Um Novo Amor

O Primeiro Beijo

Stiles não sabia a quanto tempo ele estava correndo. Ou como ele tinha parado ali.

O garoto parou de correr, apoiando as mãos no joelho e se inclinando para frente para pode respirar um pouco. Todos os seus músculos doíam, seus pulmões ardiam e seu coração batia cada vez mais forte contra seu peito.

Ele olhou em volta. Tinha certeza que já havia passado por ali antes, mas não tinha como saber, todas as árvores pareciam iguais e estava muito escuro.

Na sua frente, há alguns metros dele, o corpo de Mike estava suspenso no ar, segurado por cordas amarradas em seus pulsos e em um dos galhos de uma árvore. Havia uma espada cravada em seu peito, seu sangue ensopava toda sua camiseta e pingava no chão.

Mas o mais assustador, o mais perturbador, era que só tinha metade do corpo de Mike ali. O chão embaixo dele era uma poça gigante de sangue e... Órgãos, que escorria do seu tronco sem pernas.

Um soluço escapou de sua garganta, seguindo de outro, e de outro, até ele não pudesse mais controlar. Ele não conseguia se mexer, não conseguia fazer nada além de encarar a metade do corpo do garoto que ele gostava com lágrimas escorrendo violentamente de seus olhos.

Não sabia da onde tirou forças para dar um passo pra frente, mas ele deu. Quase caiu por conta de seus joelhos trêmulos. Deu alguns passos para frente, pareceu uma eternidade até ele estar ao lado de Mike, mas ele não estava exatamente com pressa. Cada passo era como uma facada. E parecia não haver um limite para quanta dor ele podia sentir.

Quando ele chegou mais perto, um vento gelado atingiu sua nuca, fazendo cada pelo de seu corpo se arrepiar. Ele já tinha sentido isso antes, e foi ali que ele percebeu.

—Isso não é real. —disse para si mesmo.

—Será? —ele escutou aquela mesma mulher sussurrando com uma voz arrastada.

E de repente tudo parecia que era realmente real.

—Não, isso não é real. Não é real. —repetia Stiles. —Não é real! —gritou fechando os olhos.

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Stiles acordou pulando, mais um sonho estranho. Ele não sabia porque essa mulher andava perturbando seus pensamentos.

Ele se arrumou e foi para a escola, chegando lá ele viu Mike mexendo no seu armário.

—Que bom que você está aqui, eu preciso falar com você. —disse Stiles mas foi completamente ignorado. —Mike?

Mike pegou tudo que era para pegar, fechou seu armário e começou a andar para longe de Stiles.

—Mike? Mike? Eu estou falando com você. Mike? —chamava Stiles enquanto seguia Mike.

—Oquê você quer praga? —perguntou Mike sem paciência se virando para Stiles, fazendo-o parar.

—Por quê está agindo assim?

—Assim como?

—Diferente, você está agindo estranho.

—Eu não estou agindo estranho, estamos atrasados. —disse Mike sem expressar emoções e voltou a andar, Stiles ficou um pouco magoado por ter sido tratado desse jeito mas decidiu não discutir.

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O dia inteiro Mike ficou ignorando Stiles, e Stiles estava confuso, oquê ele tinha feito para Mike está tratando ele desse jeito.

Já na aula de literatura, a professora tinha passado um filme e todos estavam vendo. Stiles estava do lado de Mike, esse que estava desenhando no seu caderno e nem ligando para o filme.

—Mike? —chamou Stiles.

—Oquê foi praga? —perguntou Mike sem olhar para Stiles.

—Me desculpa. —disse Stiles e Mike olhou para ele.

—Que? —perguntou confuso.

—Eu não sei o porque você está me tratando assim, mas me desculpa. —pediu Stiles e Mike voltou a olhar para seu caderno e cobrir os olhos com uma das mãos. —Eu não faço ideia do que eu fiz, e não sei porque você está bravo. Não tem porque você está bravo, ah não se que você me conte o porque está bravo.

—Você tem razão. —murmurou Mike.

-Que?

—Você tem razão. —disse Mike voltando a olhar para Stiles. —Não tem porque eu está bravo com você, você só... —Mike se cortou. —Nada, deixa quieto.

—Você está assim desde que eu disse aquilo sobre os Nogitsunes. Por quê você...

—Eu disse para deixar quieto. —disse Mike mais alto dessa vez, chamando a atenção de todos. Stiles e Mike sussurraram um "desculpa" em uníssono, depois se olharam sorrindo. —Ou a gente pode continuar discutindo e você me dá um motivo real para ficar bravo.

—Não, deixa quieto. —disse Stiles e os dois sorriram. —Ainda bem que você está bem.

—Como assim? —perguntou Mike risonho.

—Eu tenho uma coisa para contar para vocês.

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Stiles disse que queria falar quando chegasse em casa, desse jeito os outros também escutavam, e Mike concordou.

Chegando em casa, só estava Samuel em casa, então Stiles decidiu contar só para os dois. Samuel e Mike estavam lado a lado e Stiles estava na frente dos dois.

Ele contou sobre os sonhos que ele estava tendo com aquela mulher.

—Como é essa mulher? —perguntou Samuel.

—Não dava para ver direito porque estava escuro, mas eu acho que ela tem cabelos longos e ondulados, não parecia ser mais velha do que eu, e eu acho que vi os olhos dela, é um azul bem intenso.

—Evangeline? —perguntou Mike para Samuel.

—Parece que sim.

—Quem é Evangeline? —perguntou Stiles.

—A rainha do submundo. —respondeu Mike.

—Isso explicar muita coisa.

—Eu posso falar com ela.

—Não, ela odeia você. -disse Samuel. —Eu disse pra você não brincar com ela.

—Você conhece ela? —perguntou Stiles para Mike.

—Biblicamente. —respondeu Mike.

—Sei muito bem oque isso significa. —comentou Stiles e Mike coçou a nuca.

—Isso é impossível, oquê a Evangeline iria querer com ele? —perguntou Samuel.

—Como assim? Acha que eu estou inventando.

—Sinceramente, sim. Ou talvez você se confundiu.

Stiles virou as costas e foi para a biblioteca.

—Stiles. —chamou Mike entrando na biblioteca.

—Você também não acredita em mim?

—Eu não disse isso. —Stiles balançou sua cabeça em negação. —Eu gosto de você Stiles, mas eu acho que isso é loucura.

—Oquê você disse? —perguntou Stiles chocado.

—Eu acho que isso é loucura.

—Isso não, a outra coisa.

—Eu gosto de você.

—Gosta? —Mike concordou com a cabeça, Stiles se aproximou dele e acabou robando um beijo de Mike. —Desculpa, eu... —Stiles não conseguiu continuar falando porque Mike o puxou para um beijo.

O beijo foi doce e profundo, quando os dois se separaram, ficaram olhando um para o outro com um sorriso bobo na cara.