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S/N

S/n: Eu não sabia que em meio ao caos que é essa cidade era possível cultivar algo tão lindo e de tirar o fôlego. 

Estava contando para Margot sobre meu encontro com a Hailee e como o jardim que ela me apresentou era impressionante.

Margot:  Cuidado, S/n. Parece que você está "cultivando" sentimentos positivos a respeito da Hailee. 

Nós rimos da situação. Obviamente eu neguei qualquer envolvimento com a Hailee. E continuamos conversando.

Já estava ficando tarde e eu estava indo embora quando tive aquela sensação de estar sendo observada. Olhei em volta, eu estava no estacionamento do pub. Tinha alguns carros lá, mas ninguém por perto. Entrei logo no carro e antes de dar a partida ativei a trava das portas. Consegui respirar um pouco mais aliviada depois disso e logo fui pra casa.

———
Alguns dias depois.

As coisas entre eu e a Elisa não melhoraram, ela tenta, mas a culpa pelo que fez comigo não a deixa seguir em frente. Por um lado isso me doía, porque tudo o que eu queria era que a nossa segunda chance desse em alguma coisa e eu não precisaria terminar esse relacionamento. Mas a cada dia que passa isso fica mais difícil.

Não nos vimos muito no último mês. As gravações estão a todo vapor e já dei início a um novo roteiro. A pessoa com quem passo mais tempo é a Margot. Mas ainda assim não tanto quanto eu gostaria. Essa é uma amizade que vale a pena, eu sei disso.

Ultimamente tenho sentido uma sensação esquisita, tenho esse sentimento de estar sendo observada o tempo todo. Isso tem me deixado tão angustiada que procurei ajuda profissional. Eu não contei nada pra Elisa, nem pra Margot. Eu cheguei a desconfiar do ex louco da Margot e quando isso passou pela minha cabeça foi que eu procurei ajuda. Acho que estava ficando maluca.

Hoje era um dia especial, ou deveria ser. É o nosso aniversário de namoro e eu não sei o que fazer, por mais que estejamos juntas, estamos distantes depois de tudo. Eu realmente não sei se uma surpresa seria uma boa opção. Também não sabia como ela reagiria.

Quando me aproximo ela fica triste e se afasta. Isso me machuca e não sei por quanto tempo vou suportar isso.

Acordei e Lisa já tinha ido trabalhar. Eu liguei.

Lisa: Bom dia, amor. Aconteceu alguma coisa?

S/n: Eu só liguei pra te desejar um bom dia. Você saiu bem cedo hoje, tudo bem?

Lisa: Sim, tudo bem. Eu posso te ligar mais tarde, eu tenho que lidar com uma situação agora.

S/n: Okay. Até mais tarde.

Lisa: Okay. E S/n... eu te amo.

E enfim ela desligou.

Não sei se ela se lembrou da data. Mas eu não deixaria passar em branco. Durante todo dia fiquei pensando no que fazer. Quando a noite chegou já estava tudo preparado, eu só teria que agir.

Aluguei uma caminhonete, coloquei um colchão na carroceria, algumas cobertas, enchi a cesta de piquenique com as coisas que ela gosta de comer e algumas garrafas de vinho.

Liguei pra assistente dela e descobri que ela estava planejando parar as gravações por volta das 18h. Antes deste horário estacionei no set, desci do carro e fiquei escorada na capota esperando por ela.

Quando vi que ela estava saindo do prédio corri até o banco do passageiro e peguei um buquê de flores que eu havia colocado lá antes.

Quando ela me viu um largo sorriso apareceu no rosto dela, em seguida ela cobriu a boca com as mãos, como se não acreditasse no que via.

O que passa na cabeça dela?Onde histórias criam vida. Descubra agora