3. CONVÍVIO.

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Stella Rhee.
Setembro de 2010.

Acordo com o som dos pássaros e crianças brincando lá fora, por um segundo quase me esqueço que estou vivendo um apocalipse agora.

Nós estamos no acampamento faz algumas semanas, aprendendo a conviver um com o outro, e apesar dos apesares todos se dão muito bem.

Exceto Ed, ele odeia todos e todos odeiam ele, por diversas vezes a Carol já apareceu machucada e todos sabemos o motivo, mas ninguém quer se meter no casamento deles.

Porém se ninguém der um basta nisso logo, eu mesma vou explodir a cabeça do filho da mãe com um tiro.

Esse cara está apenas fazendo volume e aumentando os gastos, ele não ajuda em nada, não sabe usar uma arma e ainda fala que é o tal. Faça me um favor.

Acorda bela adormecida. – Escuto Glenn dizer depois de dar três batidinhas na minha janela.

Mais cinco minutinhos? – Falo com manha.

Hoje é dia de buscar suprimentos. – Glenn cantarola a última palavra e eu rolo os olhos.

Levanto e me espreguiço, pego roupas limpas e a minha arma, então vou até o rio tomar um banho. Sinto falta do meu chuveiro quente, mas dou graças a algum deus por ainda termos água.

Temos um rio no acampamento que todos usamos, mas recentemente eu encontrei um pequeno riacho alguns metros dentro da floresta, e é lá onde eu estou indo.

Logo que chego lá tiro as minhas roupas e entro na água, fiquei alguns minutos aproveitando o rio que está quente por conta do sol, aquele é literalmente o melhor momento do meu dia, um dos momentos raros em que sinto paz.

Fico aproveitando por mais um tempo antes de finalmente tomar o meu banho e sair da água, então saio e sento em uma pedra para deixar o sol me secar e aproveito para admirar a vista um pouco.

Apenas o rio cristalino com a pequena cachoeira seguida das árvores, o som dos pássaros cantando e o céu limpo e ensolarado, é lindo.

Então escuto passos arrastados, desta vez não era Daryl me fazendo quase morrer do coração, com certeza isso são passos de zumbi, e não apenas um.

Rapidamente coloco apenas minhas roupas íntimas e uma regata preta, também coloco o suporte com a arma e facas, então sigo o som e vou em direção a floresta para matar aquelas coisas.

Chego lá e vejo dez daquelas coisas andando todos juntos,  como se fosse um bando ou algo do tipo.

Eles não tinham me visto ainda, eu poderia ir embora mas não tinha como eu deixa-los lá tão perto do acampamento para uma hora ou outra matar alguém, então eu respiro fundo e apareço entre eles.

É agora ou nunca.

Fico ao meio e eles me cercam, eu rapidamente afasto três que estavam em fileira com um chute e eles caem, então pego a minha arma que tem um silenciador e dou três tiros certeiros na cabeça deles.

Então jogo duas facas em dois que se aproximavam muito, e agora só sobraram cinco.

Atraí os que restaram para uma árvore onde tinha um buraco no meio e fiquei do outro lado, então aquelas criaturas burras começaram a se amontoar tentando me pegar.

Então comecei a cravar minha adaga na cabeça de cada um deles que caíam desajeitadamente no chão, e assim que chegou o último zumbi uma flecha que eu conhecia bem o atingiu antes que eu pudesse matá-lo.

Qual é caipira, era meu. – Falo sem o olhar.

Um "obrigado" já basta. – Diz com a voz rouca.

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