Acordei com a claridade entrando no quarto, cocei os olhos e me sentei, Nicolas não estava ao meu lado, Any ainda dormia na cama, Julia não estava na outra cama também.

Bocejei me levantando do colchão no chão e olhei pelo quarto, só eu e Any estávamos ali, me dirigi pro banheiro e lavei o rosto.

Sai do quarto em passos lentos e me dirigi ao som de vozes que vinha da entrada e comecei a entender a conversa.

Nanda: ela não deve demorar pra acordar.

Julia: por que alguém não vai lá e acorda ela, não é mais fácil ?

Nicolas: deixe ela dormir.

Matheo: todo mundo aqui levantou por conta própria, estamos todos exausto, aposto que ela também.

Juan: é, a doutora deve estar bem mal com tudo o que rolou.

Julia: todo mindo está.

Nanda: todo mundo está, tem razão, por isso vamos deixar ela dormir em paz.

Parei ao chegar no cômodo onde estavam, Nicolas e Juan estavam em pé, um na janela e outro na porta vigiando, os outros três estavam em um sofá.

Eu: oi.

Falei e cruzei os braços vendo todos me olharem.

Nicolas: bom dia.

Ele disse se afastando da janela e veio em minha direção, segurou meus ombros e beijou o topo da minha cabeça.

Nicolas: dormiu bem ?

Eu: sim, obrigada.

Me sentei no sofá ao lado da Nanda e Nicolas ficou em pé perto do janela outra vez.

Nanda: descansou bem?

Eu: sim.

Matheo: eu dormi bem, pelo menos.

Nanda: estávamos esperando você acordar pra tomar algumas decisões.

Eu: tá, tudo bem, podemos conversar.

Júlia: ótimo.

Ela parecia irritada, suspirei e olhei Nicolas.

Nicolas: vocês sabem que, quando o alerta de emergência foi anunciado o governo organizou uma zona de evacuação em Washington, foram todos instruídos para irem pra lá.

Matheo: lembro disso, no começo era um pânico e todo mundo foi pra lá, as rodovias ficaram lotadas e paradas por horas na direção da zona de evacuação.

Juan: foi uma loucura mesmo.

Nicolas: tá, todos sabem, então, se ligarem um rádio em uma certa frequência vão ouvir que ainda está de pé essa zona de evacuação e que agora é uma cidadela.

Julia: o que é isso?

Nicolas: cercaram uma parte da cidade, fortificaram e virou um tipo de colônia, é vigiado e protegido.

Juan: colônia de férias.

Ele disse irônico, Nicolas riu baixo e pareceu olhar pra cada um de nós.

Nicolas: temos que decidir se vamos pra lá ou outro lugar.

Metheo: temos outra opção?

Juan: outro bunker, talvez.

Nanda: é seguro ?

Nicolas: não pra ter certeza, pode haver alguém lá ou não conseguimos entrar.

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