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Chegamos em casa, tomamos banho e antes de dormir eu chamei a Lisa pra uma conversa, depois dos acontecimentos de hoje eu precisava abrir o jogo e contar sobre a terapia e tudo mais. Nós estávamos bem caladas depois do que houve no mirante e o clima estava estranho, como foi todo o caminho até chegarmos em casa.

S/n: Lis, eu preciso te contar uma coisa. - nos sentamos na cama, de frente uma para a outra.

Lis estava olhando para o nada. O que aconteceu realmente mexeu com ela. Tentei chamar sua atenção pra mim.

S/n: Lis, meu bem... está me ouvindo? - eu disse enquanto fazia carinho em seu rosto. Seus olhos se conectaram com os meus.

Lisa: S/n. Eu... Nós... - ela suspirou e as lágrimas começaram a rolar dos olhos dela.

S/n: O que foi, Lis? Fala comigo. - questionei preocupada.

Lisa: Acabou.

Eu ouvi direito? Ela está terminando comigo?

S/n: Do que você está falando? - perguntei não querendo acreditar que ela estava falando do nosso namoro.

Lisa: Eu preciso de um tempo.

Eu respirei fundo, abaixei a cabeça e fechei os olhos por um momento.

S/n: De todos os dias, tinha que ser logo hoje? Eu queria...

Ela não me deixou terminar de falar.

Lisa: Não vamos mais perder tempo e fingir que estamos bem. Eu acabei com o nosso relacionamento quando te traí, você sabe disso. Você me perdoou mas eu não consigo, S/n. Eu não mereço você. Eu vejo isso agora. E depois de quase morrer naquele penhasco tudo ficou muito claro pra mim... 

Ela suspirou e as lágrimas não paravam de sair dos meus olhos desta vez.

Lisa: Eu não quero fazer você perder o seu tempo. Eu acho que no fundo você já sabe que isso não vai mais dar certo, como eu também sei que você não quer admitir isso. Você acha que não está pronta pra me deixar ir, mas você está mais que pronta, S/n.

S/n: Você me pediu pra não te deixar... só pra você fazer isso comigo?

Tentei parar de chorar pra dizer isso mas a minha voz saiu quase ininteligível.

Era inacreditável. A dor que eu senti nesse momento foi muito pior do que a dor que senti quando descobri sobre a traição. Perdoar um erro era mais fácil do que admitir que não haveria mais o risco de errar, porque não existiria mais nada entre nós.

Lisa: Nós podíamos ter morrido hoje! - Lisa se exaltou- E se isso tivesse acontecido... não teria como voltar atrás. Eu teria morrido infeliz. Você teria morrido infeliz. E por quê?!

Eu estava em choque. Eu sabia que não estávamos melhorando mas, infeliz? Eu não estava fazendo ela feliz? Eu não tive palavras para responder.

Lisa se levantou, pegou algumas coisas e saiu de casa.

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MARGOT

Margot: Tom, tudo bem se você fechar aqui hoje?

Tom: Claro, sem problemas, chefe.

Margot: Obrigada.

O dia foi extremamente cansativo. Eu queria chegar mais cedo na casa da S/n hoje. Desde que Lisa saiu de lá eu tenho ficado na casa dela. Já se passaram 2 meses, mas ela ainda não está bem. Me preocupo com ela, tento distraí-la o tempo todo, mas ela está triste demais. Me dói ver ela assim e não poder fazer nada para mudar isso.

O que passa na cabeça dela?Onde histórias criam vida. Descubra agora