imediato e começa a ajeitar a cueca discretamente por dentro dos bolsos.

Acho graça em sua relutância em esperar que eu diga alguma coisa, mas por agora não direi nada. Ainda não achei as palavras e estamos atrasados para o jantar

Quando Alice abre a porta, quem é pega de surpresa sou eu agora. Ela está com o vestido que desenhei para ocasiões formais. Um longo e verde claro, rodado com os ombros caídos. Ela está simplesmente linda.

Entramos depois de comprimentá-la e uma vontade imensa de chorar aparece. Minha irmã cumpre a sua promessa e logo me abraça. O que me abala é o fato de todas elas estarem com as minhas roupas. Meus desenhos tomaram forma e estavam fabulosos nelas.

Batidas do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora