AULAS PARTICULARES

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Faz dois dias do ocorrido que rolou no elevador.

Obviamente não falei sobre isso com ninguém. Mas tá um clima estranho. Hoje na aula do Kit a tensão era tão grande que eu achei que fosse explodir. 

Ele me encarava, e eu encarava de volta. Não tenho mais medo dele. Eu até que gosto de ver o rostinho emburrado e... Não, para com isso. Tenho 17 anos e ele sei lá, uns vinte e poucos e é meu professor. Ele nunca pensaria essas coisas. Ou pensaria?

No corredor, vi um amontoado de alunos no painel de anúncios. Como um bom fofoqueiro, fui ver o que tava rolando. Um programa de aulas particulares gratuitas oferecidas pela escola. Bobagem, tenho uma média aceitável em todas as matérias.

Mas é claro que eu vou fazer isso, eu gosto do caos, e vai ser interessante... não que eu tenha segundas intenções... longe de mim.

Pego a caneta presa no painel e me inscrevo para aulas particulares de história com o professor Kit Connor. Em seguida, pego o papel com todas as informações. As aulas acontecem durante o período da tarde, e cada matéria tem sua sala. As aulas começariam nesse mesmo dia.

Ótimo.

Não sei no que eu to pensando, mas foda-se só se vive uma vez.

Chego na escola as três da tarde, e quando chego na sala de história, encontro o professor Connor. Sozinho.

-Ah, você veio mesmo, achei que estaria livre dessa palhaçada.

-O senhor não gosta de dar aulas particulares.

-Não quando só tem um maldito aluno inscrito na minha matéria, e que por sinal não tem nenhuma dificuldade, ou seja, o arrombadinho que decidiu se inscrever acabou roubando as minhas tardes livre.

Ele tinha esse jeitinho de tratar os alunos, ele diz que é só com os do último ano, confesso que acho um pouco atraente.

-E quem disse que não tenho dificuldades em história, senhor?- digo de forma provocante, não esperava que ele reagisse de alguma forma, mas ele fico todo vermelho, tive que segurar uma risada.

-Pode começar me dizendo então no que precisa de ajuda...

-Achei que poderia bater um papo antes tipo, um certo ocorrido em um certo elevador...

-Você veio pra fofocar então?

-Você quase me agrediu.

-Você me insultou.

-Eu sou um adolescente, olha o seu tamanho, você é tipo a exata definição de um big boy.

-Um o quê?

-Só não entendi o por que de tanto mal humor...

-Você indiretamente causou o fim do meu relacionamento.

Eita. Isso é novidade. Fico sem reação. Não vou pedir pra ele explicar, acho que já me odeia demais. Eu fui um idiota em pensar que ele me via de uma forma diferente. Porra, eu não vivo em uma fanfic.

-Ah...então você meio que me odeia mesmo né...

-Não, não é culpa sua, mas mesmo assim toda vez que eu te vejo eu sinto vontade de te quebrar no meio.

-E por que ainda não fez isso? Não acho que causaria tantos problemas dar umas porradas em um aluno fora da escola, é claro.

-Primeiro, causaria sim, e segundo, não é bem dessa forma que eu imaginei...

Opa. Será? Não...mas será?

-E como seria?...

-De uma forma que eu não posso...

-Por que não? 

-Porque você é meu aluno, e porque você não aguentaria.

Agora ele me desafiou, que desgraçado convencido.

-HAHAHAHA ata, até parece.

-Não acharia tanta graça se eu te mostrasse.

-Me mostra então, agora, aqui mesmo, vai, te desafio...

Ele me encarou com um olhar mortal, levantou da mesa, foi até a porta e a trancou. Veio em minha direção e me segurou pelo pescoço, que nem no dia do elevador, mas dessa vez ele iria terminar o que tinha planejado fazer.

Nota mental do meu eu do futuro pra mim mesmo. Você tá muito fudido. Literalmente.



NOTAS DO AUTOR: espero que tenham gostado do capítulo, deixem seu voto e comentário pra ajudar. Vejo vocês MUITO em breve.

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Meu Professor BabacaOnde histórias criam vida. Descubra agora