Any havia pegado no sono a algumas horas, devia ser por volta das 23:30 e eu não conseguia dormir pensando no Nicolas e Juan lá fora.
Nanda e eu estávamos na sala esperando pelos dois e conversando, ela me contava como era sua vida antes do mundo entrar um apocalipse.
Nanda: claro que naquela época meus pais não aceitaram, mas com um pouco de tempo, eles aceitaram meu casamento.
Eu sorri com sua história, ela tinha um marido antes disso tudo mas nunca chegou a ter filhos.
Nanda: você teve alguém antes do Nicolas?
Ela perguntou de repente e eu mordi os lábios.
Eu: não como ele, só namorados na época da escola e faculdade, entende ?
Ela riu e concordou.
Eu: eu nunca senti por alguém o que sinto pelo Nicolas antes, ele faz eu me sentir diferente, mas, um diferente bom, gosto de estar com ele, de sentir ele.
Senti meu rosto corar quando percebi o que falei, Nanda riu e eu também.
Nanda: é um amor verdadeiro, da pra sentir.
Realmente dava, era algo puro e lindo.
Nanda e eu pulamos do sofá ao ouvir batidas frenéticas na porta, nós duas corremos até lá enquanto as batidas continuavam.
Nanda: quem será?
Ela sussurrou me perguntando enquanto levava a mão até a maçaneta, mas eu segurei sua mão quando vi começar a girar a mesma.
Eu: espera, e se for um andante ?
Sussurrei de volta pra ela então tiramos nossa mãos da maçaneta, outra batida na porta, dessa vez mais forte.
Juan: ei, alguém pode abrir, pro favor ?
Eu reconheci sua voz de imediato e então de uma vez eu abri a porta na esperança de ver aqueles olhos castanhos outra vez.
Juan carregava Nicola no ombro o puxando pra dentro parecendo se esforçar muito, eles passaram por mim e eu fiquei estática no mesmo lugar olhando a cena, Nanda fechou a porta e correu ajudar Juan, os dois colocaram Nicolas no sofá e me olharam.
Juan: ajuda ele, por favor.
Ouvi suas palavras mas pareciam distantes, a cena toda parecia lenta e surreal.
Havia um rastro de gostas de sangue da porta ate o sofá, a blusa azul do Nicolas estava completamente encharcada com sangue, era possível notar que Juan estava mais limpo então era somente do Nicolas aquele sangue.
Juan: por favor, doutora, eu não consigo parar o sangramento.
Ele disse pressionando o abdômen dele ainda sob o sofá, Nanda correu para o corredor e eu sentia meu peito doer e minha cabeça girar.
Eu: o.. o que... o que houve ?
Eu perguntei dando passos rápidos até eles com certa incerteza de onde pizava.
Juan: uns caras apareceram, a gente se escondeu mas ja era tarde, conseguimos lutar contra alguns mas a coisa ficou feia.
Eu me ajoelhei no chão ao lado dele de frente pro corpo do Nicolas no sofá, ele tirou sua mão e eu ergui a blusa, estava tudo banhado em sangue mas eu podia ver de onde vinha, era um furo de bala.
Eu: continue pressionando.
Eu avisei colocando suas mãos onde estava o ferimento e corri atrás de Nanda, rapidamente consegui juntar tudo o que poderia usar por agora para salvar a vida dele.
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Contágio - os últimos minutos
Science FictionUm pequeno grupo de pessoas tentando sobreviver após o fim do mundo lidando com o resto de humanidade que lhes restaram.