Capítulo 22

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O cio sempre foi uma das piores partes da experiência ômega, pelo menos para Chay. Ele ouviu que pode ser divertido com o parceiro certo. E com Kim foi certamente…

Uma experiência que mudou sua vida.

Mas nada disso importa. Porque ele está aqui neste quarto, sozinho, consciente o suficiente para estar perfeitamente ciente do alfa sentado do lado de fora da porta que não está nem um pouco tentado por ele. Ter a jaqueta de Kim de alguma forma piora toda a situação. Chay enfia o nariz na gola e respira fundo, acalmado por um momento antes de se lembrar da origem daquele cheiro e como, durante seu último cio, ele foi capaz de pressionar o nariz contra a garganta de Kim e se saciar.

A febre sobe em seu corpo, lentamente, torturantemente.

Quando Chay tenta se tocar, é como se seu corpo soubesse que ele pode ter algo melhor, e isso não lhe traz um pingo de satisfação. Frustrado, Chay envolve seu corpo nu na jaqueta de Kim e tenta dormir, choramingando baixinho.

Ele só consegue cochilar um pouco. A próxima vez que ele acorda, sua necessidade é insuportável. Chay empurra um travesseiro sob os quadris e desliza as mãos pelo corpo novamente, desejando o toque de outra pessoa.

Sua mente evoca inutilmente flashes de seu último cio, de um alfa que lhe deu tudo o que ele precisava e muito mais. Um alfa que iria apenas prendê-lo e tomá-

Deuses, ele precisa parar de pensar nisso.

Não há absolutamente nada aqui que possa ajudar. Chay sente falta das conveniências de casa mais do que nunca. Na cidade, pelo menos, ele teria uma caixa de brinquedos, travesseiros especiais, restrições que podem ser usadas para ajudá-lo nos próximos dias. Com apenas os dedos, não é nem remotamente perto do que seu corpo deseja.

“Phi…” Chay choraminga, esticando os quadris para tentar obter mais fricção.

Ele ouve o som de passos passando pela porta do quarto e se senta com um olhar esperançoso. Mas os passos param e não se aproximam mais. Por que eles pararam? Por que a porta não está abrindo?

Caindo sobre os travesseiros, Chay não consegue evitar que as lágrimas caiam.

~

Nada ajuda.

Chay tira a jaqueta para não ter que ser lembrado do alfa que não o quer nem quando está quase no auge do cio.

~

Ele não consegue uma única pausa da febre. Nem mesmo por um segundo. Beber água não ajuda, tomar ar fresco desesperadamente perto da janela não ajuda. Sua pele está muito quente para abrigar seu corpo, ele sente coceira e desconforto. Os lençóis são uma bagunça absoluta de suor escorregadio. E em algum momento, Chay cedeu e colocou a jaqueta de Kim de volta, irritado por ter se permitido ficar tão dependente do cheiro do alfa. Por estar tão apegado a algo que nunca poderia ter.

~

Chay não aguenta mais isso. Ele não pode. As pessoas não foram feitas para viver assim.

Ele rola para fora da cama e abre a porta do quarto, quase tropeçando em Kim, que parecia estar sentado perto da porta, com as costas contra a parede.

(KimChay) Este Jogo Que JogamosOnde histórias criam vida. Descubra agora