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S/N

Sou uma pessoa friorenta, gosto de calor. Então sentir o sol na minha pele é algo geralmente muito agradável pra mim. Mas nessa manhã o sol me trouxe muito desconforto. Parece que estava prestes a queimar os meus olhos com sua super claridade.

Fui despertando aos poucos e cada vez mais próxima da realidade, me sentia mais pesada e com dor. Tentei mudar de posição na cama, na tentativa de escapar da claridade do sol que entrava pela janela, mas não conseguia escapar.

Abri meus olhos bem devagar, com medo real de queimar as minhas pupilas, córnea e tudo o mais que temos nos olhos. Fui tentar cobrir o rosto com a mão, mas não senti meu braço, fiquei extremamente assustada e fui obrigada a me levantar rapidamente à procura do meu braço.

S/n: Meu braço! Cadê? Braço!
Me sentei gritando, assustada pra caramba.

Alguém gritou logo em seguida dentro do quarto.

Margot: O quê? Onde? S/N?

Olhei em volta e percebi que eu não sabia onde estava. Olhei ao meu lado pra saber se dormi com alguém, mas eu estava sozinha na cama. Por um momento olhei no espelho e vi que meu braço estava lá, pro meu alívio ele começou a formigar no mesmo instante.

S/n: Aí, droga! Odeio quando isso acontece!
Eu disse pro nada. Pensando que eu estava louca por pensar ter ouvido alguém antes.

Então, do nada, alguém bocejou e chamou o meu nome.

Margot: S/N, tudo bem aí? Eu levantaria mas ainda estou criando coragem.

Tem alguém realmente falando comigo!

S/n: Ah, quem é você? E onde você está?

Margot: Já se esqueceu de mim? - uma voz triste perguntou.

Margot: Sou a Margot, nos conhecemos no Pub ontem a noite.

S/n: Oh! Margot, você tá invisível ou o quê?

Margot: Estou aqui em baixo. Me dá mais 5 minutos e vou pro seu campo de vista.

Ela estava dormindo no chão?

S/n: Margot, me desculpe! Você não precisava dormir no chão.

Margot: Tudo bem, S/N. O colchão é confortável.

Ela dormiu num colchão pelo menos, ok! Agora me sinto um pouco menos mal por ter dado trabalho à ela.

Tentei sair da cama pra fechar as cortinas, tirei o edredom de cima, coloquei meus pés no chão e consegui andar com plenitude até a janela e fechar a cortina. Ao voltar pra cama pareceu que gastei toda energia do meu corpo com aquela atitude e perdi o controle do meu próprio corpo quando tropecei em algo e caí.

Sim, eu tropecei no colchão da Margot. Caí em cima dela que me olhou com olhos arregalados, então eu percebi que estava nua. No pelo. Sem nadinha. Em cima daquela mulher linda para a qual eu só me envergonhava desde o momento que a conheci.

S/n: Oh meu...! Onde estão minhas roupas?! - perguntei rapidamente me levantando e entrando debaixo do edredom da cama onde eu dormi.

Margot: Eu tive que tirar suas roupas ontem, estavam fedendo a vômito. Eu não podia deixar você se deitar daquele jeito.

S/n: Oh, eu sinto muito por isso, Margot. Você não precisava. Eu ...

Margot: Eu fiz questão de ajudar, S/N. Relaxa.

Houve um minuto de silêncio.

S/n: Por quê? - eu perguntei.

Margot: Por que o quê?

O que passa na cabeça dela?Onde histórias criam vida. Descubra agora