Transmigração Rápida: A Lenda de William

Capítulo 19 - Arco 3 Mundo Naruto (2)

Depois que Inosuke puxou Naruto e o apresentou a todos os seus amigos, passaram uma tarde inteira brincando e se divertindo com o loiro, que sorria sempre com um brilho no olhar que irradiava alegria para todos os membros do grupo.

Mas finalmente o sol sumiu, e os pais de todos vieram buscar as crianças para irem para casa. O pai de Shikamaru levou ele e Choji, para a surpresa de Inosuke e Ino, o pai deles realmente apareceu depois de um bom tempo sempre ocupado.

Enquanto ele segurava a mão dos filhos um de cada lado, Inosuke observou o rosto triste de Naruto que observava todos os seus amigos sendo levado para casa com os pais.

Inosuke olhou para o pai, e sussurrou em seu ouvido, que fez Inoichi ficar surpreso com a ideia do filho, mas aceitou, pois sabia que o garotinho Uzumaki era uma boa criança, apesar de ser o portador da raposa de nove caudas. Ele deixou o filho ir deixar o garotinho loiro em casa.

- Venha Naruto, eu vou deixar você em casa. Me guie para onde fica. – Inosuke disse com um sorriso divertido ao ver a carinha fofa de surpresa dele, e estendeu a mão e agarrou a mãozinha pequena de Naruto que sorriu feliz, gritando Dattebayo, e o puxou em direção ao seu apartamento, numa área medíocre da aldeia.

Quando Inosuke e Naruto chegaram no apartamento, Inosuke teve que se controlar para não deixar sua vontade de matar em relação a Hiruzen se descontrolar. Um apartamento tão velho e caindo aos pedaços, que poderia se passar por uma casa mal-assombrada.

Pelos detalhes que Inosuke pegou enquanto entrava sendo puxado pela mão por Naruto, as janelas, portas e até as paredes tinham sinais de que tinham quebrado em algum ponto no tempo, por algo sendo jogado nelas.

Aldeões estúpidos. Como sabem o segredo, seriam inteligentes se fizesse um esforço para bajular e tratar bem o garoto que tinha o demônio mais poderoso do mundo, que graças aos maus tratos poderia explodir em fúria e destruir tudo. Mas não, vamos maltratar o garoto, ferir, e quase matar o menino por causa da covardia em enfrentar o responsável pela defesa meia boca no momento do ataque. O velho Hokage que deixou tudo nas costas do jovem quarto Hokage e ficou apenas aplaudindo do lado.

Fechando a porta vermelha depois de entrar, Inosuke suspirou irritado com uma mão na testa ao ver o estado do apartamento, que chamar de lixeira seria educado. Mesmo um aterro sanitário seria mais elogioso para a situação naquele lugar.

Mas o que ele poderia esperar de uma criança crescendo sozinha sem saber se cuidar?

- Naruto, você tem ferramentas de limpeza? Você não pode simplesmente viver nesse lixo, vai ficar doente, ou pior. – Inosuke perguntou com uma cara ansiosa para limpar tudo.

- Er... Eu tenho sim, mas eu sempre me esqueço de limpar, dattebayo. – Naruto respondeu com uma risada nervosa ao ser encarado pelos olhos estreitos do seu novo amigo que o avaliava com uma expressão séria.

- Tudo bem, vá pegar. Eu vou ajudar você a limpar. Minha consciência não vai me deixar dormir em paz, ao imaginar você dormindo dentro do lixo. – Inosuke disse suspirando determinado.

Depois que Naruto trouxe a vassoura, o rodo, saco de lixo, e sabão líquido, os dois começaram a colocar tudo dentro dos sacos, enchendo no mínimo uns cinco sacos pesados de lixo, que sob o olhar cada vez mais irritado de Inosuke, ele percebeu que eram centenas de copos de lámen instantâneo.

Finalmente depois de jogar o lixo fora, os dois começaram a varrer, expulsando uma bomba asmática de poeira que poderia ter estado lá desde que o apartamento foi construído no século passado.

Inosuke teve que colocar o rosto dentro da camisa, ou poderia ter sido o primeiro ninja a morrer de tossir e espirrar com toda a poeira querendo sufoca-lo até a morte.

No final depois de lavar a louça suja e guardar tudo, Inosuke e Naruto estavam completamente sujos e suados do esforço tremendo. Decidindo tomar banho, ambos foram para o banheiro, com Naruto ficando pelado primeiro, e enquanto Inosuke tirava a roupa, seu corpo congelou por um momento, e voltou ao normal depois, primeiro se lavando com o chuveirinho, passando sabonete, e depois foi lavar as costas de Naruto.

O motivo do espanto de Inosuke, foram as cicatrizes horríveis nas costas do amigo. Pancadas roxas, cortes de facas, algumas marcas de socos, queimaduras que marcavam a pele.

Só de pensar que uma criança doce e gentil como Naruto tinha sofrido tanto abuso e violência por causa de alguns filhos da puta, Inosuke pela primeira vez queria cometer um assassinato em massa de quase toda a população civil de Konoha, incluindo aquele velho senil que permitiu isso.

Depois de limpos, ambos sentaram na banheira com água quente, com Naruto sentando a sua frente, entre suas pernas. Inosuke não pensou em nada errado, pois na sua frente era seu amigo, e se ele pudesse mudar as coisas, seria seu irmãozinho.

Lavando o cabelo loiro dourado dele, com um sorriso, Inosuke começou a fazer cócegas nele, com ambos começando a brincar jogando água no outro, até que Inosuke o pegou nos braços, o abraçando firme sem deixar escapar.

- Hahaha, eu desisto Inosuke. Como você é tão forte? – Naruto perguntou ainda rindo, e se acalmando depois de ser abraçado pelo amigo. Era a primeira vez que Naruto sentia o que era um abraço carinhoso de alguém que gostasse dele. Era quente. Ele não queria se soltar tão cedo.

- Eu despertei meu chakra, Naruto. E também treino em taijutsu com a minha mãe faz seis meses. – Inosuke respondeu com um sorriso gentil, ao ler o que se passava na mente dele, e apenas deitou a cabeça dele em seu peito, alisando seu cabelo num cafuné.

- Eu quero despertar o meu também, mas não sei como. – Naruto reclamou com uma voz meio sonolenta, pois o abraço quente e o carinho na cabeça, aliado ao cansaço da limpeza, o estava deixando com sono.

- Não durma ainda, Naruto. Temos que jantar primeiro. Venha, vou enxugar você. – Inosuke falou com um tom mais alto com um sorriso divertido ao olhar a carinha fofa dele meio adormecida em seus braços.

Puxando o preguiçoso para ficar de pé, pegou a toalha dele, e enxugou o corpo dele por completo, seguido do seu próprio corpo. Como não tinha outra roupa para usar, Naruto emprestou um calção velho dele que Inosuke usou sem nada por baixo, e ficou sem camisa para dormir.

Fazendo Naruto sentar na pequena mesa solitária, Inosuke foi até a cozinha, abriu a geladeira, e o que foi a sua surpresa? Mais lámen instantâneo. Depois de muita dificuldade, conseguiu achar uma caixa de leite quase passando da validade, ovos e alguma farinha no armário de baixo.

Pegando um liquidificador em cima do balcão, misturou o leite, a farinha de trigo, e os ovos, bateu numa massa com açúcar, e pegando uma frigideira, ligou o fogão e começou a fazer panquecas.

Depois de virar algumas vezes para que ficasse cozida por inteiro, estava pronto. Conseguiu achar um mel escondido no fundo do armário, e colocou em cima da montanha em cada prato, e acordou o amigo que estava quase dormindo, abrindo a boca dele com os dedos, e enfiou uma panqueca na boca dele que acordou assustado, mas sentindo algo gostoso, começou a comer com um olhar um pouco mais acordado.

Inosuke sorriu da cara de estúpido dele, e sentando ao lado dele, começou a comer junto, pois ele estava com fome também. Na hora de dormir, ele dormiu junto de Naruto na cama de solteiro, e abrindo os braços, puxou o garoto a sua frente, deixando o rosto dele grudado em seu peito, perto do seu coração. Bocejando de sono, deu boa noite a Naruto e afundou em sonhos, com um corpo quente nos braços.

Para Naruto, aquele dia, e aquela noite, seria a primeira vez desde que nasceu que ele sentiu o que era ser cuidado, querido e amado. O simples gesto de preocupação que Inosuke mostrou por ele com a limpeza, o banho, brincando com ele, se preocupando com ele, e jantando juntos, foi a primeira vez que ele teve alguém que reconhecesse sua existência e demonstrasse afeto por ele.

Enquanto se aninhava no peito do garoto loiro que o segurava firme, não deixando escapar, lágrimas de felicidade foram derramadas de seus olhos tão azuis quanto o céu. Ele não estava mais sozinho naquela solidão fria, com apenas desprezo por ele, mesmo que ele não soubesse o porquê. Ouvindo o coração de Inosuke Bater, Naruto dormiu pela primeira vez sentindo felicidade no coração.