Prólogo

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Thomas Beckett

Eu amava as viagens em família que eu tinha com meus pais. Ainda mais quando era final de semana, depois de passar pelo estresse da escola.

O único problema era quando a gente tinha que ir vistar parentes.

Eu até gostava da família da minha mãe, mas quando era o meu pai... Nossa, como eu odiava.

Começando pela minha tia conservadora. A coitada não conseguia ver que era corna toda vida. Que ódio que eu tenho dela.

__ Mayla, Roger. Que bom ver vocês - ela cumprimenta os meus pais.

Cruzo meus braços e olho para o lado. Eu evito falar com ela, porque com certeza eu iria soltar alguma coisa errada e levar um bronca da minha mãe.

__ Olá, Fernanda - minha mãe a cumprimenta.

Por Deus... Elas se odeiam. Minha mãe vive sendo alvo das fofocas dessa gente nojenta.

__ Filho - minha avó aparece e abraça o meu pai. Ela cumprimenta a minha mãe e depois a mim.

Somos levados para dentro da propriedade. Todos estavam no quintal.

Tinha uma mesa com alguns petiscos e logo seria servido o almoço.

Eu prefiro a família da minha mãe. Era churrasco e piscina. Tinha coisa melhor para um domingo de sol?

__ Você não vai falar com sua família, menino? Onde está sua educação?

__ No mesmo lugar que seus chifres - ela arregala os olhos.

Motivos para eu não ser permitido falar com ninguém.

__ Thomas! - meu pai chama minha atenção - peça desculpas para a sua tia.

__ Não tem problema querido irmão. Você deveria educar melhor seu filho, Mayla.

__ Está falando do que? Seu filho engravidou uma menina e depois deixou ela a própria sorte. Que bela educação.

Em menos de 5 minutos e eu já tinha instaurado o caos naquele almoço de família.

Meus pais entraram em uma breve discussão com minha tia, que queria me dar uma "lição". Ela queria mesmo era me agredir. A coitada que tentasse.

Acabou que minha vó não permitiu que a gente fosse embora.

Que inferno de velha chata!

__ Quando a gente chegar em casa vamos conversar sobre seu comportamento.

__ Desculpa mãe - faço beicinho - é que ela me irrita.

Mayla suspira e passa a mão na minha cabeça. Eu dou um sorriso por finalmente conseguir conversar ela.

Me sento o mais longe de todos. Fico no chão, encostado em uma árvore, perto da casa da piscina. Pego meu celular e fico mexendo.

Eu tinha alguma coisa para fazer nele? Não! Mas eu queria fingir que era interessante.

Eu não tenho amigos para conversar dessa forma. Eu só tinha conhecidos que me fingiam me aturar.

Poderia ser por dívida de jogo. Só dessa forma Larissa e Jason falam comigo.

Algumas pessoas dizem que é por mim ser chato. Eu não sou chato, sou sincero.

__ Você não deveria socializar?

__ Você não deveria arrumar um emprego?

Esse era o famoso tio que vive na aba da mãe. Tio Danilo pode até ser legal, mas era um vagabundo.

__ O que está fazendo aqui sozinho? Seus primos estão ai.

__ Tio, até você sabe que almoço em família acaba em desastre. Eu não gosto - ele da uma risada.

Ele olha para onde meu pai e minha mãe estão.

__ Quem disse para você que eu não tenho um emprego? Seu pai me contratou.

__ Uhm... Isso é bom ou ruim?

__ O bom é que eu consegui um emprego, o ruim é que eu consegui um emprego - ele me tira uma sincera risada.

__ Quando receber seu primeiro salário, me compra um presente.

__ Seus pais já não mimam você demais?

__ Você não pode me mimar também? - ele passa a mão pelos meu cabelo.

__ Thomas - minha mãe me faz levantar - o que está fazendo?

__ Só estou conversando com o tio, mãe.

Eles se encaram por um tempo e eu acho isso estranho.

__ Vamos entrar, sua avó fez sua sobremesa preferida.

__ Bom ver você, Mayla - ela para por um momento.

__ Vá logo querido, eu vou falar com seu tio - assinto.

Finjo que saio dali, mas logo me escondo atrás da casa da piscina. Que aliás, não poderia ser usada.

__ O que eu falei sobre conversar com o Thomas?

__ Eu não posso mais falar com meu sobrinho - Danilo da um passo a frente - está com medo que ele descubra seu segredo?

__ Fica longe de mim e do meu filho também!

__ Como quiser - ele da de ombros.

Acho tudo isso muito estranho. Mas eu não poderia dizer a minha mãe que eu tinha ouvido a conversa, então deixo para saber depois.

***

Abro meus olhos lentamente. Olho ao redor e vejo que eu já estava dentro do carro, indo embora para casa.

__ Até que enfim acordou, filho - minha mãe da uma risada - você até roncou.

__ Eu não ronco.

Eles dão risada de mim. Limpo meu rosto e dou um bocejo.

__ Nada como uma boa soneca depois do almoço, não é?

__ Soneca, pai? - ele ri mais uma vez.

A gente foi conversando por um tempo dentro do carro.

Eu amava ter momentos assim com meus pais. Com certeza eram os meus preferidos.

__ Espero que a gente chegue logo, estou com saudades do Luffy.

Ele era o meu gato de estimação. Eu era totalmente apegado a ele.

__ Thomas, eu conversei com seu pai. Não gostamos da forma que você falou com sua tia.

__ Mas eu não menti. Ela é corna mesmo.

__ Mas isso não se fala menino - Roger me repreende.

__ Eu não gosto dela, pai.

__ Quer saber? Eu também não.

Nos três damos risada ao mesmo tempo. Pego meu celular e vejo a data e hora. 15 de agosto ás 17:30 da tarde de domingo.

Observo meus pais se olharem por um segundo antes de olhar para a frente.

__ Roger, cuidado!

Mesmo com o sinal fechado, um caminhão ultrapassa e bate com tudo no nosso carro. Somos arrastados até chegar a ribanceira, onde o carro é jogado.

Só consegui ouvir o grito de desespero da minha mãe.

Eu estava sem o cinto de segurança, então meu corpo é jogado para fora.

Bato a cabeça com força e depois disso apago totalmente.

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