Capítulo 17

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(Ponto de vista do Kim)

Kim odeia a incerteza. Onde o conhecimento é poder, a incerteza é uma falha mortal em sua linha de trabalho. Ele se orgulha da capacidade de entrar em qualquer sala e desarmar todos com o que sabe.

No entanto, quando se trata de Chay, ele não sabe de nada.

É uma posição chocante para se estar.

Embora Chay não esconda suas emoções tão bem quanto ele pensa, Kim nunca sabe exatamente onde ele está. Assim que Chay se vê mostrando um pingo de vulnerabilidade, ele visivelmente recua para trás de um escudo, fechando-se.

A única vez que Chay se expressa abertamente é quando está tão perdido no prazer que se esquece de se censurar. Esses raros momentos são as únicas vezes em que Chay é capaz de abrir mão de seu controle rígido, parar de se editar antes de falar, de colocar sua confiança em outra pessoa.

Depois de uma série de encontros noturnos em que mal se falam antes de irem para a cama juntos, Kim está começando a se sentir um pouco... usado. É a primeira vez que alguém o coloca nesta posição. As pessoas continuam chamando-o de frio, mas há algo a ser dito sobre a maneira como todo o comportamento de Chay muda assim que ele se recupera do orgasmo.

A única razão pela qual ele continua voltando é, bem.

“Por favor, não me deixe.” Chay choraminga, seu corpo se curvando para mais perto, as mãos segurando a camisa de Kim com força. “Não quero ficar sozinho. Por favor, não vá."

"Você está bem. Ninguém vai embora.” Kim sussurra baixinho, acariciando seu cabelo, sabendo que Chay não vai se lembrar de um segundo disso quando acordar. E mesmo que o faça, Kim não consegue imaginar que Chay estaria disposto a admitir isso.

Parece que seu único uso para Chay agora é uma fonte confiável e familiar de feromônios alfa. Ele não sabe bem como se sentir sobre isso.

Mas ele fica, mesmo depois que o calor do momento passa, e ele pode dizer que isso deixa Chay um pouco inquieto quando ele não sai imediatamente. 

Porque na maioria das vezes, o sono de Chay é assombrado por pesadelos que só podem ser acalmados por alguém o segurando.

É curioso, não é? Como suas experiências formativas podem moldar toda a sua visão de mundo. O próprio pai de Chay era um ser humano desprezível que quebrou todas as promessas que já fez, então, naturalmente, toda a opinião de Chay sobre os alfas não é confiável e ele não quer nada com eles. Chay acha que não pode contar com ninguém, que não precisa contar com ninguém.

Ele deixou isso bem claro para Kim.

Mas Kim continua aparecendo em sua porta. Para acalmar sua mente e afugentar seus pesadelos. Porque Chay precisa dele.

~

Ou então ele pensou.

Macau é… um obstáculo que precisa de ser ultrapassado. Embora ser parente dele torne isso mais complicado do que precisa ser.

A inteligência de seu primo é medíocre no melhor dos dias. Mas isso não desculpa o fato de Macau ter nas mãos alguém que não lhe pertence. Mãos essas tocando a pele de Chay.

(KimChay) Este Jogo Que JogamosOnde histórias criam vida. Descubra agora