Desci até onde Jaehyun estava com a menina, meus dois cãezinhos me seguindo. Cutuquei o braço dele e pedi desculpas por interromper.
-Aconteceu alguma coisa?
-Estamos indo embora.
-Mas já? - Ele pareceu surpreso. Devo confiar, subconsciente?
-Viemos para o jogo, aparentemente ele acabou a quase meia hora.
-Ah, eu levo vocês.
-Não, não, tudo bem. Pode continuar conversando com sua... amiga. Volto ainda hoje. - Entreguei a chave do dormitório para ele e saí com os meninos.
-Que isso, Tae? Tá parecendo uma feminista em relacionamento sério. - Doyoung comentou.
-Meu Deus, vocês não conseguem passar um minuto sem ofender uma minoria diferente. - Yuta reclamou cansado.
-Motivos que eu prefiro não falar por agora, Dodo.
Passamos a tarde toda vegetando e comendo porcarias na casa de Yuta. Doyoung contou algumas fofocas da nossa antiga escola, já que ele tinha o número de todo mundo de lá ainda.
Quando cheguei no dormitório, por volta das oito da noite, Jaehyun levantou no pulo, largando tudo o que estava fazendo encima da cama.
-Onde você estava? Por que demorou tanto? Você veio sozinho? Aconteceu alguma coisa? Dá pra me responder?
-Primeiramente falando, não é da sua conta e daria pra eu responder se você parasse de fazer perguntas igual uma criança. - Me sentei na minha cama para tirar os sapatos e a blusa, tava precisando de um banho.
-Você disse que ia ficar por perto o dia todo.
-Sabe Deus quando você ia parar de falar com aquela menina.
-Você tá com ciúmes? - Parou na minha frente.
-Não, só não acho justo você quase ter mandado o Yuta vir embora e logo depois ter largado a gente lá.
-É uma amiga de longa data, Rosé. - Sentou do meu lado.
-Foi mal, não me importo.
-Posso dormir com você hoje? - Quê?
-Como?
-Assim, abraçadinhos. - Passou os braços ao redor dos meus.
-Jaehyun, você bebeu?
-Não, só não tô legal. - Escorou a cabeça no meu ombro. Garoto estranho.
-O que aconteceu pra você ter virado um carrapato do nada?
-Amanhã é o aniversário de morte do meu avô, mas a escola não dá "folga" segunda-feira.
Ah, era isso...
-Sinto muito. - Passei a mão em seu cabelo, descendo pelo pescoço devagar. - Pode dormir comigo sim, mas preciso de um banho primeiro.
-Eu tomo com você.
-Não, não mesmo.
-Tae.
-E não adianta fazer essa carinha de cachorro.
-É só um banho.
-Com você as coisas nunca são o que dizem ser.
-Poxa, foram só duas vezes.
-Duas vezes seguidas.
-Você provocou!
-Isso não anula nada.
-A gente nem fumou depois.
-Como se eu aguentasse fazer alguma coisa depois daquilo.
-Mas eu nem te comi duas vezes.
-Foram mais. Desgruda! - Empurrei sua cabeça e fui para o banheiro antes que ele entrasse.
Depois que saí, com meu pijaminha que não é pijama, só uma blusa branca mais velha que minha mãe e um shorte preto molinho, caí de costas na minha cama. Logo Jaehyun tava desmontando encima de mim.
-Sai, capeta. Você é pesado.
-E você é confortável. - Enterrou o rosto no meu pescoço. - E cheiroso. Que loção você usa?
-Sabonete comum.
-Então esse cheirinho é natural...
-Sai de cima, vou morrer.
-Se Deus quiser.
-Idiota. - Xinguei rindo e empurrando ele pro lado.
-Olha pra mim. - Virou meu corpo todo ao invés de só meu rosto. Passou a mão na minha bochecha e tirou o cabelo da minha testa. - Você é bonito. - Sussurrou.
-Você também é.
-Obrigado, Tae. - Riu e não resisti em colocar um dedo em sua covinha.
Sorri simples e ele me deu um selinho. Abracei seu ombro e joguei minhas pernas sobre as suas. Ele puxou a coberta e abraçou minha cintura. E dormimos assim o resto da noite.
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room 202 · jaeyong
FanfictionTaeyong e Jaehyun dividiam um quarto em uma instituição de ensino, mas isso não significava que se davam bem. Long-fic