quatro

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-Tô te falando, Tae. É difícil aprender essas coisas.

-Nayu, são apenas coreografias femininas, são fáceis.

-Sim, claro, pra você que deixou de ter osso a muito tempo é bem fácil.

-É só treinar que você consegue.

-Por isso gosto das antigas do Twice e de (G)-Idle.

-Daqui a pouco aparece dançando BlackPink e criando música sobre a Jisoo.

-Mas ela é tão linda.

-Eu sei, Yu. Olha, quando der sábado, vamos pra sua casa e dançamos algumas, pode ser?

-Claro que pode.

Ia falar mais alguma coisa, ia no passado porque um ser - muito forte por sinal - começou a me arrastar pelo corredor. Yuta deu tchau de longe, rindo em confusão e ignorando meus pedidos por socorro.

Eu e esse ser, que eu estava ignorando super bem durante as últimas semanas, chegamos até um corredor vazio e mais afastado. Ele me jogou na parede e puxou meu cabelo, me forçando a olhar para seu rosto.

-Quem é aquele cara?

-Que foi? Está com ciúmes? - Sorri sentindo o aperto no meu cabelo ficar mais forte.

-Não brinca comigo, Taeyong.

-Sabia que sou mais velho que você? Bem que podia me chamar de "hyung".

-Sabia que eu não ligo?

-Imaginei. O que quer comigo, docinho?

-O que saiu dizendo por aí?

-Poderia ser mais específico? Costumo falar muito... - Passei a mão nas bordas de seu blazer escolar.

-Pessoas sabem sobre nós.

-Não parece te incomodar tanto, você saiu por aí me arrastando, só deu mais motivos.

-Garoto, que merda aconteceu na sua vida pra você ser tão insuportável?

-Transei contigo.

-Agora eu sou o erro? - Riu em escárnio.

-Passou a ser depois de me tratar como um.

-Me evitou o mês todo por puro capricho.

-Te evitei porque não suporto olhar nesse seu rostinho e não sentir vontade de bater nele. - Dei um tapinha de leve em sua bochecha. - Acha mesmo que eu anunciaria por aí que fiquei com um merdinha como você?

-Então quem foi?

-Deixa de ser sonso, estávamos em uma festa, obviamente alguém viu.

-Eu não sou sonso.

-É sonso, idiota, burro e um merdinha infantil do cacete.

-Já te falei pra não me provocar. - Sua feição se fechou mais, pena que não me importo.

-Qual é o problema, Jaehyun? Com homem você já ficava, não importa a idade, e você não me conhece pra ter alguma coisa contra. Não suporta a ideia de não ter esquecido que sou o único que quica direito nesse seu pauzinho inútil?

-Cala a boca, porra!

-Não grita comigo, seu imbecil! - Empurrei ele que levou uns fios do meu cabelinho junto. Ele me olhou assustado e senti um gostinho bom nisso. - Você não é nada meu pra se sentir no direito de fazer e falar o que quiser comigo, e nem se fosse. Seguinte, Jeong, eu tentei ignorar sua existência e seguir minha vida, mas pelo visto você que não foi capaz. Só me deixa no meu canto e para de fazer burrada à toa.

-E quem disse que eu iria querer ser alguma coisa sua?

-Para com essa infantilidade do caralho e cuida da sua própria vida, pode ser?

-Não.

-Problema seu. - Mandei dedo do meio pra ele e saí.

A pior parte é que vou ter que vê-lo mais tarde, uma merda esse tipo de coisa. Quando pedi pra viver uma fanfic, não era esse tipo que eu queria viver.

room 202 · jaeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora