13. Ninho de Dragão

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Era ridículo como sentia borboletas no estômago toda vez que o encarava, mas não conseguia evitar

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Era ridículo como sentia borboletas no estômago toda vez que o encarava, mas não conseguia evitar. Tentou manter-se concentrada no longo discurso de Rhaena sobre a diferença dos tecidos nos vestidos e sobre quais considerava mais agradável, obrigando-se a responder de forma educada, como se esse fosse seu real interesse. Mas era um desafio não pegar-se o olhando, perdida nas delicadas ondas prateadas de seu cabelo, no estranho tom violeta levemente esverdeado de seus olhos, na curva de seu sorriso que parecia nunca preencher completamente seu rosto. Além disso, precisava admitir que aquele tom de vermelho-sangue quase negro combinava perfeitamente com ele, contrastando com sua pele muito branca e moldando-se perfeitamente em seu corpo magro e esguio.

Uma mulher de sua idade não deveria sonhar com príncipes encantados montados em cavalos brancos - muito menos príncipes reais montados em dragões dourados -, principalmente na posição em que se encontrava. De ingênua, só tinha o rosto: era descendente de um usurpador, nem senhores menores queriam vincular seu sangue ao dela, como se temesse que aquilo pudesse macular sua linhagem. A bisneta de Maegor jamais seria a senhora de um dos bisnetos de Jaehaerys, muito menos aquele.

As histórias sobre Aegon chegaram ao Norte, sabia muito bem da fila de mulheres que ele tinha à disposição. Argella não tinha nenhum atrativo, em nenhum aspecto. Além do passado desgraçado de sua família, sua aparência não era nada excepcional, poderia encontrar várias do mesmo modo em Winterfell. Cabelos negros pesados que não se decidiam se eram lisos ou cacheados, pele tão pálida quanto a de um doente, corpo muito magro - sua velha ama costumava lhe dizer que tinha os quadris estreitos demais para ser uma boa paradeira - e a única coisa que tinha de nobreza era os fracos vestígios de seu passado.

O vestido negro que usava era simples, não havia nada de mágico e especial naqueles tecidos - era só algodão tingido por sua mãe e ajustado por uma criada. Também não usava jóias belas como Rhaena, embora às vezes pegasse algumas das poucas que Vaelena possuía, como os brincos de prata que estava usando. Era a filha de um filho mais novo e da neta de um traidor cruel, não havia nada de belo em seu destino.

Mas quando o desjejum terminou e aos poucos todos foram partindo, indo para seus afazeres, apenas Argella e Aegon permaneceram. Sabia que não poderia continuar evitando olhá-lo diretamente, precisaria disciplinar sua mente para que não criasse histórias mirabolantes que jamais se concretizariam.

— Bom, parece-me que mais uma longa caminhada nos aguarda. — Aegon comentou, a tirando de seus pensamentos. — Confesso que não conheço muito Dragonstone. A última ocasião que eu estive aqui, foi para o enterro de minha cunhada, e não ficamos por muito tempo.

— Sinto muito.

— Nunca fui muito próximo de lady Laena Velaryon, não posso dizer que realmente senti sua perda. — o príncipe deu de ombros, mas havia alguma dor em seu olhar que dizia que havia mais naquela história. — De qualquer forma, você disse sobre precisar de ar puro. Se estiver disposta a descer e depois subir alguns lances de escada, podemos descobrir juntos o que tem na área externa.

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